segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Na Próxima, Acerto no Coração (La Prochaine Fois je Viserai le Coeur)

 Baseado num dos casos mais estranhos registrados na França, segundo os créditos iniciais, "Na Próxima, Acerto no Coração" (2014) dirigido por Cédric Anger é um suspense psicológico protagonizado por Guillaume Canet (L'homme que l'on Aimait Trop - 2014), um cara doente que não controla sua necessidade de matar, mas que ao longo vai se enroscando em seus próprios atos, pois deixa algumas de suas vítimas apenas machucadas. 
Observamos desde o início as suas manias, o longa não tá afim de criar mistérios, ele é bem direto, já na cena inicial o vemos sair de carro e ir atrás de alguma jovem e bela vítima. Oise, França, 1978. Franck é um policial que, nos dias de folga, comete frios assassinatos ao matar jovens mulheres a quem dá carona. Ninguém tem a menor pista de quem seja o autor dos crimes, sendo que o batalhão onde Franck trabalha é responsável pela investigação. Sem conseguir conter a ânsia em matar, Franck começa a se envolver com a jovem Sophie (Ana Girardot), que trabalha em sua casa e é perdidamente apaixonada por ele.
É explorado quase em detalhes a mente deste assassino, a sua confusão, a maneira de lidar com as pessoas, sua mania de limpeza, a sua rejeição em relação ao ser humano, e diante das informações que vamos recebendo percebemos que ele é completamente perturbado, doente. Em dado momento ele tenta se relacionar com Sophie, que trabalha em sua casa, uma mulher que a seu ver é misteriosa e por isso o fascina. Ele é uma pessoa seca, seu semblante sempre está apático e rígido. Uma ótima interpretação de Guillaume Canet, que é um ator que não costuma passear por muitos gêneros, ele é da comédia, mas é incrível o como está irreconhecível, seu personagem não sorri em nenhum momento. 
Todos os dias ele aluga um carro diferente e armazena em sua casa uma grande quantidade de armas, além de enviar cartas para a polícia toda vez que mata ou tenta matar, o que mais pra frente acaba o revelando. Franck não é cuidadoso, certa vez até brincou com os seus companheiros sobre ele ser o assassino, e quando a suspeita de que alguém da polícia pode ser o psicopata, as coisas começam a desmoronar. Franck é misógino, não suporta a sujeira dos outros e se autoflagela, não há prazer em seu ato de matar, ele sente asco pelo toque, pelo sangue, ou qualquer coisa relacionada a sua vítima. Acompanhamos o seu dia a dia, a sua obsessão com as conversas de seus companheiros de trabalho e o seu distanciamento dos assassinatos que ele mesmo investiga.

Não criamos empatia com o personagem e isso é bom porque diferente dos outros filmes em que nos apaixonamos pelos psicopatas, neste o retrato é de um alguém chato, desgostoso e sem propósitos, seus crimes são apenas crimes. "Na Próxima, Acerto no Coração" não é um grande filme, mas tem elementos curiosos e é completamente direto, um retrato perturbador da mente de um assassino.

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