quinta-feira, 13 de abril de 2017

Baskin

"Baskin" (2015) dirigido pelo estreante em longas-metragens Can Evrenol é um filme de horror turco baseado no seu curta homônimo produzido em 2013. O filme possui elementos perturbadores e cenas sangrentas em que o estilo gore predomina, a atmosfera é podre, hipnotizante e a câmera em nenhum momento vacila. É um pesadelo sádico, uma verdadeira descida ao inferno. 
Um grupo de policiais é chamado para atender um pedido de reforço após um jantar, onde já havia acontecido alguns estranhos eventos. Ao chegar ao local, eles se veem em meio a um bizarro e sádico ritual, que se torna literalmente uma viagem ao inferno.
O filme se inicia com um prólogo que mostra um garotinho assustado por ter visto algo sobrenatural, logo somos absorvidos pela trama que coloca alguns policiais num restaurante jogando conversa fora até que numa chamada de reforço um emaranhado pesadelo cheio de criaturas estranhas e rituais satânicos é desencadeado por um acontecimento na estrada.
É preciso ter um pouco de paciência para que a história engrene e nos atormente com tais cenas com teor primitivo, os atores conseguem nos segurar, especialmente Gorkem Kasal como Arda e Ergun Kuyucu como Remzi, que possuem uma sensibilidade extra para captar o sobrenatural. É no terceiro ato que tudo se desenrola, apesar de que nada nos é explicado, as dúvidas permanecem conosco até seu término fazendo que nossa mente entre num processo de dedução, o que seria essa loucura vivida pelos policiais naquele antro maligno? O fato é que o horror entra em cena e não alivia em momento algum, são rituais abomináveis que são conduzidos por uma figura bizarra, protagonizada por Mehmet Cerrahoglu - que possui uma doença rara que lhe deu esta aparência - que domina todo o contexto de forma sinistra e violenta envolvendo mutilações e com uma conotação sexual selvagem.
O filme aborda vários conceitos, como paranormalidade, realidade paralela e hipóteses diversas, como loop temporal, também há simbolismos que passeiam pelo ocultismo e paganismo, os sapos no início, por exemplo, anunciando o mal. Toda a ritualística demoníaca é repulsiva, suja, mas ao mesmo tempo hipnótica.  

Diante do desconhecido os policiais todos cheios de si no início se desmontam e de nada vale a fé que cada um carrega, ali são frágeis e são meras peças para o anfitrião que tem um exército de escravos horripilantes. 
Destaque para a trilha sonora tensa de Ulas Pakkan e a ótima fotografia em tons escuros de azul e vermelho que remetem muito ao cinema de Dario Argento, aliás, as referências são inúmeras, as mais perceptíveis são "Hellraiser" (1987), e quando toca a música "Adulteress Punishment" do polêmico "Holocausto Canibal" (1980), entre tantas outras que os mais apaixonados pelo estilo detectarão.

"Baskin" é um filme que não soluciona nada, as questões ficam pairando no ar, assim como o clima pesado e o cheiro de enxofre, é um gore excelente que traz criaturas horrendas em um ambiente sujo e nojento. O que fica é a sensação de estar dentro de um pesadelo que se repetirá eternamente. 

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