quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

O Silêncio de Lorna (Le Silence de Lorna)

"O Silêncio de Lorna" (2008) dirigido por Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne (A Garota Desconhecida - 2016) possui uma linha naturalista quase documental, característica ímpar dos irmãos, neste há um elaborado roteiro que discute não só a problemática da imigração ilegal e a máfia da naturalização, mas também retrata o processo de entendimento sobre a culpa que a protagonista sofre no desenrolar. O cotidiano é exposto com crueza e não há espaço para melodramas, a atriz albanesa Arta Dobroshi realiza uma tour de force, o controle de suas emoções e sua conscientização do entorno gera um conturbado e dilacerante final.
Lorna (Arta Dobroshi) deseja se tornar sócia em uma lanchonete, junto com seu namorado. Envolvida em um esquema, aceita se casar com Claudy (Jérémie Renier), um dos capangas do mafioso Fabio (Fabrizio Rongione), apenas para adquirir a nacionalidade belga. Após certo tempo ela é obrigada a mais uma vez se casar, desta vez com um mafioso russo. Só que para que este novo compromisso seja selado, Lorna precisa se livrar de Claudy.
Acompanhamos o cotidiano de Lorna que está prestes a conseguir sua cidadania graças a um esquema do taxista Fabio (Fabrizio Rongione), que faz parte da máfia albanesa, assim como o namorado de Lorna, Sokol (Alban Ukaj), que na maior parte do tempo está distante agindo na Alemanha, o plano de casá-la a troca de dinheiro com um viciado em drogas dá certo, mas Fabio planeja reaver o dinheiro a casando novamente com um russo e garante a ela que haverá um adicional e então conseguirá abrir a lanchonete que tanto sonha, mas para isso acontecer Claudy precisa morrer, fazendo de Lorna uma viúva de cidadania belga e dessa forma podendo casar-se novamente e possibilitando dar a cidadania à outrem. Claudy luta contra o vício em drogas e se apega a Lorna, ela demonstra distância, seus interesses são outros, mas à medida que ele implora por sua ajuda algo nela começa a mudar, e não há nada mais difícil para um viciado do que pedir auxílio, o vendo nesse estado o acompanha na internação e nos dias que segue limpo. Fabio pretende que Claudy tenha uma overdose, mas Lorna não concorda com isso, mesmo o namorado dizendo a ela que esses tipos só amam as drogas, ela decide ir por outros caminhos e pede o divórcio alegando violência doméstica, ela se machuca e consegue até testemunhas para agilizar a sentença, Claudy fica chateado por ser visto como um agressor e por ela querer a separação. De alguma maneira Lorna tenta salvar Claudy do iminente perigo e a relação ganha formas surpreendentes e até afetuosas, Lorna ao longo deste esquema sujo vai se conscientizando de sua culpa e do dano que causará na vida da frágil figura de Claudy, que diga-se de passagem, composta por Jérémie Renier com muita veracidade e veemência.

Lorna apesar de estar envolvida num sórdido esquema possui princípios morais, por isso seu controle emocional e frio na maior parte do tempo, não quer se envolver com os problemas de Claudy, mas os dilemas vão se tornando maiores conforme vai descobrindo o que Fabio planeja para o vulnerável Claudy, o esquema é mais sujo do que imaginava e os meios que usou para conseguir sua cidadania vão se transformando numa grande culpa. Depois o desejo de abrir a lanchonete com o namorado a guiou para que acatasse o segundo casamento, mas as circunstâncias se tornam ameaçadoras e confusas, Lorna entra num turbilhão de sentimentos e desestabiliza todo o esquema de Fabio.

"O Silêncio de Lorna" é um filme que retrata a crueza da realidade sem espaço para floreios, não há trilha sonora pontuando, somente em seu final ao som de Beethoven, o que se sobressaí é o roteiro e seu maior triunfo está nas interpretações, o envolvimento gradativo e a empatia que surge garante um emaranhado de sentimentos e uma dolorosa experiência. 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

A Festa (The Party)

"A Festa" (2017) dirigido por Sally Potter (Ginger & Rosa - 2012) é uma comédia dramática com aspecto teatral que disserta sobre infidelidade, visões políticas, ambição, inveja e preconceitos. É um jogo gradativo de intrigas entre os personagens que gera desconforto, o que remete muito ao filme de Polanski, "Deus da Carnificina" - 2011. A comemoração acaba por ser um palco de revelações de profundos segredos e troca de farpas, sentimentos como ansiedade e confusão predominam e segue assim até seu derradeiro fim.
Janet (Kristin Scott Thomas), uma política de esquerda, convida os amigos do partido para comemorar a sua escolha para o cargo de ministra da saúde britânica, coroando um objetivo que ela perseguia há anos. Os amigos também têm suas revelações, como uma gravidez inesperada. Mas é a surpresa revelada pelo marido de Janet, o intelectual Bill (Timothy Spall), que vai transformar completamente o evento. A festa logo se transforma em pesadelo.
Filmado em preto e branco e de curta duração (71 min.), captura a atenção desde seu início com Janet apontando uma arma para nós espectadores, logo somos tragados para dentro de seu apartamento para vivenciar os acontecimentos, feliz com seu novo cargo de ministra da saúde, um objetivo que alcançou com muito esforço e diante do atual momento político se faz uma enorme vitória. A primeira a chegar é sua amiga April (Patricia Clarkson) e o marido Gottfried (Bruno Ganz), Bill (Timothy Spall), o marido, parece deslocado e de antemão pensamos ser pela posição que a esposa se encontra, depois chega o casal Jinny (Emily Mortimer) e Martha (Cherry Jones) que não titubeia em tirar o foco de Janet e contar sobre a gravidez de trigêmeos, April, a sensata e radical não deixa de expor que o foco ali é a comemoração do cargo que Janet ocupará, daí para frente só aumenta as tiradas sarcásticas que April protagoniza, a festa ainda conta com a presença do atormentado Tom (Cillian Murphy), marido de uma colega de trabalho de Janet, ele já chega agitado e coloca muitas dúvidas na nossa cabeça por portar uma arma, quando finalmente brindam, Bill decide revelar um segredo que, por sua vez, termina sendo o estopim para ácidas revelações.

Os assuntos abordados parecem clichês, mas são extremamente atuais e pulsantes, seja no âmbito político ou social, as visões de cada um e suas personalidades prendem a nossa atenção, Gottfried se caracteriza como um life coaching, sempre com palavras aparentemente sábias, mas que não passam de baboseiras de autoajuda, April, a melhor amiga de Janet, manipula e ironiza tudo e todos, soa radical em muitas partes e sensata em muitas outras, Tom, especulador de mercado e cheirador de cocaína está incomodado e confuso, há Martha, amiga de Bill, uma lésbica feminista da terceira idade que é casada com Jinny, que está grávida de trigêmeos, e que no decorrer sofre com inúmeras revelações também. Bill, o marido, impressionantemente passa sua perturbação pelo olhar e detona não uma bomba, mas várias. E, Janet, que estava radiante com seu novo e importante cargo mesmo diante do momento político tenso (pós-Brexit) e tendo seu partido falido acaba por amargar toda a sua ascensão com os segredos que vêm à tona na festa.

É um amontoado de discussões que se desenrolam, como política, preconceitos, infidelidade, amor, feminismo, dinheiro, vaidade, segredos; as relações vão se desconstruindo à medida que as máscaras vão caindo e, justamente por isso, os diálogos vão ganhando tons mais sarcásticos, são atuações primorosas e realmente se assemelha a um espetáculo de teatro, mas sem nunca deixar de ser cinema, a direção precisa com tomadas claustrofóbicas e sua fotografia magnética feita pelo russo Aleksei Rodionov (Vá e Veja - 1985) só enaltecem a experiência do filme.
"A Festa" é um filme recheado de diálogos perspicazes e mordazes, atuações de primeira linha, desenvolvimento crescente e com um final de tirar o fôlego.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

O Velho e a Arma (The Old Man & the Gun)

"O Velho e a Arma" (2018) dirigido pelo proeminente David Lowery (A Ghost Story - 2017) é o filme de despedida do ícone Robert Redford, com uma leve e carismática atuação cumpre sua missão com estilo e nostalgia. 
Preciso, gentil e carismático, Forrest Tucker (Robert Redford) domina com maestria a arte de assaltar bancos. Aos 70 anos de idade, o senhor conseguiu a façanha de escapar da prisão de San Quentin e de tantas outras, e agora segue conduzindo uma série de roubos que intriga a polícia e fascina os espectadores. No entanto, o detetive John Hunt (Casey Affleck) está na sua cola, e Tucker precisará elaborar ainda mais suas artimanhas para ter sucesso no seu último grande ato. 
Aos 82 anos Redford fecha a sua carreira numa simpática atuação em que sua presença enche a tela com charme e elegância, baseado no artigo "The Old Man and The Gun", de autoria de David Grann e publicado em 2003 na revista New Yorker, o ladrão idoso Forrest Tucker chama a atenção pelos métodos utilizados nos assaltos a bancos, sempre gentil e com um belo sorriso no rosto e acompanhado por seus dois companheiros, Teddy (Danny Glover) e Waller (Tom Waits), ele vai ganhando fama na mídia e o desiludido John Hunt (Casey Affleck) vai descobrindo que os roubos realizados em diversos estados em pequenas quantias é feito pela mesma pessoa justamente pelos depoimentos de que o senhor era muito educado e que até elogiava os funcionários, ele inicia sua intensa caçada, que apesar do seu temperamento lacônico possui muita destreza em seu trabalho, e ele o faz com instinto e nunca visando dinheiro ou fama. 
Tucker possui bastante habilidade nas fugas dos assaltos e numa delas acaba conhecendo a viúva Jewel (Sissy Spacek), não demora para que ambos se reencontrem e inicie um romance, ele chega a contar sua verdadeira profissão, mas dado seu jeito simpático Jewel não acredita, os encontros são dotados de doçura e rendem ótimos diálogos, aliás o filme todo apresenta grandes diálogos, inclusive um com Tom Waits ganhando a cena. E também é cheio de referências aos diversos personagens da carreira de Redford, a sua performance agradável e divertida dada ao fora-da-lei nada mais é que uma homenagem a sua trajetória e a afeição por esses tipos, como o bandido Sundance Kid do faroeste "Butch Cassidy" (1969) e o vigarista Johnny Hooker de "Golpe de Mestre" (1973).

Em dado momento volta-se ao passado do criminoso e retrata as suas mais elaboradas fugas em diversas prisões ao longo de sua vida, uma sequência de imagens nostálgicas que nos leva a querer rever os tantos filmes de Redford, uma homenagem luminosa. Toda a  vivacidade e o vício na vida criminosa do personagem é retratada com um ritmo charmoso, assim como a sua maneira de lidar com os assaltos e as pessoas ao redor, a câmera vangloria a sua figura com grande entusiasmo. 

"O Velho e a Arma" nos fisga pela abordagem extrovertida em torno da figura de Tucker, há sempre um sorriso em seu rosto e jamais perde a energia, os roubos e as fugas são suas paixões e o filme consegue transpor exatamente esse sentimento ao espectador. Agradável, elegante e uma bela homenagem a um dos grandes ícones do cinema!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

A Árvore dos Frutos Selvagens (Ahlat Agaci)

"A Árvore dos Frutos Selvagens" (2018) dirigido por Nuri Bilge Ceylan (Três Macacos - 2008, Sono de Inverno - 2014) exibe sensibilidade e crítica, são planos longos repletos de diálogos e contemplação, a paisagem é essencial e os sentimentos desencadeados em torno são profundos e reflexivos. Inspirado na história real do pai do co-roteirista Akin Aksu e o arco do protagonista é baseado no próprio Akin Aksu.
Sinan (Doğu Demirkol) é um jovem apaixonado por literatura que sempre sonhou em se tornar um grande escritor. Ao retornar para o vilarejo em que nasceu, ele faz de tudo para conseguir juntar dinheiro e investir na sua primeira publicação. O problema é que seu pai deixou uma dívida que atrapalhará os seus planos.
É um filme com um pouco mais de três horas de duração e que passeia por diversos assuntos entre o protagonista e as pessoas que encontra, como um escritor famoso da cidade, líderes religiosos, o prefeito, sua família, em especial seu pai e, claro, ele mesmo. Saído da faculdade recentemente pretende publicar seu livro, mas não será tão fácil, como também não será passar no concurso público e exercer a profissão de professor, Sinan é um jovem inerte e sem perspectiva e que possui um senso crítico ácido, despreza a aldeia e é demasiadamente pedante e presunçoso, apesar de querer obter sucesso com o livro ele é alheio a tudo o que o rodeia. Novamente na casa dos pais precisa lidar com o fato do pai ter afundado as economias da família e estar endividado por conta de apostas, e ainda enfrentar as pessoas que o param para cobrar e dizer sobre a honra quebrada do pai. Sinan vai pedir auxílio ao prefeito para que publiquem seu livro de confissões pessoais baseado em observações cotidianas, mas devido o gênero classificado por ele como "um meta-romance peculiar de auto-ficção livre de qualquer fé, ideologia e lealdade" não é possível, a ajuda não vem de nenhum lugar e é preciso arcar por conta própria. A maneira com que Sinan se relaciona é sempre com um tom de superioridade e questionamentos, em variados momentos cai bem, pois trata de religião, política, literatura, mas em outros soa chato e é difícil ter empatia por ele, não é fácil acompanhar sua jornada e o tempo todo estamos grudados nele, seja em suas longas caminhadas e em paradas recheadas de diálogos longos e desgastantes, mas compensa pelas reflexões em suas diversas camadas, além de proporcionar visualmente sensações ainda mais potentes, a paisagem ampla e seus estágios ajudam na experiência, são cenas poéticas, como o vento ao balançar os galhos dourados pelo sol enquanto há uma conversa sobre passado e futuro, o som dos pássaros, da chuva de verão que cai momentaneamente nas folhas. Um verdadeiro deslumbre!
É imenso na produção de percepções e continua assim por todo o desenrolar, algumas partes tocam mais e outras pendem para um lado crítico ao demonstrar um rapaz que é arrastado para um destino do qual não quer aceitar e estar ao redor de pessoas das quais não lhe interessa, ele é o retrato de uma geração perdida e sem perspectivas.

Aos poucos Idris (Murat Cemcir), o pai de Sinan, vai sendo delineado e ganhando mais formas, ele é professor primário e tem uma personalidade inteligente, mas simples e desligada às regras, infelizmente o personagem não é tão explorado e foca apenas na relação conflituosa e na antipatia que Sinan sente por ele, porém ao fim o diálogo entre eles é magistral e quebra toda a arrogância do filho. Ele percebe que o pai também teve suas expectativas e seus desencantos e que a concepção de tê-lo como perdedor não faz sentido, ainda surge a surpresa de que foi o único a ler seu livro, o que o deixa mexido, vemos isso pelo seu olhar que até então carregava um ar de menosprezo e desinteresse. A comparação que Sinan faz deles, o avô, o pai e ele com a pereira selvagem é ótima e mais linda ainda é a resposta que ouve. Idris é um baita personagem, carismático e brilhante, mas como vemos o filme pelo olhar de Sinan só temos a chance de enxergá-lo melhor ao final.

"A Árvore dos Frutos Selvagens" traz primorosos diálogos críticos, emocionais e reflexivos acerca de variados temas, muitos deles inspirados em Nietzsche e Dostoiévski, não há dúvidas de seu poder narrativo, das palavras que transformam, e não é à toa que os críticos franceses o compararam aos grandes romances de formação.
Concebido com sensibilidade e inteligência é um filme engrandecedor e satisfatório!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Dogs (Câini)

"Dogs" (2016) dirigido pelo romeno Bogdan Mirica é um filme cru e violento sobre uma terra sem lei com homens brutos e imorais, e mesmo caminhando lentamente a tensão e o mistério capturam a atenção, além de possuir uma aura de faroeste moderno.
Roman (Dragos Bucur) herda um grande pedaço de terra do seu avô, localizado em uma remota vila da Romênia que faz fronteira com a Ucrânia. Ele está decidido a vender o território isolado. No local, estranhos eventos acontecem e Roman acaba descobrindo que o avô usava a terra como um típico senhor do crime. Agora, para vender a terra, ele precisa lidar com os "procuradores" do avô, enquanto um policial investiga o caso.
As vastas terras que Roman herda de seu avô são secas e inóspitas, a velha casa não está em condições de ser habitada, mas existe um homem que a vigia junto da cadela esfarrapada chamada Polícia, não demora para que Roman encontre alguém para ajudá-lo a vender as terras, só que não contava com os obstáculos que surgiriam, fica claro numa conversa logo no início que esse lugar é utilizado sob formas ilegais por conta da proximidade com o Delta do Danúbio, o rapaz que o estava ajudando de repente desaparece e estranhos acontecimentos revelam afinal quem era seu avô, enquanto isso o policial tenta desvendar o mistério envolvendo um pé encontrado no rio.
Roman é um empecilho para os negócios do grupo, uma espécie de máfia, que era liderada por seu avô, sua intenção em vender as terras os perturbam e tentam fazer com que Roman se sinta inseguro e incomodado no local, porém ele decide ficar e prosseguir, daí as coisas ficam mais sinistras e Samir (Vlad Ivanov) numa noite o encurrala ao matar um javali nas redondezas. Ele o leva para um churrasco e inicia uma conversa estranha, mas que para um bom entendedor bastaria, Roman não sabe de nada e não conhecia realmente seu avô e aquelas terras têm uma importância e pertencem àqueles homens, como Samir diz, não combinam com um homem da cidade. Dá a dica que poderia passar as férias ali, mas que não as vendesse, o ambiente diante a fogueira e olhares suspeitos dão um tom de suspense e o ar fica sufocante, Roman bebe até não poder mais e parece não entender a gravidade do assunto, além de ser um idiota com a namorada que apareceu na casa do nada, ele a deixa sozinha e é indiferente à presença dela, de algum modo Roman vai se transformando e provocando a ira, principalmente, de Samir.

O policial Hogas (Gheorghe Visu) tem a saúde prejudicada e por mais esforços que tenta fazer carece de recursos e sua autoridade ali não vale de nada, a lei é inútil, a corrupção e a violência dominam esta terra desolada.
A história segue de forma paciente e ameaçadora ao demonstrar as motivações de seus personagens, o protagonista tem receio e pensa em desistir, mas volta atrás por não achar justo, até mesmo quando Samir o encara e coloca toda a situação num diálogo intimidador, o desconforto no local é enorme, a sensação é de sempre haver alguém espreitando e o silêncio que paira no ar sufoca.

"Dogs" é um suspense cru e contemplativo com toques de faroeste moderno sobre uma região rural desolada da Romênia onde a brutalidade e a imoralidade dominam e as leis são completamente inúteis e ridicularizadas.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Meu Amigo Dahmer (My Friend Dahmer)

"Meu Amigo Dahmer" (2017) dirigido por Marc Meyers (How He Fell in Love - 2015) é um filme com uma abordagem diferente dentro da temática de serial killers, traça seu psicológico durante a adolescência, um período confuso para qualquer um, mas somado a uma personalidade perturbada revela o quão agravante pode ser quando se vive em meio a tantas experiências traumáticas, seu processo até se transformar em um assassino é marcado por situações estranhas dentro da família, com os colegas da escola, sua curiosidade mórbida em querer saber o que há por dentro dos animais e o medo sobre sua sexualidade. Um fascinante e melancólico retrato sobre o desbrochar da maldade.
Adaptado da graphic novel homônima escrita e desenhada pelo artista Derf Backderf - amigo de Dahmer no colégio - acompanhamos o jovem Jeffrey Dahmer (Ross Lynch), que luta com uma vida familiar difícil e a vontade e os pensamentos de querer matar. Dahmer é considerado um dos serial killers mais famosos do mundo, que estuprou e assassinou 17 homens e meninos entre o final dos anos 1970 e início dos anos 1990. Os contos sangrentos de seus assassinatos muitas vezes envolveram desmembramento e canibalismo. Dahmer, que foi diagnosticado com transtorno de personalidade borderline e um transtorno psicótico, foi morto na prisão por um companheiro preso em 1994.
Dahmer passa seus dias numa cabana dissecando animais que ele próprio recolhe das estradas e bosques com o objetivo de preservar os ossos, seu pai o aconselha a se enturmar com os colegas e fazer outros tipos de coisas, mas ele só começa a mudar de atitude quando o pai destrói sua cabana e sua coleção, melancólico decide chamar a atenção dos meninos populares fingindo ter ataques epilépticos, o que de início dá certo e faz com que Derf (Alex Wolff) se interesse por sua peculiaridade e o desenhe constantemente. Então esses ataques se tornam frequentes em diferentes locais promovendo confusão e medo nas pessoas, enquanto isso a mãe de Dahmer depois de muito humilhar o marido decide se separar, sua instabilidade emocional e indiferença é gritante e o pai se torna distante também e Dahmer fica à mercê da sorte. Suas descobertas, conflitos internos e seus desejos assassinos começam aflorar à medida que a amizade com os meninos na escola esmorece, seu teatro de ataques epilépticos perdem a graça e percebe o quanto foi usado, do quanto destoa de todo o meio e a incapacidade de compreender seus impulsos sexuais faz crescer a raiva, o alcoolismo surge e ideias cruéis vão se desnovelando em sua mente. O recorte psicológico que o filme promove é muito interessante e coloca em questão o quão frágil emocionalmente ele era devido o ambiente familiar desestruturado e o bullying constante na escola, o fazendo criar ilusões para sobreviver somado a sua curiosidade sobre o que havia por dentro dos corpos.

O jovem Ross Lynch conhecido por papéis teen, inclusive em várias produções da Disney, faz aqui seu verdadeiro début como ator, sua composição é minuciosa e colocou todas as camadas do personagem na tela, o controle de seus impulsos, a manipulação, o sofrimento, a introversão, a carência, a raiva, o deslocamento, suas atitudes e feições claramente davam indícios de problemas, mas ninguém realmente prestava atenção.

"Meu Amigo Dahmer" aborda o início da vida de Dahmer e o como o ambiente adverso em que vivia contribuiu para sua obscuridade vir à tona, um intrigante estudo da mente de um dos psicopatas mais sanguinários de todos os tempos. Por ser baseado no quadrinho de Derf e sua vivência com Dahmer na fase do colégio traz veracidade ao documentar o processo que o fez se tornar um monstro, o fascínio não está nos assassinatos e sim nas nuances que pôde captar de Dahmer na época. 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

A Bela e os Cães (Aala Kaf Ifrit)

"A Bela e os Cães" (2017) dirigido por Kaouther Ben Hania (O Navalha de Tunis - 2013) toca em um tema pertinente e necessário ainda que seja difícil assisti-lo, o sentimento de revolta cresce à medida que acompanhamos a saga da protagonista por justiça, em um meio totalmente machista, fechado e insensível ficamos paralisados diante o horror do sistema que possui prioridades voltadas a si próprios e atitudes que deslegitimam a vítima.
Durante uma festa, Mariam (Mariam Alferjani) conhece um estranho chamado Youssef (Ghanem Zrelli) e sai com ele dali. Ela é estuprada e tentará provar o crime. Mas o problema é que os criminosos trabalham na polícia.
Filmado em nove tomadas ininterruptas a ação predomina enervando e revoltando, pois as tentativas de conseguir ser consultada e provar o estupro retratam o quão boçal e despreparado é o sistema sempre colocando a vítima numa situação constrangedora, seja com olhares reprovadores, frases desnecessárias, medidas ineficazes e nesse caso dando privilégio à instituição policial. A jornada da protagonista durante a madrugada é incessante e a cada nova tentativa e desenrolar só fazem a destruir mais e mais. Cruel e real, um importante retrato do como a mulher é desrespeitada e humilhada, e é escabroso ainda perceber que por mais que se passe na Tunísia, um país muçulmano em que a honra é de importância extrema e o machismo é gritante, não difere de nenhum outro local, os procedimentos, as burocracias e o despreparo são semelhantes. 
Os minutos iniciais do filme são os únicos leves e descontraídos, onde mostra Mariam, uma jovem estudante que se produz para curtir uma festa fechada da faculdade, a amiga lhe empresta um vestido que não faz seu estilo, mas entra na vibe e prontamente saem tirando fotos e dançando, logo seus olhos encontram Youssef, um desconhecido que é apresentado por uma amiga, não escutamos a conversa deles e somente os acompanhamos saindo da festa, no ato seguinte Mariam corre desesperadamente pela rua e Youssef vem atrás, ele tenta acalmá-la e diz que precisa ir ao médico, então entram numa clínica particular que se recusa, pois Mariam perdeu os documentos no carro dos policiais que a estupraram, aconselhados vão para um hospital público abarrotado de pessoas e que também se recusa a fazer qualquer exame nela, a médica quando a atende a trata rispidamente e só fala para tomar a pílula do dia seguinte, inconformado Youssef diz que precisa ter esse atestado para provar que Mariam foi estuprada e muito vagamente eles são auxiliados por uma enfermeira curiosa, que diz que somente um médico forense pode fornecer um atestado, este se recusa antes da polícia começar uma investigação, mas como o abuso foi cometido por policiais abrir um boletim de ocorrência sem uma prova é praticamente inútil. Mariam sob olhares de reprovação por causa de seu vestido é submetida a uma série de observações escrotas, ela vai de uma estação policial a outra sem nenhum tipo de auxílio digno, é alvo de piadas e intimidação ao dar seu depoimento que se torna uma acusação, e por isso tentam silenciá-la sob grave pressão psicológica. Articulam meios para que isso não se prolongue e não venha a se tornar público.

Em determinado ponto Youssef é afastado de Mariam, tido como suspeito e também por ser conhecido por participar das manifestações é preso, sozinha e assustada segue sendo coagida e humilhada, chega um ponto que os policiais começam a apelar para seu patriotismo e como o ocorrido poderia desonrar sua família, Mariam tenta apelar para a policial feminina, mas não escapa da dureza e da incapacidade dela ajudar além do que pode, seu desespero também não compadece e a deixa sozinha em meio a policiais que estão dispostos a tudo para limpar a reputação.

"A Bela e os Cães" tem um ritmo movimentado e sua estrutura em nove capítulos sequenciais capturam nossa atenção, descarrega muita adrenalina e possui uma mensagem política importante para as mulheres, nunca se deixe abater e defenda sempre seus direitos, e ao fim mesmo quebrada em mil pedaços ela se ergue e decide prosseguir com o processo. Realista e angustiante é um filme que sufoca, mas necessário em retratar o quão cruel é o tratamento que uma mulher vítima de violação sofre quando procura ajuda, e não é porque se passa na Tunísia que é diferente, o machismo e a indiferença seja no âmbito da saúde, da segurança e das leis ineficazes que priorizam somente suas instituições são vistos em casos diariamente ao redor de todo o mundo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Predadores do Amor (Hounds of Love)

"Predadores do Amor" (2016) dirigido por Ben Young (Extinção - 2018) é um drama perturbador ao retratar a maldade humana e por a violência ser sugestiva o incômodo aumenta, o que sobressai é sua atmosfera pesada marcada por personalidades doentias. Ambientado na Austrália dos anos 80 e inspirado no caso de assassinatos de Moorhouse cometidos pelo casal David e Catherine Birnie, o horror da história é concentrado na maneira como esse casal age, o ritmo lento amplifica a tensão e as interpretações são minuciosas, todo e qualquer detalhe impressiona, assim como o denso jogo psicológico.
No meio da década de 1980, Vicki Maloney (Ashleigh Cummings) está com 17 anos de idade e é aleatoriamente sequestrada em uma rua do subúrbio por um casal problemático. A medida que ela observa a dinâmica entre os seus sequestradores, ela logo percebe que precisa criar uma barreira entre os dois se quiser sobreviver.
Somos introduzidos de maneira crua em uma cena em slow motion, eles visualizam meninas praticando esporte e depois oferecem carona para uma delas que vai a pé embora, o calor é demais e o casal parece inofensivo, depois dessa introdução segue a vida de Vicki, uma adolescente que não se dá bem com a mãe e quando é impedida de ir a uma festa foge de casa e é abordada pelo casal na rodovia, do mesmo modo parecendo inofensivos e legais aceita e acaba dentro da casa deles. Vicki visualiza o casal se beijando, bebendo e estranha algumas coisas, só que é tarde demais e se sente mal, colocaram algo em sua bebida e, de repente, se vê acorrentada em uma cama.
As sequências de tortura e estupro não são explícitas e isso torna o filme sério e não descamba para o exploitation e serve como um alerta para o quão doentio o ser humano pode ser, que por trás de faces aparentemente amigáveis podem existir perversidades. Vicki sofre nas mãos tanto de um como de outro e conforme o tempo passa percebe a relação instável deles, John é cruel e extremamente abusivo em relação a Evelyn, temos a exata noção da crueldade desse homem, mas Evelyn não possui personalidade própria, é obcecada pelo companheiro e faz tudo o que ele pede, mas não tolera que aproveite das meninas sozinho, e com Vicki esse sentimento se agrava, se sente menos bonita e Vicki acompanhando esses episódios tenta de alguma forma incutir pensamentos negativos sobre John para que talvez ela comece a pensar no domínio que exerce em sua vida, as situações vão se intensificando, ciúmes, obsessão e muita violência, Vicki sofre inúmeros traumas e chega um determinado ponto que não vê saída, mas Evelyn é uma incógnita e suas atitudes imprevisíveis. Emma Booth é sublime e incorpora uma psicopata com maestria, sua performance assusta e sua instabilidade hipnotiza, são olhares e trejeitos assombrosos e marca como uma das melhores dentro desse gênero. 

Ashleigh Cummings como Vicki angustia por seu sofrimento, pelas crueldades cometidas contra ela e a câmera jamais evidencia esses momentos, fica por conta da nossa imaginação construir essas cenas violentas, e é justamente por isso que o repúdio contra John é enorme, retrata uma mente perversa que provoca dor, seja física ou psicológica, que reduz, humilha e faz um jogo psicológico nojento que deixa Evelyn à mercê acreditando que tudo gira em torno dele e que sempre estará em dívida, ele representa um tipo de salvador e entendemos sua submissão nos instantes em que conta algumas coisas de sua história e, Vicki, por sua vez, tenta fazer ela perceber que sofre de abuso psicológico. Stephen Curry encarna com soberba esse ser desprezível, um trabalho excepcional que mistura sentimentos distorcidos e doentios.

"Predadores do Amor" é uma história pesada e que foge do fetichismo em torno das cenas de violência, coloca a frieza e a psicopatia em primeiro plano, é um estudo de personagens que desestabiliza o espectador tamanha confusão de sentimentos. 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

A Fera (Beast)

"A Fera" (2017) dirigido pelo estreante Michael Pearce é um excelente filme que abraça sem medo o mistério, a dúvida e as consequências da repressão. Acima de tudo, um romance sombrio contornado por uma aura de fábula adulta. 
Algo mal está corroendo o coração de Jersey. Um assassino em série tem aterrorizado a pitoresca ilha há sete anos. Com a polícia local aparentemente incapaz de detê-lo, a comunidade é dominada pelo medo. Moll Huntford (Jessie Buckley), uma guia que ainda vive na casa de seus pais, tem um fascínio com os assassinatos e sofre de pesadelos perturbadores em que ela representa a vítima. Uma história de amor presa dentro de um filme de terror - um conto de fadas sombrio sobre uma mulher que chega ao poder abraçando a besta dentro dela. 
O título dá a impressão de um filme menor, mas ao assisti-lo surpreende-se pela progressão tensa e imersiva da história e também pelas atuações impressionantes, a composição de Jessie Buckley é repleta de camadas e demora-se a revelar ao espectador, seus olhares e expressão corporal preenchem a tela, Johnny Flynn, que até então o conhecia apenas pela sua música, teve seu destaque e todo o tempo nos incute dúvida e receio, um trabalho minucioso que juntamente com a atmosfera da pequena ilha isolada garante um fascínio. 
Moll é tratada estranhamente pela família, especialmente, pela autoritária mãe, sempre a repreendendo por suas atitudes e por seu jeito de se portar, ela segue a vida guiando turistas pela ilha e no dia de seu aniversário por não suportar os convidados e a irmã que anuncia a gravidez tirando totalmente seu foco, decide fugir e acaba numa boate dançando com um desconhecido, ao amanhecer este tenta agarrá-la, mas surge um outro rapaz que com uma espingarda assusta-o, Moll agradece e ele a leva para casa, de pronta sente-se atraída e o pouco que ele esboça é recíproco. A ilha sofre com os assassinatos de várias garotas e o sentimento de apreensão é enorme, será que Moll será uma vítima? Todo o tempo o filme brinca com essa questão e nossas teorias se modificam diversas vezes. Depois que Moll conhece Pascal começa a sonhar que é pega pelo assassino e isso de certa forma aumenta sua curiosidade em relação a ele, a atração é intensamente sexual. Aos poucos se aproximam e Moll vai saindo do casulo e, claro, a mãe não gosta nada disso, aliás, descobrimos o porquê dela ser praticamente encarcerada em casa desde a adolescência numa conversa que tem com Pascal quando ele pergunta o motivo da irmã dizer que ela é um animal selvagem na mesa do jantar, inclusive uma cena excepcional. A família dela é completamente esnobe e hipócrita. A opressão da qual foi submetida certamente amplificou o que continha no seu ser e quando finalmente conseguiu se libertar a sua natureza se manifestou de forma inflamada.

O suspense se sustenta e o romance tem um formato diferente, a descoberta sexual de Moll se dá junto de Pascal e dessa forma o entendimento de sua personalidade, quando ele é acusado pelos habitantes de ser o assassino continua do seu lado e assume as consequências disso, mas existe uma confusão dentro de si e quando o policial apaixonado por ela diz que encontraram o assassino e que Pascal está liberto, começa a pensar que ele de fato é o serial killer, desse modo o filme trabalha com nossa imaginação e a ambiguidade. As contradições e conflitos internos de Moll são amplamente explorados, sua libertação tanto do meio familiar castrador e preconceituoso, do julgo dos habitantes e da descoberta de si mesma acontecem num ritmo progressivo e interessante, sem dúvidas, um primoroso estudo de personagem, suas camadas multifacetadas encantam e no final ela assume sua personalidade e cabe a cada um interpretar a atitude derradeira. 

"A Fera" é um notável filme de suspense que mescla perfeitamente o drama com um romance que foge dos padrões, além de ter a característica de conto de fadas com abordagem adulta e sombria, insere brilhantemente várias questões, como opressão familiar, preconceitos sociais, hipocrisia e as consequências que tudo isso provoca em personalidades distintas, quem se liberta acaba sendo visto como selvagem e é rejeitado, os contrastes de Moll geram agonia e permanecem até o término causando desconforto deixando inúmeras dúvidas e sentimentos ambíguos.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

7 Descobertas Musicais no Youtube

Segue alguns achados musicais que encontrei por sugestão do Youtube e outros navegando por sites de música, um apanhado bem diverso e cheio de estilo!

07- Mansionair (EUA) Alternative/Indie
É um trio de música indie eletrônica australiano formado em 2014, um som leve cheio de movimentos e uma voz maravilhosa que te transporta a outros universos e gera uma sensação de liberdade, um pop eletrônico marcado por batidas sensuais. Em 2015 lançaram o EP "Pick Me Up" e em breve será lançado o álbum "Shadowboxer". Confira a canção "Easier" e "Technicolor".

06- Tender (UK) Synth-Pop
É uma duo de música eletrônica londrino formado em 2015. Lançaram seu álbum de estreia, "Modern Addiction", em setembro de 2017 e recentemente lançaram "Fear Of Falling Asleep", um pop eletrônico moderno e sexy com vocais e batidas suaves. Confira a canção "Erode", "Violence" e "Vow".

05- The Taxpayers (EUA) Punk
Grupo musical de punk rock originário de Portland criado em 2007, uma mistura enérgica entre folk, blues e jazz sustentados por uma base punk. Um som diversificado e artístico, instrumentação e vocais únicos e letras que apesar de terem toques depreciativos são divertidas. Confira o álbum de 2012 intitulado "God Forgive These Bastards".

04- Zeal and Ardor (Suiça/EUA) Avant-Garde Metal/Post-Black Metal/Soul/ Melodic Death Metal
Uma banda de metal avant-garde fundada em 2013 e liderada por Manuel Gagneux, um músico suíço-americano, mistura canções espirituais negras com black metal. Criativa e provocativa a combinação de elementos conflitantes impressiona e nos tira do lugar comum quanto ao gênero metal, além de possuir batidas eletrônicas e tantos outros estilos dentro das músicas, são universos diferentes que conversam entre si e produzem um efeito fascinante. Confira os álbuns "Devil is Fine" (2016) e "Stranger Fruit" (2018).

03- All Them Witches (EUA) Blues Rock/Neo-Psicodelia
Formada em 2012 em Nashville, a banda possui uma atmosfera setentista psicodélica regada a muito blues, pegadas de country, um hard rock clássico e stoner rock. O álbum "Lightning at the Door" (2013) é viciante e hipnotizante. A banda é bastante produtiva e conta com cinco álbuns em sua discografia.

02- Balthazar (Bélgica) Indie Pop/Rock
Banda belga de indie pop formada em 2004 e que soma três álbuns em sua carreira, "Applause", de 2010, "Rats", de 2012 e "Thin Walls", de 2015, recentemente voltou a ativa após um hiato de quatro anos surgindo com novos singles, como "Fever" e "Entertainment". Com uma aura descontraída e dançante é impossível não se encantar!

01- Dennis Lloyd (Israel) R&B/Jazz/Reggae Fusion
Nir Tibor, conhecido profissionalmente por seu nome artístico Dennis Lloyd é um produtor, cantor, compositor e multi-instrumentista israelense. Com vários singles em destaque sua música exibe um apaixonante R&B alternativo, sua voz produz tranquilidade e sensualidade e ele ainda coloca todo o seu talento como instrumentista. Um som agradável e notavelmente bem feito! Confira as canções: "Leftovers", "Snow White", "Playa" e "Nevermind".

Bônus

Jason Kane and The Jive (EUA) Hard Rock/Blues Rock
Formada em 2014 no Texas, a banda apresenta um hard rock clássico de alta voltagem, com dois álbuns lançados, "Jason Kane and The Jive" e "Hellacious Boogie" (2018), se destacam pela vibração e potência sonora, um ótimo achado para os amantes do Rock'n Roll.