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terça-feira, 19 de dezembro de 2017
My Happy Family (Chemi Bednieri Ojakhi)
"My Happy Family" (2017) dirigido por Nana Ekvtimishvili e Simon Groß (Na Flor da Idade - 2012) é um filme bastante interessante por retratar uma mulher se libertando das convenções sociais depois de muitos anos se doando à família. Aborda a quebra do modelo patriarcal num país conservador, a Geórgia, e propõe um olhar para os desejos próprios da mulher sem a pressão e intromissão familiar.
Em uma sociedade patriarcal, uma família georgiana comum vive com três gerações sob um mesmo teto. Todos ficam chocados quando Manana (Ia Shugliashvili), 52 anos, decide sair da casa de seus pais e morar sozinha. Sem sua família e seu marido, uma viagem para o desconhecido começa.
A rotina diária de Manana é caótica, não sobra espaço para si mesma, ela é uma professora dedicada e ajuda no sustento da casa que divide com mais seis pessoas, portanto, não há descanso, sua mãe é o alicerce da casa e sempre está preocupada com a cozinha, os afazeres e reclama de tudo, o pai está doente e cada vez mais ranzinza, os filhos são distantes e fazem o que bem querem, o namorado da filha também mora lá e o marido é acomodado por ser benquisto, e quando Manana sai de casa todos ficam querendo encontrar um motivo, pois ele é considerado um bom marido. Manana é invisível naquela casa, age conforme as tradições, mas ela não suporta mais sorrir sem ter vontade e ter que se anular, não sente prazer nenhum em sua vida, pois se metem até nas pequenas coisas, como comer bolo no lugar do jantar, se acham no dever de dar suas opiniões, mas todo esse cansaço não reflete desamor, não quer dizer que não gosta de seus filhos e que os está abandonando, até porque eles são adultos, o momento de voar chegou e Manana aluga um apartamento simples, mas arruma do seu jeitinho, somente um sofá, chá ou vinho, livros, música e a visão das folhas sendo balançadas pela brisa; o sossego, a liberdade de ser quem ela é, sem conversa fiada e regras a seguir.
Apesar da história se passar na Geórgia, um país muito conservador, o teor é universal, e a maneira introspectiva com que a história se desenrola dá a possibilidade de olhar tudo pelo próprio olhar de Manana, ao contrário de sua família ela é calada e não briga com ninguém, apenas quer se recolher, isso mostra o tabu existente nas escolhas da mulher, pois quando se inverte os papéis, a mulher se afastando da casa, as pessoas ficam espantadas querendo saber o motivo, é um escândalo.
Manana se sente sufocada e angustiada, não há espaço para as suas vontades, e é bonito ver em seu semblante a lenta transformação que ocorre quando sai de casa, o peso da imposição indo embora, essa é uma perspectiva bonita do filme, mas a trama concentra-se na discussão gerada a partir da decisão de Manana, as conversas em torno, os mais velhos indo aconselhá-la, a figura paternal, o irmão, por exemplo, querendo se intrometer demais sob um pretexto de proteção e cuidado, e os filhos, jovens indo por essa linha de pensamento machista e retrógrada, o quanto os outros se importam com o status e parecem saber mais da vida alheia do que da própria, como na festa em que reúnem-se velhos amigos da escola e as mulheres fofocando na frente dela mesmo, primeiro chocadas com a "separação" e elogiando o marido, para logo depois soltarem papos dos quais nem mesmo Manana tinha conhecimento.
"My Happy Family" carrega uma ironia forte no título, abrange todos os conflitos femininos, a imposição de casar e ter filhos, construir a família perfeita para os outros, se anulando e fingindo felicidade, vale ressaltar mais uma vez que esse sentimento que Manana sente de ir e abraçar-se não quer dizer que não ame seus filhos ou seus pais, mas é uma necessidade de se livrar da sensação de aprisionamento desse conservadorismo, e de fato encontrar a felicidade em pequenos momentos, como escutar a música que gosta, comer um bom pedaço de bolo e sendo o que ela realmente é sem a obrigação de agradar ninguém. É um filme indiscutivelmente bem realizado, crítico, sensato e importante.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
O Presidente (The President)
"O Presidente" (2014) do sublime diretor e ativista Mohsen Makhmalbaf (Gabbeh - 1996, O Silêncio - 1998) retrata com imensa sensibilidade uma fábula sobre a destituição de um ditador e a substituição de uma violência por outra gerada a partir do ódio, da desordem e do desejo de vingança. Mohsen com um olhar inteligente e amplo nos oferece um ponto de vista difícil, porém essencial de que a violência seja qual for nunca será o caminho, a vingança contra o seu opressor é tão cruel quanto aquela sofrida.
Numa aldeia fictícia do Cáucaso, o Presidente (Mikheil Gomiashvili) em fuga tem apenas a companhia do neto (Dachi Orvelashvili) de cinco anos. Um golpe de Estado aconteceu e o ditador agora circula pelas terras que um dia governou disfarçado de músico. Pela primeira vez ele se aproxima realmente da gente que por tanto tempo liderou, finalmente conhecendo aquele que era seu povo.
Numa aldeia fictícia do Cáucaso, o Presidente (Mikheil Gomiashvili) em fuga tem apenas a companhia do neto (Dachi Orvelashvili) de cinco anos. Um golpe de Estado aconteceu e o ditador agora circula pelas terras que um dia governou disfarçado de músico. Pela primeira vez ele se aproxima realmente da gente que por tanto tempo liderou, finalmente conhecendo aquele que era seu povo.
O filme é todo composto por belas cenas de imenso impacto, ele já se inicia mostrando o poder concentrado na figura de um homem cruel, mas que exibe carinho por seu neto, a humanização do personagem, com um simples telefonema ordena que as luzes da cidade se apaguem, o menino brinca com o poder que lhe é oferecido e a repete até que de repente a ordem de acender não seja concedida, é o início da revolução. A família do governante pega um avião para outro país e o menino aos prantos não deseja ir, como ainda o Presidente não tinha noção da proporção dos acontecimentos fica com o neto, a situação se agrava rapidamente com os cidadãos em fúria e é obrigado a fugir, se disfarçando de músico. A jornada é humanista, mas não permite a redenção ao tirano, ele se vê diante do povo que sofreu com a suas maldades, antes a opulência o afastava da realidade, apenas ordenava, não via o sofrimento, agora relegado à miséria sente medo rodeado por uma população com sangue nos olhos para matá-lo, sua sensibilidade é ativada, mas principalmente por conta da convivência com seu neto. O medo o domina, ele vai fugindo e cada canto que se esconde continua oprimindo as pessoas, por exemplo, na casa do senhor que corta sua barba e cabelo. Interessante observar a gradativa despersonalização do garoto, antes um menino mimado que se exibia com títulos e honras, em sua inocência vai deixando de lado esses costumes, por muitas vezes comete deslizes ao se dirigir ao avô com pompa e elegância e fazer continências.
Por se passar em um lugar fictício essa fábula pode ser encaixada em qualquer sociedade, a mensagem é de como o poder transforma os seres humanos, e que é preciso tomar cuidado com políticos que exibem falácias agradáveis, que dizem o que queremos ouvir diante de situações críticas, onde nada mais parece funcionar o desejo de um líder cresce, se a população der poder suficiente, é certo que não acabará bem.
Por se passar em um lugar fictício essa fábula pode ser encaixada em qualquer sociedade, a mensagem é de como o poder transforma os seres humanos, e que é preciso tomar cuidado com políticos que exibem falácias agradáveis, que dizem o que queremos ouvir diante de situações críticas, onde nada mais parece funcionar o desejo de um líder cresce, se a população der poder suficiente, é certo que não acabará bem.
A reflexão sobre o poder e a violência é pertinente e causa um mal-estar, apesar da sensibilidade que o diretor imprime, a história é pesada e os alívios cômicos que perpassam algumas cenas é algo como um riso desesperado. Lidar com um personagem mal que não poupa a população da fome, trabalhos infantis, estupros e muita violência enquanto esbanja em seu palácio e logo após a derrocada se infiltrar disfarçado e conviver com essas pessoas dilaceradas e ainda tentando salvar seu pequeno neto - a inocência em meio a tanta odiosidade, é deveras muito complexo. Aproximamo-nos dele e à medida que a história avança e as pessoas compartilham as suas misérias que foram causadas por esse ditador, gera estranheza perante essa situação de humanização, mas percebemos que o ódio nunca é o caminho, é preciso refletir para percorrer de outra maneira, a violência que essa população quer cometer contra ele é também perversa, é um ciclo interminável de crueldades, é necessário parar para questionar. O filme propõe que pensemos nestes limites.
"O Presidente" é uma obra impactante que prima pelo debate e consciência, o regime extremista é sempre uma má escolha, o diretor sabe do que está falando, viveu na pele torturas e atentados, os filmes de Mohsen Makhmalbaf precisam ser vistos, são essenciais.
Destaque para a emocionante interpretação do pequeno Dachi Orvelashvili, é pra aplaudir de pé, suas inocentes ações causam tensão e toda a sua composição, olhares e gestuais são incríveis. O filme gera angustia e é delicadamente aflitivo.
"Reações violentas geram violência e, portanto, paz gera paz. Nossa responsabilidade, como artistas, é difundir o conhecimento. Só a cultura nos salva." (Mohsen Makhmalbaf)
Destaque para a emocionante interpretação do pequeno Dachi Orvelashvili, é pra aplaudir de pé, suas inocentes ações causam tensão e toda a sua composição, olhares e gestuais são incríveis. O filme gera angustia e é delicadamente aflitivo.
"Reações violentas geram violência e, portanto, paz gera paz. Nossa responsabilidade, como artistas, é difundir o conhecimento. Só a cultura nos salva." (Mohsen Makhmalbaf)
segunda-feira, 13 de julho de 2015
A Ilha dos Milharais - Corn Island - Simindis Kundzuli
"A Ilha dos Milharais" (2014) dirigido por George Ovashvili (A Outra Margem - 2009) é um filme simples, sensível, triste e poético. É daquelas lindas e raras obras que com pouquíssimos diálogos conseguem transmitir muito. A força da imagem é exuberante e é minucioso ao retratar ciclos.
O Rio Enguri forma a fronteira entre a Geórgia e a República separatista da Abecásia. A tensão entre as duas nações se mantém desde a guerra de 1992 e 1993. Toda primavera, o rio leva o solo fértil do Cáucaso até as planícies da Abecásia e do noroeste da Geórgia, criando pequenas ilhas, pequenas terras de ninguém. Um velho agricultor constrói uma cabana para ele e sua neta adolescente numa dessas ilhas. Ele ara a terra e juntos semeiam o milho. Assim como sua neta adolescente se transforma em uma mulher e assim como o milho amadurece, o velho agricultor se depara com o inescapável ciclo da vida.
O longa se passa todo nessa ilha que se forma no meio do rio e cuja terra é fértil, o homem (Ilyas Salman) começa a construir uma casinha de madeira e a preparar a terra para plantar milho com a ajuda de sua neta (Mariam Buturishvili), acompanhamos um árduo trabalho, eles pelo que parece não tem uma proximidade, deduz-se isso pelos olhares da menina, é certo que ela deva ter perdido os pais pra guerra. Estando numa fase de transição de menina para mulher toda vez que os soldados passam por lá fazem gracinha, desconfortável e vulnerável em diversas ocasiões ela se esconde para poder se limpar, o seu desabrochar anda junto com o ciclo da natureza, aliás maravilhosamente bem retratado, a plantação aos poucos crescendo, as tempestades que os ameaçam, e todas as mudanças que se dá nesse lugar com o tempo. As imagens vão nos contando a história, o homem que cada vez mais parece cansado, suas mãos calejadas, seu rosto marcado, em contrapartida com a neta, que tem muito ainda por descobrir e aprender.
O filme é uma experimentação maravilhosa, um exercício de contemplação, as belezas naturais, o processo da natureza, o trabalho pesado, a espera, o espaço, as angústias. Lembrando bastante "Tangerines", uma obra tão linda quanto, reflete sobre a estupidez da guerra e as suas consequências. Eles estão em uma terra de ninguém, mas as ameaças chegam pela ronda constante dos soldados, principalmente quando encontram um homem ferido no milharal, a vulnerabilidade dos personagens se tornam mais latentes, assim como a tensão.
É um belo trabalho cheio de poesia capaz de nos emocionar, toda a sequência final por exemplo é de cortar o coração, mas era esperado, pois do mesmo modo que a natureza a permite cultivar, também pode ser agressiva e destruidora. Os ciclos são retratados de forma minimalista e nos encanta a cada cena. É bonito, apesar de dificultoso ver todo o trabalho, a construção da casinha, a plantação crescendo, assim como os simbolismos expostos envolvendo a transição da menina. Esse tipo de obra imersiva não tem como não acrescentar em nossa vida, é de uma beleza imensurável, os poucos diálogos bastam e os detalhes e gestos fazem toda a diferença.
Sob um ritmo lento e delicado acompanhamos as mudanças, seja da pequena ilha e a plantação, do avô e da neta, além dos conflitos que acontecem ao redor.
"A Ilha dos Milharais" une assuntos como política e natureza e ainda nos faz pensar sobre a inevitável passagem do tempo e seus ciclos.
quinta-feira, 19 de março de 2015
Tangerinas (Mandariinid)
"Tangerinas" do diretor Zaza Urushadze é um filme estoniano lindíssimo que retrata a inutilidade da guerra.
A história acompanha Ivo (Lembit Ulfsak), que com a ajuda do produtor de tangerinas Margus (Elmo Nüganen) e do médico Juhan (Raivo Trass), salva a vida do checheno Ahmed (Giorgi Nakashidze) e do georgiano Niko (Misha Meskhi), em um povoado estoniano da Abecásia no meio da guerra de 1992. Neste ano estoura a guerra entre chechenos e georgianos pelas posses de terra da região da Abecásia, onde grande parte da população de estonianos acabou deixando o local. Entre os que ficaram está Ivo que vive isolado e fabrica caixas de madeira que são usadas para encaixotar as tangerinas cultivadas por seu amigo e vizinho Margus.
Um dia Ivo é surpreendido por dois soldados que pedem por comida e perguntam o porquê dele continuar lá em meio a guerra. Dias depois acontece um tiroteio na frente da casa de Margus, e Ivo se depara com aqueles dois soldados, um morto e o outro gravemente ferido. Ao enterrar os georgianos que morreram no ataque percebem que um ainda respira, e de repente Ivo está com um checheno e um georgiano dentro de sua casa. O checheno Ahmed e o georgiano Niko são cuidados por Ivo do mesmo jeito, pois tanto para Ivo como para Margus não importa a rivalidade, não existem lados, são dois seres humanos necessitando de ajuda, aos poucos eles vão melhorando e prometem acabar um com o outro, mas em respeito a Ivo uma trégua é feita. As ameaças são constantes e novamente tréguas são refeitas, Ivo os repreende como crianças e estes dois muito agradecidos vão tomando consciência, um vai vendo o lado do outro e convivendo aparece o lado humano e percebem que nem sabem pelo que estão lutando.
"Tangerinas" é um filme antibélico e de maneira linda consegue expor o lado mais bonito do ser humano. Ivo é um personagem emocionante, impossível não se encantar com seu jeito e suas palavras. Outro ponto bem bonito é a relação de amizade dele com Margus, um homem simples que cultiva suas tangerinas e cuja única preocupação é o fato delas estragarem.
É deveras tocante, pois nos lembra que se o ser humano respeitasse o outro por consequência as coisas se tornariam mais simples. Cada um tem o seu valor seja de que lugar for. Em um dos diálogos Ahmed diz gostar de música georgiana, e quando perguntado por Ivo sobre o direito de matar, o silêncio acaba sendo a sua resposta.
"Tangerinas" é um filme intimista, muito bem ambientado dando a sensação de vazio produzido pela guerra, e que promove um sentimento de otimismo em relação ao ser humano, sente-se orgulho dos personagens em muitas partes. É um longa imperdível que deveria ser visto por todos. Pouco importa quem chegou primeiro e quem tem o direito, todos merecem viver. A guerra destrói, ninguém sai ganhando. O recado que o personagem passa é valioso e nos faz sentir mais próximos uns dos outros.
"Tangerinas" é daqueles filmes que transforma um tema pesado em algo prazeroso, é simples mas traz uma profunda e reflexiva mensagem sobre paz.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
A Outra Margem (Gagma Napiri)
"A Outra Margem" (2009) dirigido pelo georgiano George Ovashvili, nos conta uma emocionante e comovente história. Tedo e sua mãe são refugiados da Abecásia, região da Geórgia, escapando da chamada "limpeza étnica". Doente, o pai de Tedo foi obrigado a ficar para trás. Agora, mãe e filho vivem numa cabana abandonada no subúrbio de Tbilisi, a capital georgiana. Tedo é aprendiz de mecânico e sua mãe trabalha como balconista. Muitos anos se passaram desde a mudança deles, mas Tedo ainda não consegue se adaptar ao novo ambiente. Ele se culpa por não conseguir contribuir financeiramente para melhorar a situação deles e tem sérias dificuldades em aceitar a vida que sua mãe leva. Ver sua mãe com um amante foi a gota d'água e ele decide voltar para casa atrás de seu pai. Ele espera que isso irá resolver todos os seus problemas e trazer seus sonhos de volta.
Na sua jornada, ele passa por diversas aventuras e cruza com variadas pessoas que o fazem entender mais sobre a vida. Tedo encontra muitas pessoas pelo caminho e por vezes não é bem recebido pelo fato de ser refugiado, ele sofre duros golpes, e quando acha que já viu de tudo, ao chegar no lugar onde pensa encontrar seu pai, percebe que era tudo fruto de sua imaginação, seu pai constituiu outra família para poder ficar no lugar onde se encontra, e Tedo se vê sozinho e abalado pelos acontecimentos.
Às vezes é melhor ficar onde estamos, porque podemos encontrar coisas que não queremos, desenterrar um passado pode custar caro, a Tedo custou a sua ilusão e um futuro incerto. Pouco sabemos sobre a guerra civil na Geórgia e seus sistemas separatistas. É um assunto atual, porém pouco explorado. Tedo faz parte dessa história e nos mostra o quão difícil é viver nesse meio. Na verdade pouco importa a guerra para Tedo, ele só quer encontrar o pai, um caminho do qual é pior que qualquer guerra, a sensação da esperança sendo arrancada de forma brusca é a mesma.
Esse é um tipo de cinema que vale muito a pena conferir. "A Outra Margem" ganhou mais de 27 prêmios ao redor do mundo. Isso se deve a atuação do garoto e de sua expressão física e emocional. Nos arrebata de maneira suave e natural. No início o vemos tentando ganhar dinheiro, assistente de um mecânico, depois furtando junto com outro menino, tudo para ajudar sua mãe, mas nervoso por ela estar saindo com outro homem, decide sair sozinho em busca de um pai que nem sabe se está vivo. Percorre trechos perigosos, se depara com pessoas estranhas, algumas o recebem e o ajudam, outras o agride moralmente e fisicamente, ele está literalmente jogado no mundo, a mercê dos perigos da guerra.
Ao chegar no lugar desejado percebe que tudo foi ilusão, mas nessa jornada aprendeu muitas coisas com as pessoas que encontrou, algo que levará para vida inteira. O final é bonito e inevitável não se emocionar.
"A Outra Margem" é um longa diferente de um país esquecido, cheio de poesia e humanidade conta a linda história de uma criança descobrindo a vida em tempos difíceis.
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