quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Dublê do Diabo (The Devil's Double)

Dirigido por Lee Tamahori, "O Dublê do Diabo" mostra a história real de Latif Yahia, dublê de Uday Hussein, ambos interpretados por Dominic Cooper. Uday é filho de Saddam Hussein (Philip Quast) e cisma em querer uma cópia de si mesmo para usá-la aonde não quisesse aparecer, então escolhe Latif que era seu colega de escola e decide fazê-lo seu irmão. Latif rejeita o cargo, mas não se tem muito a fazer diante do poder de Uday, e assim se torna dublê de um dos homens mais poderosos e inescrupulosos.
Durante o longa são inseridas imagens da guerra do Golfo, e a entrada dos Estados Unidos no país, que desejavam derrubar o ditador, porém a história frisa a relação de Uday e Latif. A partir do momento em que Latif fica farto de sua situação a tensão aumenta, as cenas de ação são bem feitas e até chocantes. Uday Hussein é um homem mimado e extremamente cruel, caracterizado no filme como drogado, pedófilo, covarde e homossexual, é por vezes muito caricato, mas talvez, seja para amenizar o horror de sua personalidade dentro do contexto do filme. Latif, seu dublê é um homem honesto, quase um herói, está bem explícito a diferença entre os dois, mesmo sendo iguais. Ele tinha tudo, as melhores vestimentas, relógios, luxo e mulheres em demasia, mas a maior parte do tempo ele resistia a tudo isso. A situação piora quando Latif se envolve com Sarrab (Ludivine Sagnier), uma das preferidas de Uday.
"The Devil's Double" é um livro escrito pelo próprio Latif, contando o como conseguiu fugir do Iraque em 1991. Latif teria passado por várias cirurgias plásticas para ficar parecido com Uday. E nas aparições feitas para substituir o original, conta-se 11 atentados contra o filho de Saddam Hussein.
O filme seduz pela sua narrativa, e mesmo pesando na caricatura do personagem Uday, vale muito ver Dominic Cooper se desdobrando, um é completamente insano e maldoso e o outro de bom caráter. Um ponto a se destacar é o sorriso do maléfico Uday, que transpõem perfeitamente a pessoa que é.

É um ótimo entretenimento, garante boas cenas de ação ao retratar um personagem tão conhecido por suas maldades, claro, que nem tudo pode ser encarado como fato histórico, é uma obra ficcional, até porque se fosse abordar o assunto, viraria um documentário sobre torturas e barbaridades cometidas por poderosos. Ainda que contenha cenas fortes, como estupros e assassinatos, o filme apela pelo lado da ação e não do horror. O longa tem um ritmo contagiante, e sem dúvidas, um dos melhores momentos é quando Latif imita o caricato Uday, o que alivia e concede comicidade.

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