quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Mandy

"Mandy" (2018) dirigido por Panos Cosmatos (Além do Arco-Íris Negro - 2011) é um filme lisérgico, insano, trash, maníaco, sangrento e cheio de referências, é uma jornada de vingança estilizada. Muito se fala da volta triunfal de Nicolas Cage, certo que ele faz tempo que desandou na escolha dos papéis e que ultimamente um ou outro se salva, cito aqui o dramático "Joe" (2013), o tarantinesco "Dog Eat Dog" (2016) e o surtado "Mom and Dad" (2017), mas ele é um grande ator e aqui demonstra a sua versão alucinante ampliada.
Noroeste Pacífico. 1983 d.C. Forasteiros, Red Miller (Nicolas Cage) e Mandy Bloom (Andrea Riseborough) levam uma amorosa e pacífica vida. Quando seu refúgio é selvagemente destruído por um culto liderado pelo sádico Jeremiah Sand (Linus Roache), Red é arremessado para uma jornada fantasmagórica repleta de vingança sangrenta e entrelaçada com fogo.
O filme começa mostrando a vida idílica do apaixonado casal Red e Mandy, a estranheza permeia a obra desde o começo com uma atmosfera de sonho, a psicodelia vai tomando conta à medida que o culto liderado por Jeremiah (Linus Roache) surge. Jeremiah é um louco que fica obcecado por Mandy e convoca seu séquito para raptá-la, só que Mandy não sucumbe ao charme do ex-cantor de rock e ainda por cima ri da cara dele, o que o deixa irritado e a mata enquanto torturam Red. Os membros por descuido ou burrice deixam Red vivo e assim desvairado de dor e raiva começa a planejar sua vingança, com direito a uma besta e uma arma forjada por ele mesmo - que é inspirada no "F" do logo da banda Celtic Frost. A sua transformação acontece entre gritos, choro e bastante raiva, sua descida ao inferno é retratada com exagero e estilo, o vemos enlouquecido no ácido matando criaturas satânicas com muito sangue no olho, literalmente. 
O filme tem uma mistura fantástica de elementos que nos leva aos aclamados filmes B dos anos 80, é um trash estilizado, suas imagens amolecidas garantem uma viagem alucinógena ao espectador, assim como sua potente e sinistra trilha sonora composta por Jóhann Jóhannsson (falecido em fevereiro deste ano) que contém uma aura permeada pelo metal extremo. É realmente hipnotizante!

A seita perturbada à la Charles Manson denominada como Black Skulls tem desde o líder, um músico falido exibido totalmente maluco à uma gangue de motociclistas da noite à la cenobitas, e Red se infiltra nesse antro e vai matando um por um com muito furor, em uma cena há uma briga com serras elétricas antológica, o personagem de Cage bebe vodca, cheira um pó e viaja no ácido, uma delícia acompanhar a sua alucinante vingança.

"Você é um floquinho de neve cruel"

"Mandy" é um filme que já nasceu cult, para os adoradores do terror e slasher dos anos 80 é um baita presente, claro que o diretor entre tantas referências imprime suas características e o faz delirantemente com muito estilo.

3 comentários:

  1. Não li todo seu texto porque estou curioso com o filme.

    Também concordo que Nicolas Cage é bom ator, mas realmente fica difícil entender suas escolhas de papéis nos últimos anos.

    Abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Essas escolhas "tensas" foram em virtude de dívidas com ex mulher entre outras financeiras (o fisco), por isso aceitava qualquer coisa em troca de dinheiro.

      Excluir
  2. Olha minha querida MaH não via a hora de chegar este momento e chegou! Não sei se você sabia disso, mas o diretor é filho do cara que dirigiu Stallone Cobra e Rambo II, acredita? Clássicos da ação brucutu e infelizmente o mesmo morreu cedo, li em alguns portais que o filho Panos Cosmatos é muito fã de rock e queria vingar a morte precoce do pai. Pra mim conseguiu!

    Nunca esquecerei dos termo lisérgico.Espero reassisti-lo chapado, porque aquele começo são me deu dor de cabeça acredita!? Eu particularmente amei o filme rs! Joe está anotado para assistir!

    ResponderExcluir

SE FOR COMENTAR, LEIA ANTES!

NÃO ACEITO APENAS DIVULGAÇÃO.