terça-feira, 16 de outubro de 2018
Errementari/The Devil and the Blacksmith (Errementari - El Herrero y El Diablo)
"Errementari" (2017) dirigido por Paul Urkijo Alijo e produzido por Álex de la Iglesia (O Bar - 2017) é baseado numa fábula do folclore basco recolhida pelo etnólogo e antropólogo basco José Miguel Barandiaran em 1903. Um curioso e surpreendente filme de fantasia, onde junta-se elementos do folclore basco com outros componentes gerais do imaginário coletivo ao terror e uma pitada de humor, o visual é um espetáculo a parte e mesmo que soe exagerado em alguns momentos cativa pela originalidade.
Oito anos depois da Primeira Guerra Carlista de 1833, em uma pequena aldeia de Álava, um comissário do governo começa a investigar uma estranha ocorrência que o leva a uma parte oculta e sombria das florestas locais. Os poucos habitantes dos arredores o contam que diversos assassinatos e roubos ali foram relacionados a pactos com o diabo, e ele descobre a veracidade das histórias da pior maneira possível. Nesse pequeno povoado, vive um ferreiro, Patxi (Kandido Uranga) tão mau que é temido até pelo Diabo. Certo dia, uma menina órfã, Usue (Uma Bracaglia) vai xeretar na sua cabana e descobre que ele mantém um demônio aprisionado.
Vale ressaltar que o cinema basco tem se destacado bastante nos últimos anos graças ao Festival de San Sebastián, cito o drama histórico "Handia" (2017), o delicado romance "Loreak" (2014), sobre a cultura e tradições versus a modernidade "Amama" (2016), e "Errementari" também se inclui com a lenda diabólica retratada, há o elemento histórico e cultural, o fantástico, o teatral e caprichados efeitos visuais.
O sinistro ferreiro mora nas profundezas da floresta condenado à solidão por a aldeia o acusar de crimes, esse homem solitário tem um enorme e terrível segredo que aos poucos é revelado quando a pequena Usue invade sua propriedade para tentar resgatar parte de sua boneca, lá dentro um ser demoníaco chamado Sartael está preso numa gaiola, quando a menina entra vê um menino lá e o solta, mas logo a verdadeira face é exposta e Patxi com suas armadilhas tenta capturá-lo, a história toda foi por conta de um pacto, esse homem conseguiu sair vivo da guerra, mas em compensação sua alma seria destinada ao inferno, Sartael meio atrapalhado não consegue dar seguimento e termina preso na casa do ferreiro, passam-se anos e anos até que Usue, que faz parte de um outro terrível acontecimento do passado de Patxi, adentra sua casa e descobre o ser das trevas. O roteiro é super bem amarrado e é cuidadoso no desenrolar, essa lenda basca foi preservada pela tradição oral, as suas raízes e os costumes estão presentes combinados a um humor vigoroso.
O sinistro ferreiro mora nas profundezas da floresta condenado à solidão por a aldeia o acusar de crimes, esse homem solitário tem um enorme e terrível segredo que aos poucos é revelado quando a pequena Usue invade sua propriedade para tentar resgatar parte de sua boneca, lá dentro um ser demoníaco chamado Sartael está preso numa gaiola, quando a menina entra vê um menino lá e o solta, mas logo a verdadeira face é exposta e Patxi com suas armadilhas tenta capturá-lo, a história toda foi por conta de um pacto, esse homem conseguiu sair vivo da guerra, mas em compensação sua alma seria destinada ao inferno, Sartael meio atrapalhado não consegue dar seguimento e termina preso na casa do ferreiro, passam-se anos e anos até que Usue, que faz parte de um outro terrível acontecimento do passado de Patxi, adentra sua casa e descobre o ser das trevas. O roteiro é super bem amarrado e é cuidadoso no desenrolar, essa lenda basca foi preservada pela tradição oral, as suas raízes e os costumes estão presentes combinados a um humor vigoroso.
A caracterização dos personagens é algo maravilhoso, o corpulento e misterioso Patxi vivido por Kandido Uranga, a menina Usue vivida pela estreante Uma Bracaglia, que consegue transmitir toda sua carência misturada a uma revolta, porém em alguns momentos soa irritante ao espectador. Mas, claro, a estrela é Eneko Sagardoy (também incrível como o gigante em Handia) e seu maligno Sartael, o demônio responsável por encontrar coisas escondidas, os seus gestuais e comportamento são marcantes e toda a sua maneira diabólica é combinada por gracejos, no decorrer ele precisa tomar decisões das quais não estava habituado até então, pactua com Usue e a leva até o inferno para encontrar a mãe, porém Patxi se intromete e usando artifícios para lá de bizarros e surreais também desce ao inferno compactuando com Sartael novamente em troca de sua alma e ataca o maior de todos os demônios. É um tanto exagerado esse final, caótico, mas não perde a linha do fantasioso misturado ao seu humor característico.
"Errementari" é jocoso e as figuras diabólicas ganham nossa simpatia, o padre que apenas fala do inferno em suas missas é outro a se prestar atenção, pois condena todos por qualquer coisa a esse destino medonho, a pequena Usue é a única ali que não se importa com a religião e por conta da mãe ter ido supostamente para lá é revoltada e questiona todos ao redor. É um filme com um desenvolvimento que surpreende, uma ambientação que encanta e que dosa o horror e a fantasia com esmero.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
SE FOR COMENTAR, LEIA ANTES!
NÃO ACEITO APENAS DIVULGAÇÃO.