segunda-feira, 25 de março de 2013
Anna Karenina
A mais famosa história sobre infidelidade já foi retratada diversas vezes para o cinema e por grandes atrizes: Greta Garbo em 1935, Vivien Leigh em 1948, Tatyana Samojlova em 1967, versão russa considerada a melhor adaptação da obra de Tolstói, Jacqueline Bisset em 1985, Sophie Marceau em 1997, e a mais recente interpretada por Keira Knighley, queridinha do diretor britânico Joe Wright, conhecido pelas suas excelentes adaptações para o cinema, como "Orgulho e Preconceito", "Desejo e Reparação" e "O Solista".
O clássico de Tolstói não é apenas uma história de traição, ele disserta sobre a sociedade russa e o como ela reagiu ao fato da infidelidade e o silêncio do marido. Tolstói fazia parte da aristocracia russa e por isso os detalhes são precisos, vemos também a preocupação com os camponeses, melhorias no trabalho e a vida no campo. É preciso lembrar que linguagem literária é uma coisa e linguagem cinematográfica é outra, mas a adaptação precisa ter a essência do livro e isso Joe Wright sabe fazer muito bem, ele traz essa história em tom teatral, o que cai perfeitamente, pois na época a sociedade nada mais fazia do que viver encenando.
Século XIX, Anna Karenina é a esposa de Karenin, um rico funcionário do governo. Ela viaja até Moscou para tentar acalmar Dolly, sua cunhada, pois o irmão de Anna, Stiva, um mulherengo, foi infiel e agora o casamento passa por uma crise. Ao chegar na estação de trem ela conhece um oficial, o Conde Alexei Vronsky. Ambos se sentem atraídos, sensação esta que aumenta ao participarem de um baile. Kitty, que era a pretendida de Vrosnky, logo é ofuscada pela beleza de Anna, entre danças coreografadas, a paixão deles aumentam ardentemente. Anna não consegue esquecer Vronsky, nem este a consegue esquecer, entre olhares que denunciam a todos os seus anseios acabam se rendendo ao desejo.
O casamento de Anna aparentava ser normal, uma bela dama, um homem, filho, riqueza, ostentação, mas Anna tinha um grande vazio e Vronsky arrebatou seu coração, ela conheceu a alegria e a dor de uma paixão. Anna foi desprezada pela sociedade, considerada uma mulher sem valor, mas a verdade é que no fundo todas tinham a mesma vontade. O marido Karenin é contido, não exterioriza seus sentimentos, é tido como um santo pela sociedade, defensor da moral e dos bons costumes. Keira Knightley vive uma Anna trágica que ama o filho, mas que é capaz de tudo para viver sua aventura de amor, em meio a uma sociedade que vive de aparências e conveniências é difícil saber se ela estava certa ao se dobrar a uma paixão que de certa forma estava fadada a falhar, já que o sedutor Conde Vronsky não era muito confiável. Entre a estabilidade de um matrimônio considerado perfeito e a paixão descompromissada não é de se estranhar que Anna adoeça e enlouqueça.
Jude Law como o marido Karenin usa de sua versatilidade, se despe de vaidade e mostra que é um grande ator, seus olhares contidos diante a situação é desesperadora, muito religioso ele tenta resgatar a mulher da perdição, ao mesmo tempo em que lida com a mágoa que resulta do orgulho masculino ferido pela traição.
Aaron Johnson como o impetuoso Conde Vronsky se saiu muito bem, esse jovem ator vem se destacando em filmes diversificados e cada vez mais galga seu espaço. O casal Kitty interpretado pela suíça Alicia Vikander (Pura, O Amante da Rainha) e Levin Konstantin (Domhnall Gleeson), mostra o lado mais puro do amor, uma forma de vida comum, baseada simplesmente naquilo que é necessário.
Gostei sobretudo do início que como no livro apresenta Oblonski (Matthew Macfadyen - eterno Mr. Darcy), um chefe de repartição pública que convoca a irmã Anna Karenina para convencer sua esposa Dolly (Kelly McDonald), a não deixá-lo após ter descoberto seu caso com a governanta, mas logo essa parte é deixada de lado, porém é compreensível, já que o foco está na traição de Anna e a reação da sociedade pomposa e espalhafatosa da época.
"Anna Karenina" é uma história que já foi muito adaptada, então o que essa versão traz de novo? A beleza estética, a direção de arte que é perfeita, os figurinos, coreografias, posturas, gestuais, a maneira que colocam as palavras, tudo muito bem cuidado, e o tom teatral faz o diferencial. Mesmo que a critica internacional tenha pegado pesado, Joe Wright mostra que tem ousadia em adaptar um romance de tal porte como é o de "Anna Karenina". Ele modifica, mas não compromete o valor da obra.
Aaron Johnson como o impetuoso Conde Vronsky se saiu muito bem, esse jovem ator vem se destacando em filmes diversificados e cada vez mais galga seu espaço. O casal Kitty interpretado pela suíça Alicia Vikander (Pura, O Amante da Rainha) e Levin Konstantin (Domhnall Gleeson), mostra o lado mais puro do amor, uma forma de vida comum, baseada simplesmente naquilo que é necessário.
Gostei sobretudo do início que como no livro apresenta Oblonski (Matthew Macfadyen - eterno Mr. Darcy), um chefe de repartição pública que convoca a irmã Anna Karenina para convencer sua esposa Dolly (Kelly McDonald), a não deixá-lo após ter descoberto seu caso com a governanta, mas logo essa parte é deixada de lado, porém é compreensível, já que o foco está na traição de Anna e a reação da sociedade pomposa e espalhafatosa da época.
"Anna Karenina" é uma história que já foi muito adaptada, então o que essa versão traz de novo? A beleza estética, a direção de arte que é perfeita, os figurinos, coreografias, posturas, gestuais, a maneira que colocam as palavras, tudo muito bem cuidado, e o tom teatral faz o diferencial. Mesmo que a critica internacional tenha pegado pesado, Joe Wright mostra que tem ousadia em adaptar um romance de tal porte como é o de "Anna Karenina". Ele modifica, mas não compromete o valor da obra.
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