quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019
Predadores do Amor (Hounds of Love)
"Predadores do Amor" (2016) dirigido por Ben Young (Extinção - 2018) é um drama perturbador ao retratar a maldade humana e por a violência ser sugestiva o incômodo aumenta, o que sobressai é sua atmosfera pesada marcada por personalidades doentias. Ambientado na Austrália dos anos 80 e inspirado no caso de assassinatos de Moorhouse cometidos pelo casal David e Catherine Birnie, o horror da história é concentrado na maneira como esse casal age, o ritmo lento amplifica a tensão e as interpretações são minuciosas, todo e qualquer detalhe impressiona, assim como o denso jogo psicológico.
No meio da década de 1980, Vicki Maloney (Ashleigh Cummings) está com 17 anos de idade e é aleatoriamente sequestrada em uma rua do subúrbio por um casal problemático. A medida que ela observa a dinâmica entre os seus sequestradores, ela logo percebe que precisa criar uma barreira entre os dois se quiser sobreviver.
Somos introduzidos de maneira crua em uma cena em slow motion, eles visualizam meninas praticando esporte e depois oferecem carona para uma delas que vai a pé embora, o calor é demais e o casal parece inofensivo, depois dessa introdução segue a vida de Vicki, uma adolescente que não se dá bem com a mãe e quando é impedida de ir a uma festa foge de casa e é abordada pelo casal na rodovia, do mesmo modo parecendo inofensivos e legais aceita e acaba dentro da casa deles. Vicki visualiza o casal se beijando, bebendo e estranha algumas coisas, só que é tarde demais e se sente mal, colocaram algo em sua bebida e, de repente, se vê acorrentada em uma cama.
As sequências de tortura e estupro não são explícitas e isso torna o filme sério e não descamba para o exploitation e serve como um alerta para o quão doentio o ser humano pode ser, que por trás de faces aparentemente amigáveis podem existir perversidades. Vicki sofre nas mãos tanto de um como de outro e conforme o tempo passa percebe a relação instável deles, John é cruel e extremamente abusivo em relação a Evelyn, temos a exata noção da crueldade desse homem, mas Evelyn não possui personalidade própria, é obcecada pelo companheiro e faz tudo o que ele pede, mas não tolera que aproveite das meninas sozinho, e com Vicki esse sentimento se agrava, se sente menos bonita e Vicki acompanhando esses episódios tenta de alguma forma incutir pensamentos negativos sobre John para que talvez ela comece a pensar no domínio que exerce em sua vida, as situações vão se intensificando, ciúmes, obsessão e muita violência, Vicki sofre inúmeros traumas e chega um determinado ponto que não vê saída, mas Evelyn é uma incógnita e suas atitudes imprevisíveis. Emma Booth é sublime e incorpora uma psicopata com maestria, sua performance assusta e sua instabilidade hipnotiza, são olhares e trejeitos assombrosos e marca como uma das melhores dentro desse gênero.
As sequências de tortura e estupro não são explícitas e isso torna o filme sério e não descamba para o exploitation e serve como um alerta para o quão doentio o ser humano pode ser, que por trás de faces aparentemente amigáveis podem existir perversidades. Vicki sofre nas mãos tanto de um como de outro e conforme o tempo passa percebe a relação instável deles, John é cruel e extremamente abusivo em relação a Evelyn, temos a exata noção da crueldade desse homem, mas Evelyn não possui personalidade própria, é obcecada pelo companheiro e faz tudo o que ele pede, mas não tolera que aproveite das meninas sozinho, e com Vicki esse sentimento se agrava, se sente menos bonita e Vicki acompanhando esses episódios tenta de alguma forma incutir pensamentos negativos sobre John para que talvez ela comece a pensar no domínio que exerce em sua vida, as situações vão se intensificando, ciúmes, obsessão e muita violência, Vicki sofre inúmeros traumas e chega um determinado ponto que não vê saída, mas Evelyn é uma incógnita e suas atitudes imprevisíveis. Emma Booth é sublime e incorpora uma psicopata com maestria, sua performance assusta e sua instabilidade hipnotiza, são olhares e trejeitos assombrosos e marca como uma das melhores dentro desse gênero.
Ashleigh Cummings como Vicki angustia por seu sofrimento, pelas crueldades cometidas contra ela e a câmera jamais evidencia esses momentos, fica por conta da nossa imaginação construir essas cenas violentas, e é justamente por isso que o repúdio contra John é enorme, retrata uma mente perversa que provoca dor, seja física ou psicológica, que reduz, humilha e faz um jogo psicológico nojento que deixa Evelyn à mercê acreditando que tudo gira em torno dele e que sempre estará em dívida, ele representa um tipo de salvador e entendemos sua submissão nos instantes em que conta algumas coisas de sua história e, Vicki, por sua vez, tenta fazer ela perceber que sofre de abuso psicológico. Stephen Curry encarna com soberba esse ser desprezível, um trabalho excepcional que mistura sentimentos distorcidos e doentios.
"Predadores do Amor" é uma história pesada e que foge do fetichismo em torno das cenas de violência, coloca a frieza e a psicopatia em primeiro plano, é um estudo de personagens que desestabiliza o espectador tamanha confusão de sentimentos.
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