quinta-feira, 9 de junho de 2016
Ele Está de Volta (Er Ist Wieder Da)
"Você nunca se perguntou porque as pessoas me seguem? Porque, no fundo, elas são como eu, têm os mesmos princípios."
"Ele Está de Volta" (2015) dirigido por David Wnendt (Kriegerin - 2011) é um filme de humor ácido que retrata a volta de Hitler nos tempos atuais. Adaptado do livro homônimo do escritor alemão Timur Vermes mostra que um regime de extrema direita ainda pode fazer sucesso nos dias de hoje. Hitler acorda em pleno outubro de 2014 em frente a seu antigo bunker, inconformado com os rumos da política deseja dar continuidade aos seus ideais, para isso se instala numa banca de jornal para se informar e analisar toda a situação, a sua figura causa espanto e curiosidade por onde passa, dado como um comediante a mídia não perde tempo e logo o transforma numa celebridade, ele se aproveita do momento e faz discursos explosivos, por exemplo, sobre os meios de comunicação. Ele é exaltado nos jornais e internet e consegue muitos seguidores.
Adolf Hitler (Oliver Masucci) é ajudado pelo jornalista Fabian Sawatzki (Fabian Busch) que não se conforma com o fato de que seu novo amigo não saia nunca do personagem, eles seguem pelas ruas de Berlim e fazem contato com pessoas reais que não estão representando, elas são entrevistadas e dizem a respeito da política atual, o interessante e chocante é que a maioria das pessoas concordam com ele e exibem preconceitos, principalmente, contra os imigrantes. Hitler não precisa fazer muito esforço para conseguir seguidores, seus discursos atraem, ele diz o que as pessoas querem ouvir e pronto. Ele é vangloriado, tido como um comediante que não sai de seu personagem, o que causa ainda mais furor, ele conquista um programa próprio, dá entrevistas, tira selfies e propaga ideologias naturalmente.
A mistura de sátira social e documentário traz o diferencial ao filme, ao mesmo tempo que é engraçado, assusta, e o mais importante, alerta, é possível nos dias de hoje um regime fascista se estabelecer, é fácil lembrar de políticos atuantes que se utilizam da oratória para confundir/atrair as pessoas.
"Ele Está de Volta" é um filme profundamente político e questionador, mostra de maneira nova o como o povo alemão se comporta diante a figura de Hitler, mas também é uma crítica à modernidade e o quanto se veicula os discursos de ódio sob roupagens diferentes. Quando Hitler aparece pela primeira vez na TV ele causa uma reação de completo silêncio, ele olha fixamente para a platéia, se impõe e diz: "Quando cheguei ao quarto de hotel, encontrei algo conhecido como televisão por vocês, a tela é fina desse jeito (faz um sinal) fruto da engenhosidade e anos de evolução da tecnologia humana, porém, quando a ligamos eu me surpreendi: todo canal havia cores... e em todos eles, havia culinária. E continua num discurso enérgico: Existem crianças morrendo de fome lá fora, mulheres sendo agredidas e estamos no fundo do poço, o que a TV prefere que vocês vejam? Homens e mulheres cozinhando, como se fosse a última coisa que fariam no fim do mundo que estamos". Fácil se deixar seduzir, não é?
Adolf Hitler (Oliver Masucci) é ajudado pelo jornalista Fabian Sawatzki (Fabian Busch) que não se conforma com o fato de que seu novo amigo não saia nunca do personagem, eles seguem pelas ruas de Berlim e fazem contato com pessoas reais que não estão representando, elas são entrevistadas e dizem a respeito da política atual, o interessante e chocante é que a maioria das pessoas concordam com ele e exibem preconceitos, principalmente, contra os imigrantes. Hitler não precisa fazer muito esforço para conseguir seguidores, seus discursos atraem, ele diz o que as pessoas querem ouvir e pronto. Ele é vangloriado, tido como um comediante que não sai de seu personagem, o que causa ainda mais furor, ele conquista um programa próprio, dá entrevistas, tira selfies e propaga ideologias naturalmente.
A mistura de sátira social e documentário traz o diferencial ao filme, ao mesmo tempo que é engraçado, assusta, e o mais importante, alerta, é possível nos dias de hoje um regime fascista se estabelecer, é fácil lembrar de políticos atuantes que se utilizam da oratória para confundir/atrair as pessoas.
"Ele Está de Volta" é um filme profundamente político e questionador, mostra de maneira nova o como o povo alemão se comporta diante a figura de Hitler, mas também é uma crítica à modernidade e o quanto se veicula os discursos de ódio sob roupagens diferentes. Quando Hitler aparece pela primeira vez na TV ele causa uma reação de completo silêncio, ele olha fixamente para a platéia, se impõe e diz: "Quando cheguei ao quarto de hotel, encontrei algo conhecido como televisão por vocês, a tela é fina desse jeito (faz um sinal) fruto da engenhosidade e anos de evolução da tecnologia humana, porém, quando a ligamos eu me surpreendi: todo canal havia cores... e em todos eles, havia culinária. E continua num discurso enérgico: Existem crianças morrendo de fome lá fora, mulheres sendo agredidas e estamos no fundo do poço, o que a TV prefere que vocês vejam? Homens e mulheres cozinhando, como se fosse a última coisa que fariam no fim do mundo que estamos". Fácil se deixar seduzir, não é?
Hitler vai descobrindo esse mundo novo em que voltou, a modernidade e suas tecnologias com o poder e a velocidade das informações, especialmente percebe o como a mídia conduz a população, além de que sai colhendo informações com as próprias pessoas a fim de saber o que elas querem que seja mudado no país.
Oliver Masucci como Hitler está magnânimo, uma interpretação admirável, ele é exagerado, cínico, eloquente, voraz, e mantém uma postura intimidatória.
O longa é uma comédia inteligente, reflexiva e assustadora. Revela a manipulação que sofremos pela mídia e políticos, somos influenciados por palavras sedutoras bem empregadas, mas que no fundo não passam de mal-intencionadas. O fato é que questionar é a melhor solução, não defender e seguir cegamente ideias propostas, a política é um antro, não há verdades absolutas. É puro jogo de poder e nós temos que ter a consciência para não sermos levados conforme ditam as regras.
É serio que não se precisa de muito para um novo Hitler aparecer, basta alguém com boa oratória, "verdades" que uma população cansada quer escutar, e discursos disfarçados de anti-corrupção com pouco de humor e uma suposta sinceridade. Embora Hitler esteja morto, muitas coisas passadas continuam a ser perpetradas. É preciso estar atento!
Um filme essencial e necessário, assim como o livro de Timur Vermes. São obras desta qualidade que ajudam intensificar a nossa lucidez perante a sociedade em que vivemos.
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Premissa muito interessante, vou procurar este filme.
ResponderExcluirAbraço