quarta-feira, 28 de maio de 2014

John Butler Trio + Ólafur Arnalds

Sempre é bom encontrar novos sons e dar um up na playlist, e é incrível a quantidade de artistas maravilhosos que existem. Infelizmente eles são ofuscados devido a grande enxurrada de mediocridades que reinam na atualidade, mas basta ter um pouco de vontade e pesquisar que inevitavelmente as coisas boas aparecem. Encontrei recentemente em ocasiões diferentes, John Butler Trio e Ólafur Arnalds, o primeiro é um som delicioso para se escutar no carro, no fone, ou em casa com o volume bem alto, o segundo já é mais intimista e requer algumas ouvidas para se acostumar. Aproveitem as dicas e mergulhem no universo musical de cada um.

John Butler Trio
John Butler Trio é uma banda alternativa australiana que mescla rock, reggae, jams, etc. Formada em 1998 por John Butler, vocalista e guitarrista, a banda sofreu várias mudanças ao longo dos anos, incluindo seus integrantes.
A musicalidade é bem ampla e abrange vários e diferentes instrumentos, como o ukulelê. A banda é conhecida por suas ótimas performances ao vivo. Além da maravilhosa sonoridade, as letras têm como objetivo levar mensagens bem atuais, como a destruição da natureza, valores morais, e o capitalismo. Seus álbuns são: "John Butler Trio" (1998), "Three" (2001), "Sunrise Over Sea" (2004), "Grand National" (2007), "April Uprising" (2010), "Flesh and Blood" (2014), e ainda conta com três discos ao vivo. Descobri John Butler por acaso no Youtube, o vídeo da música "Ocean", da qual está somente tocando, fazendo arranjos com o pedal e solando continuamente chama bastante atenção. É impressionante, e para quem curte rock instrumental é um deleite. Em muitas de suas músicas dá vontade de sair dançando ou sentar em volta de uma fogueira e curtir a sincronia que o som faz com a natureza.
John Butler por vezes lembra outros artistas como Jack Johnson, muitas de suas músicas têm uma pegada de surf, outras já pendem mais para o reggae, mas sem deixar o rock e as baladas mais lentas de fora. Essa variedade musical faz com que num único CD possamos aproveitar todas essas vertentes. Não deixem de dar uma vasculhada no Youtube, tem ótimos clipes, como "The Only Ones", é super divertido ao abordar o universo zumbi, e faz parte do álbum "Flesh and Blood". Seja acústico, instrumental, ao vivo, solo, ou em trio, John Butler arrasa, é música boa de se escutar.


Ólafur Arnalds
Ólafur Arnalds é compositor, multi-instrumentista e produtor musical nascido na Islândia. Seu estilo mescla música clássica com pop, são canções minimalistas que nos permitem conhecer um universo diferente do habitual. Suas melodias misturam elementos de música clássica com uma suavidade que beira o pop. As canções servem como som ambiente, e se faz uma ótima companhia. É necessário várias doses para se acostumar, como dizem é preciso educar os ouvidos.
Sua carreira se tornou sólida com o álbum "Eulogy for Evolution" (2007), desde então passou a ter espaço mundo afora. Nesse mesmo período iniciou uma turnê com a banda Sigur Rós, que lhe deu ainda mais visibilidade. Em 2010, lançou um novo álbum, intitulado "...And They Have Escaped the Weight of Darkness". Ólafur produz e compõe muito, além de fazer diversas parcerias. Sem dúvidas um grande artista que entende e respira música. O clima que permeia suas canções são incríveis, é uma renovação do clássico. Para os curiosos e amantes de boa música se faz necessário conhecer Ólafur Arnalds.
As obras deste artista são capazes de retirar do nosso eu mais profundo sentimentos já esquecidos, evoca a melancolia, a nostalgia, o amor, a solidão, a alegria, a esperança, a liberdade, a vida...


*Deixo a dica de um documentário do qual ele faz parte e discute a atual realidade da arte. "PressPausePlay" (2011) é um documentário que investiga a revolução digital que está transformando o nosso conceito de arte e cultura. Ele abre uma discussão sobre os efeitos positivos e negativos da tecnologia sobre as indústrias da música, cinema, fotografia e literatura. Com ferramentas de criação mais acessíveis e fáceis de usar, ampliou-se a democratização da arte permitindo que qualquer pessoa possa ser um artista, um músico, um cineasta. Alguns acreditam que a era digital revolucionou a arte para melhor e que este é o momento mais fértil para os artistas. Com a invenção da Internet e a explosão das mídias sociais, testemunhamos cada vez mais manifestações artísticas. Mas, com a democratização da cultura, vem o perigo da mediocridade e de se confundir o artista com o público. Quebrar todo o ruído está cada vez mais difícil e há possibilidades de o talento se perder ao longo do caminho.

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