quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
Der Bunker
"Der Bunker" (2016) dirigido pelo estreante grego/alemão Nikias Chryssos é um filme inteiramente bizarro e divertido, a estranheza é tanta que dá medo.
Necessitando de paz e privacidade para se concentrar num trabalho acadêmico, um jovem estudante (Pit Bukowski) se hospeda no bunker subterrâneo da casa de uma família na floresta. Tudo parece bem, até que os anfitriões começam a solicitar constantemente que o jovem seja tutor de seu filho Klaus (Daniel Fripan), de oito anos. O casal quer que ele receba uma educação integra, ao passo que o jovem acaba tendo menos tempo para seus estudos e a fachada familiar vai se rompendo. Percebendo que Klaus está totalmente dominado e oprimido pelas elevadas expectativas de seus pais, o jovem toma as dores do garoto e a situação foge do controle.
Do ponto de vista artístico o filme é irretocável, composição de ambiente e personagens são o destaque, além das primorosas e inimagináveis atuações, Daniel Fripan é medonho com suas roupinhas e trejeitos, David Scheller tem momentos memoráveis como pai de Klaus, expressões faciais divertidíssimas, e como a mãe, Oona von Maydell, se desdobra para fazer uma mulher autoritária que encorpora um espírito que dita as ordens pela ferida da perna dela. Quase o tempo todo nonsense, a história fica girando em cima de situações cada vez mais esquisitas, as relações dentro deste bunker são patéticas, mas ao mesmo tempo curiosas, o porquê de tudo não é respondido e o tempo todo cogitamos possibilidades, mas o desfecho vem e a sensação que fica é de perplexidade.
O estudante se desloca até esse local para trabalhar na teoria de Higgs, mas aos poucos é absorvido pela excentricidade da família, nada é trabalhado de maneira comum, desde os pequenos afazeres e conversas, quando a mãe auxiliada pela voz decide que o estudante precisa educar seu filho, acompanhamos uma série de momentos divertidos, praticamente obrigado ele aceita a tarefa e tenta introduzir algum conhecimento na mente deste menino que aparenta ter uns trinta anos e que induzido pelos pais acredita que poderá ser o presidente dos EUA. Vendo que não há táticas eficazes a violência começa a ser utilizada, pois só assim Klaus compreende. Os pais felizes com a sua evolução pouco se importam e parabenizam o estudante pelo empenho, só que com o passar do tempo ele sai em defesa de Klaus e o ajudará a escapar deste ambiente claustrofóbico.
Se fosse para pensar em algum sentido, talvez seria uma crítica sobre a educação e seus métodos que não ajudam aqueles com mais dificuldades colocando-os todos no mesmo pacote e pronto, e as expectativas que os pais depositam nos filhos, inserindo ideias de futuro que obviamente sabem que não acontecerão, gerando assim muita frustração.
Não para definir e categorizar, o filme tem um poder de atração incrível, já que as encenações é o que nos capturam. O clima de suspense criado é também outro responsável, além do ambiente chamar bastante a atenção.
"Der Bunker" supre a carência por novidades, é original, surpreendente, carrega um humor incomum e traz personagens sensacionais, Klaus entrou pro rol das maiores esquisitices criadas no cinema.
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Totalmente bizarra a história...rs
ResponderExcluirAbraço