sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Invenção de Hugo Cabret (Hugo)

Baseado no livro de Brian Selznick, Hugo Cabret é uma homenagem criativa à sétima arte. Martin Scorsese só faz ressaltar o quão genial ele é.
Hugo (Asa Butterfield) perde seu pai e se vê completamente sozinho, vai morar com o tio bêbado na estação de trem, mas logo este desaparece e o menino fica incumbido de tomar conta dos relógios da estação. Ele junta peças para reconstruir um autômato, que seu pai trouxe do museu que trabalhava.
Passando dificuldades comete alguns furtos, e um dia é pego numa loja de brinquedos, é obrigado a trabalhar para o misterioso dono da loja, e sempre esgueirando-se para não ser encontrado pelo inspetor (Sacha Baron Cohen).
Lá ele encontra Isabelle (Chloe Moretz), filha adotiva do comerciante, o grande George Méliès (Ben Kingsley) pioneiro cineasta que passou por uma grande decepção e nem quer ouvir falar em cinema. As crianças curiosas passam a querer descobrir o que aconteceu com Méliès, assim começa uma aventura deliciosa sobre os primórdios da cinematografia.
O filme tem um tom pedagógico, mas é contado com muita sensibilidade, nos emocionando perante os acontecimentos da vida de Hugo, e pelo carinho que sentimos por aquele homem chamado Méliès.
Asa Butterfield (O Menino Do Pijama Listrado) com aqueles olhos tão expressivos consegue dar a pureza exata para o personagem que sofre, apesar de ser criança. Ele mantém a magia em seu coração e sonha.
Chloe Moretz (500 Dias Com Ela) faz uma singela homenagem à literatura entrando em várias ocasiões naquela biblioteca magnífica, e é através dela que Hugo encontra o seu propósito.
Sacha Baron Cohen (Borat) é um tipo de "vilão" que sofreu pela guerra, ao mesmo tempo engraçado, ele às vezes dá um tom de complexidade para seu personagem, como quando tenta conquistar a florista da estação e nem ao menos sabe qual é o seu melhor sorriso.
Ben Kingsley (Ghandi) é o personagem que nos permite viajar no tempo e rever toda a história do cinema, fazendo com que não esqueçamos do quanto foi importante o início de tudo, e principalmente que é através daqueles rolos de filme que nossa imaginação flutua e que sempre causará surpresas, alegrias, lágrimas e muitos sorrisos.
A fotografia do filme é algo deslumbrante, ambientada em Paris na década de 30, na estação de trem Paris Nord, o contraste das cores, a luminosidade da estação, colabora para que a magia se torne algo sublime. A trilha sonora é outro componente que nos toma por completo. Não é à toa que o filme teve onze indicações ao Oscar e levou cinco estatuetas.

Uma viagem ao fantástico e ao lúdico que mostra um lado mais emocional do diretor Martin Scorsese. Metáforas do tempo são colocadas no filme e uma nostalgia rodeia todo o enredo, como se o passado fosse mais interessante do que o presente.
Além dos filmes de Georges Méliés (1861-1938) como o tão famoso Viagem à Lua (1902), que nos mostra que o objetivo do cinema sempre foi transportar as pessoas para uma outra realidade, também são mostradas cenas de personagens, como Chaplin, Buster Keaton, Louise Brooks, Tom Mix e de filmes como, O Homem Mosca, O Grande Roubo do Trem, A General, entre outros.
Uma narrativa que seduz e fascina, realmente uma obra primorosa e única!

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