segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A Última Estação (The Last Station)

Léon Tolstói (Guerra e Paz, Anna Karênina) foi um dos melhores escritores e pacifistas do século XIX, esse filme não é uma cinebiografia, mas conta os últimos anos da vida de Tolstói.
Diretor e roteirista Michael Hoffman revela a relação amorosa devastadora de Léon e sua mulher Sofya (Helen Mirren) casados há 48 anos. Em seus últimos anos de vida, Tolstói (Christopher Plummer) entrou em conflito com a mulher, pois ela queria fazer fortuna com os livros publicados, a fim de deixar uma boa herança para seus treze filhos, mas Tolstói queria fazer de suas obras um domínio público, ele acreditava que escrevia para o povo, e não poderia ganhar dinheiro com aquilo. Com a ajuda de seu amigo Chertkov (Paul Giamatti), planejava escrever um testamento, deixando tudo o que tinha para o povo, e Sofya brigava loucamente para que isso não acontecesse.
Um jovem seguidor de suas doutrinas Tolstoianas, Valentim Bulgakov (James McAvoy) se aproxima da família no período mais turbulento, e se dispõe a ajudar no que for, ficando a par de opiniões, acaba sendo um personagem sem graça, mas essencial no desenvolvimento do filme. Ele entendia que cada qual tinha seus motivos, e não interferia em nenhuma questão.
Uma história de amor muito comovente, porém retratada de maneira fria, os cenários não representam o império russo, e sim a Inglaterra daquela época com todas as regras e formalidades, não vi nada que me lembrasse a Rússia. Por trás da história de Tolstói há toda uma cultura e tradição, não enxerguei isso no filme, o que me deixou bastante descontente.
As atuações foram belíssimas, Helen Mirren e Christopher Plummer fizeram com muito zelo, mas os outros personagens me pareceram muito distantes da história, e não fizeram com que me emocionasse, nem mesmo quando a morte de Tolstói acontece.

Assisti simplesmente porque sou uma leitora de Tolstói, não exatamente como gostaria, mas por amar a literatura e me sentir curiosa pela vida desse escritor com grandes ideias sobre o amor. 
O escritor retratado no filme não ganhou profundidade, e principalmente inteligência, deixando que suas ideologias ficassem em torno da ingenuidade, sem percepção do mundo exterior mais pareceu um alienado, e se o verdadeiro Tolstói fosse assim, jamais escreveria Guerra e Paz. Mas a mensagem deixada é aquela velha frase do escritor: "Tudo o que sei, só sei porque amo". É um filme bem humano, onde todos estão sujeitos ao equívoco e a ignorância. A dificuldade de conviver com amor, e a impossibilidade de viver sem ele, esse é o principio da história.

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