terça-feira, 21 de maio de 2013

In the Flesh (1ª Temporada)

"In the Flesh" é a nova série do canal BBC3 da Inglaterra criada por Dominic Mitchell. Situada no futuro próximo, a história acompanha a vida de sobreviventes que enfrentaram o holocausto zumbi. Estes foram eliminados ou capturados pela Human Volunteer Force e agora recebem tratamento médico para que possam ser reintegrados à sociedade, utilizando medicamentos, lentes de contato, implantes e maquiagem corretiva. Assim, eles passam a ser chamados de vítimas do PDS (Partially Deceased Syndrome - Síndrome de Falecimento Parcial). Kieren cometeu suicídio há quatro anos, mas desde então, milhares de zumbis foram reanimados, através de reabilitação e medicação, graças a um plano governamental de inclusão dos afetados. No entanto, as comunidades que foram abandonadas na época da epidemia e que tiveram que entrar na sangrenta batalha contra os zumbis não estão exatamente receptivas a esse novo programa de reintegração.
A trama acompanha Kieren (Luke Newberry), um adolescente morto que acaba sendo ressuscitado após o apocalipse zumbi. Enquanto os pais de Kieren, Steve (Steve Cooper) e Sue (Marie Critchley), estão felizes com a volta do filho, Jem (Harriet Cains), sua irmã, não está nada satisfeita em vê-lo novamente. Ela se tornou membro da HVF (grupo que "protege" a cidade"), liderada por Bill Macy (Steve Evets), pai de Rick, que também volta para casa portando a síndrome.
O mundo das séries me fascina, assim como a criatividade em utilizar temas tão tachados e torná-los em ideias geniais, nesse caso os mortos-vivos. Graças a série "The Walking Dead", várias coisas foram lançadas indo nessa onda, mas com a minissérie "In the Flesh", esqueça a lei de sobrevivência humana que impera nesse tipo de tema, o foco é no pós, quando tudo está consideravelmente controlado e os zumbis estão se reintegrando à sociedade, pois a síndrome do falecimento parcial pode ser revertida com medicamentos. Não há ação, é uma série dramática e inovadora.
O preconceito, hipocrisia, fanatismo religioso, homossexualidade, entre outros assuntos foram utilizados de maneira inteligente. A população torce o nariz para os familiares que recebem seus parentes "mortos" novamente em casa. O pai de Kieren evita tocar no assunto, a mãe se sente deslocada em sua própria casa e a irmã desconta todo o seu sentimento em forma de raiva. Jem não perdoou o irmão por ter cometido suicídio sem deixar sequer um bilhete. A série deixa várias informações para trás como o Website com mensagens destinadas aos zumbis que se sentem mal no convívio com os demais, e também a tal da pílula azul que faz os reabilitados voltarem a agir como animais.

Os flashbacks de Kieren são os melhores momentos da minissérie, principalmente quando o pai o tranca no armário a fim de escondê-lo das outras pessoas e ele começa a se lembrar do dia em que acordou no caixão. Outro acerto é a personagem Amy Dyer, destemida, ela não se intimida de forma alguma com os habitantes da cidade, e enfrenta sem medo quem a olha com críticas. Ela anda sem maquiagem ou lentes, como ela própria diz: in natura. Amy morreu de leucemia, portanto, considera sua condição como uma segunda chance.
Rick que foi o motivo de Kieren ter se matado foi morto em uma guerra no Afeganistão, mas acaba retornando para casa parcialmente vivo, porém seu pai, o cara que controla a cidade para que esses "monstros" não voltem, o trata como se não soubesse de sua condição. Pura hipocrisia.

O tema zumbi é apenas um pano de fundo para coisas reais vividas na sociedade, o preconceito, a hipocrisia, fanatismo religioso, homossexualidade, família e perdão. Isso tudo só elevou o nível da minissérie. É um retrato complexo, mas delicado sobre o que acontece quando famílias ganham uma segunda chance para consertar o passado e seguem o caminho de um futuro imprevisível. 
A minissérie tem três episódios de 90 minutos e uma segunda temporada está por vir!

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