quinta-feira, 17 de março de 2016
Victoria
"Victoria" (2015) dirigido por Sebastian Schipper (Um Amigo Meu - 2006) é um filme alemão rodado todo em plano-sequência com a câmera na mão durante uma madrugada. Em um clube, Victoria (Laia Costa) conhece Sonne (Frederick Lau), que está no local com seus amigos, e, rapidamente, há uma forte conexão entre eles. Mas o início do romance é interrompido quando o grupo de jovens é forçado a pagar uma antiga dívida. Victoria, impulsivamente, decide ajudá-los e entra no jogo como motorista. Mas o que começou como uma louca aventura pode se tornar um pesadelo.
Victoria é uma imigrante espanhola que tenta se adaptar e se integrar, mas sem muito êxito, até que conhece quatro berlinenses na saída de uma boate, ela muito carente topa sair com eles para beber e fumar, entre papos descontraídos conhecemos um pouco de cada um, os rapazes são arruaceiros e um deles já foi preso, Boxer (Franz Rogowski) foi protegido na prisão e agora precisa pagar uma dívida, para isso necessita de seus colegas, um deles por ter bebido demais fica incapacitado e Victoria acaba aceitando participar. Interessante o como ela é absorvida por tudo, o que a faz querer isso? Conforme a madrugada transcorre ela vai se sentindo parte do grupo, ela flerta com Sonne (Frederick Lau), o que não se concretiza por eles sempre estarem em estado de alerta, o plano-sequência dá a sensação de frenesi e se intensifica ainda mais um pouco depois do meio do filme.
Testemunhamos o encontro, as decisões e as consequências, fazemos parte da história, o trabalho realizado por Sturla Brandth Grøvlen, o operador de câmera é excepcional e cria grandes momentos de tensão e euforia. As escolhas feitas por Victoria demonstram ingenuidade e uma vontade imensa de fazer parte de alguma coisa, muito do que acontece é inverossímil, mas demonstra claramente o quanto uma má decisão pode ser fatal, e que num piscar de olhos o que estava relativamente calmo se transforma num verdadeiro caos, afinal quem procura por encrenca termina a encontrando. Às vezes as pessoas se dão mal simplesmente por pura inocência, pode-se dizer que Victoria foi a que saiu ilesa disso tudo, mas será que valeu a pena? O crime compensou?
Victoria se deixou levar, mas também não é tonta, entrou no plano porque quis e por ter uma vida sem atrativos, ela precisava de aventura e adrenalina, em um diálogo com Sonne diz ter estudado piano a sua adolescência toda e em dado momento sua professora disse que ela era uma má pianista e estava perdendo tempo, então havia revolta, tristeza, e com certeza deve ter ido a Berlim para fugir. Ela é passiva, mas não idiota, fez suas escolhas, lidou com as consequências, e ao final numa cena muito comovente e forte, concluiu o que deveria fazer.
É um roteiro simples, previsível, a técnica se sobressai e é ela que aguça a nossa curiosidade e faz do filme um diferencial, as atuações estão boas e naturais ao longo de mais de duas horas sem cortes, e a trilha sonora encaixa-se perfeitamente com a aura criada.
"Victoria" nos insere numa turbulenta madrugada cheia de decisões e circunstâncias pesadas. É um drama eletrizante e imersivo!
Victoria é uma imigrante espanhola que tenta se adaptar e se integrar, mas sem muito êxito, até que conhece quatro berlinenses na saída de uma boate, ela muito carente topa sair com eles para beber e fumar, entre papos descontraídos conhecemos um pouco de cada um, os rapazes são arruaceiros e um deles já foi preso, Boxer (Franz Rogowski) foi protegido na prisão e agora precisa pagar uma dívida, para isso necessita de seus colegas, um deles por ter bebido demais fica incapacitado e Victoria acaba aceitando participar. Interessante o como ela é absorvida por tudo, o que a faz querer isso? Conforme a madrugada transcorre ela vai se sentindo parte do grupo, ela flerta com Sonne (Frederick Lau), o que não se concretiza por eles sempre estarem em estado de alerta, o plano-sequência dá a sensação de frenesi e se intensifica ainda mais um pouco depois do meio do filme.
Testemunhamos o encontro, as decisões e as consequências, fazemos parte da história, o trabalho realizado por Sturla Brandth Grøvlen, o operador de câmera é excepcional e cria grandes momentos de tensão e euforia. As escolhas feitas por Victoria demonstram ingenuidade e uma vontade imensa de fazer parte de alguma coisa, muito do que acontece é inverossímil, mas demonstra claramente o quanto uma má decisão pode ser fatal, e que num piscar de olhos o que estava relativamente calmo se transforma num verdadeiro caos, afinal quem procura por encrenca termina a encontrando. Às vezes as pessoas se dão mal simplesmente por pura inocência, pode-se dizer que Victoria foi a que saiu ilesa disso tudo, mas será que valeu a pena? O crime compensou?
Victoria se deixou levar, mas também não é tonta, entrou no plano porque quis e por ter uma vida sem atrativos, ela precisava de aventura e adrenalina, em um diálogo com Sonne diz ter estudado piano a sua adolescência toda e em dado momento sua professora disse que ela era uma má pianista e estava perdendo tempo, então havia revolta, tristeza, e com certeza deve ter ido a Berlim para fugir. Ela é passiva, mas não idiota, fez suas escolhas, lidou com as consequências, e ao final numa cena muito comovente e forte, concluiu o que deveria fazer.
É um roteiro simples, previsível, a técnica se sobressai e é ela que aguça a nossa curiosidade e faz do filme um diferencial, as atuações estão boas e naturais ao longo de mais de duas horas sem cortes, e a trilha sonora encaixa-se perfeitamente com a aura criada.
"Victoria" nos insere numa turbulenta madrugada cheia de decisões e circunstâncias pesadas. É um drama eletrizante e imersivo!
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Gostei da sinopse, mas um filme para a lista.
ResponderExcluirAté mais