sexta-feira, 4 de março de 2016
Macbeth: Ambição e Guerra (Macbeth)
"As coisas que começam mal, fortalecem-se pelo mal"
"Macbeth" (2015) adaptação da obra de Shakespeare dirigido por Justin Kurzel (Snowtown - 2011) é um filme impecável em todos os sentidos. Um deslumbre visual, fiel ao texto, trilha sonora soberba e atuações densas. A história se passa no século XVI, Macbeth (Michael Fassbender) é o senhor de Glamis, e lidera um exaurido exército da tropa real, a caminho da batalha final. Eles defendem a causa de Duncan (David Thewlis), Rei da Escócia. No entanto, após a vitória no campo de batalha, Macbeth recebe de três bruxas uma profecia em que dizem que um dia ele será o Rei da Escócia. De volta à sua casa, ele compartilha a notícia com sua esposa, Lady Macbeth (Marion Cotillard). A ambição toma conta dos dois e, juntos, eles tramam uma maneira de alçar Macbeth ao poder.
Os diálogos são rebuscados mantendo o texto da obra original e é sublime como os atores souberam levar para que tudo não soasse totalmente teatral. As palavras proferidas têm grande peso. Outro destaque são as filmagens ao ar livre nas terras altas escocesas, o diretor explora bastante essa paisagem com diferentes tonalidades de vermelho.
O ritmo do filme é diferenciado e pode ser cansativo àqueles que se acostumaram com uma linguagem mais simplificada ou mastigada, "Macbeth" tem requinte e brilha justamente por isso, não é apenas uma história sendo contada, há diversas camadas ali que podem ser percebidas mesmo depois do filme terminar, a profundidade é enorme.
A sensação de acompanhar a destruição de Macbeth é dolorida e incômoda, presenciamos o inferno, sua humanidade se desfazendo, sua mente se esvaindo.
Michael Fassbender entrega um dos melhores personagens de sua carreira e olha que ele tem uma filmografia invejável, ele sucumbe e se consome, assim como a manipuladora Lady Macbeth, vivida pela linda Marion Cotillard, que passa pelo mesmo processo de autodestruição.
A ambição e a ganância são sentimentos perigosos que alimentados indevidamente geram a tragédia, Macbeth convencido pela mulher a matar o Rei Duncan, imediatamente consegue o trono, pois é o parente mais próximo, já que os filhos do rei fugiram com medo de também serem assassinados. Macbeth não fica com a consciência tranquila e o medo de perder a posição o apavora, quando recebeu a mensagem das três bruxas de que seria rei, Banquo também recebeu uma profecia, um de seus filhos seria rei algum dia. Então, Macbeth planeja matá-los, porém o filho de Banquo escapa e daí pra frente seu desequilíbrio e crueldade toma formas terríveis e culminam em seu trágico fim.
As cenas de batalha são lindíssimas, acompanhamos a brutalidade dos combates de maneira detalhada, a câmera lenta intensifica a violência permeada por uma névoa incessante.
As cenas em que o silêncio predomina também são de imensa magnitude. A adaptação é genuína e confere um ar de grandeza.
A ambição e a ganância são sentimentos perigosos que alimentados indevidamente geram a tragédia, Macbeth convencido pela mulher a matar o Rei Duncan, imediatamente consegue o trono, pois é o parente mais próximo, já que os filhos do rei fugiram com medo de também serem assassinados. Macbeth não fica com a consciência tranquila e o medo de perder a posição o apavora, quando recebeu a mensagem das três bruxas de que seria rei, Banquo também recebeu uma profecia, um de seus filhos seria rei algum dia. Então, Macbeth planeja matá-los, porém o filho de Banquo escapa e daí pra frente seu desequilíbrio e crueldade toma formas terríveis e culminam em seu trágico fim.
As cenas de batalha são lindíssimas, acompanhamos a brutalidade dos combates de maneira detalhada, a câmera lenta intensifica a violência permeada por uma névoa incessante.
As cenas em que o silêncio predomina também são de imensa magnitude. A adaptação é genuína e confere um ar de grandeza.
Em "Macbeth" o lado sombrio do ser humano se revela, a ambição, a ganância e a culpa corroem levando à loucura e a autodestruição. Sem dúvida uma obra de arte e uma reflexão atemporal.
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As versões de Shakespeare em que o diretor e o roteirista utilizam o texto original eu considero extremamente aborrecidas.
ResponderExcluirOs dois filmes de Michael Almereyda são soníferos, na minha opinião.
Eu prefiro as versões que Kenneth Branagh comandou nos anos noventa.
Bjos
Magistral!
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