sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Os Lobos Maus (Big Bad Wolves)

"Os Lobos Maus" (2013) dirigido por Aharon Keshales e Navot Papushado (Kalevet - 2010)  é um filme de suspense israelense caprichado que satisfaz o espectador. O filme acerta principalmente pelo seu excelente humor negro.
Uma série de assassinatos brutais coloca as vidas de três homens em rota de colisão: O pai da vítima mais recente agora em busca de vingança, um detetive da polícia que trabalha fora dos limites da lei, e o principal suspeito dos assassinatos - um professor de estudos religiosos preso e liberado devido a um erro técnico da polícia.
O início se dá com um crime, onde uma criança de dez anos é sequestrada e aparece violentada e decapitada no meio da floresta, o suspeito é Dror (Rotem Keinan), um pacato professor, que lida com crianças todos os dias, mas devido a falta de provas ele não vai preso. Gidi (Tzahi Grad), o pai inconformado decide fazer justiça com as próprias mãos, a mesma ideia teve Micki (Lior Ashkenazi), o policial, eles acabam por se colidir, e então os três vão parar em um porão de uma casa bem afastada, rodeada por uma aldeia árabe, uma sacada fenomenal do diretor.
O filme tem um humor negro latente e por vezes parece satirizar o tão famoso gênero thriller, os personagens são caricatos, mas isso não prejudica, tudo se encaixa na atmosfera criada, e as características violentas de cada um deles só vão aumentando. Ninguém ali é bonzinho, o filme não confirma se o assassino é o professor, eis a dúvida, tanto que o policial em dado momento até pensa em ajudá-lo. Dror e Micki estão sob o domínio do pai da menina, que tortura o suposto assassino da mesma maneira que ele fazia com as meninas. O filme não poupa dor e sangue.
A dúvida corrói Micki, mas Gidi não titubeia em nenhum momento, é tanta dor provocada que desencadeia uma onda frenética em que o assiste, o absurdo vai crescendo e Dror não confessa, persiste dizendo que é inocente. Nos perguntamos o filme todo como é que chegaram a conclusão de que é o professor o assassino e se não estão torturando a pessoa errada, é isso que o filme quer, e desse modo talvez o fim tenha desapontado um pouco, mas também nada que retire a criatividade da obra. 
"Os Lobos Maus" ficou conhecido após o diretor Quentin Tarantino elegê-lo o melhor filme de 2013, e não é à toa, assim como nos seus próprios filmes, a violência está presente. É interessante observar até que ponto chega o ser humano para conseguir o que quer, e dessa maneira ver a sua maldade se revelando.

"Os Lobos Maus" cumpre o papel de ser um thriller e alivia dando o tom de humor negro, a vingança vai desde a marteladas nos dedos, unhas dos pés arrancadas e queimaduras de maçarico. Vai-se intercalando cenas desconfortáveis com doses engraçadas e absurdas, e outro ponto a se destacar é a trilha sonora composta por Frank Ilfman que pontua fortemente a narrativa, além de uma cena hilária ao som de "Everyday", de Buddy Holly. É uma produção curiosa e vale muito a pena conhecer!

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