quarta-feira, 18 de julho de 2018
Pela Janela
"Pela Janela" (2017) dirigido por Caroline Leone é um road movie simples, bonito e delicado, o cotidiano comum e tedioso é retratado com zelo e a naturalidade do desenvolvimento e a mudança nas emoções da protagonista preenchem a tela e nos arrebata sem artifícios e grandes acontecimentos. É a vida acontecendo...
Rosália (Magali Biff) é uma dedicada operária de 65 anos que dedicou a vida ao trabalho em uma fábrica de reatores da periferia de São Paulo. Certo dia acaba demitida e é consolada pelo irmão José (Cacá Amaral), com quem vive. Ele resolve levá-la em uma viagem de carro até Buenos Aires com o objetivo de distraí-la e no país vizinho Rosália vê pela primeira vez um mundo desconhecido e distante de sua vida cotidiana.
No início acompanhamos a rotina de Rosália, desde o despertar, o preparo do café, a ida ao trabalho, seu empenho e responsabilidade na fábrica e novamente retornando à casa e seus afazeres domésticos, ela vive com o irmão José, que está indo para Buenos Aires entregar um carro para a filha de seu patrão, nesse meio tempo Rosália é demitida após a empresa se fundir a novos sócios e com isso novas regras, Rosália é despedida sem rodeios, mas ela ainda tenta no outro dia ser útil ao voltar lá, e é aí que ela sente o baque, sozinha e sem saber o que fazer se aquieta e chora em seu quarto, toda a sua vida era baseada na rotina do trabalho, ela foi moldada a partir disso. Então, o irmão muito preocupado acaba levando-a junto em sua viagem, ele também é devotado ao trabalho e se presta a mando do patrão a uma viagem exaustiva para levar um carro até a Argentina.
Rosália não fala nada sobre o assunto da demissão e José tenta distraí-la, mas as mudanças emocionais de sua irmã são sutis e expressadas em pequeníssimas doses, algo começa a mudar em seu interior quando em um hotel visualiza um simples quadro das cataratas do Iguaçu, e principalmente quando José decide levá-la para conhecer as imensas quedas d'água. Nesse momento o filme atinge uma sensibilidade grandiosa, a cena em que Rosália vai se entregando à força da natureza e deixando-se sentir as emoções que há tempos não sentia ou talvez nunca havia sentido carrega tanta beleza e significado que impressiona o espectador.
No início acompanhamos a rotina de Rosália, desde o despertar, o preparo do café, a ida ao trabalho, seu empenho e responsabilidade na fábrica e novamente retornando à casa e seus afazeres domésticos, ela vive com o irmão José, que está indo para Buenos Aires entregar um carro para a filha de seu patrão, nesse meio tempo Rosália é demitida após a empresa se fundir a novos sócios e com isso novas regras, Rosália é despedida sem rodeios, mas ela ainda tenta no outro dia ser útil ao voltar lá, e é aí que ela sente o baque, sozinha e sem saber o que fazer se aquieta e chora em seu quarto, toda a sua vida era baseada na rotina do trabalho, ela foi moldada a partir disso. Então, o irmão muito preocupado acaba levando-a junto em sua viagem, ele também é devotado ao trabalho e se presta a mando do patrão a uma viagem exaustiva para levar um carro até a Argentina.
Rosália não fala nada sobre o assunto da demissão e José tenta distraí-la, mas as mudanças emocionais de sua irmã são sutis e expressadas em pequeníssimas doses, algo começa a mudar em seu interior quando em um hotel visualiza um simples quadro das cataratas do Iguaçu, e principalmente quando José decide levá-la para conhecer as imensas quedas d'água. Nesse momento o filme atinge uma sensibilidade grandiosa, a cena em que Rosália vai se entregando à força da natureza e deixando-se sentir as emoções que há tempos não sentia ou talvez nunca havia sentido carrega tanta beleza e significado que impressiona o espectador.
Rosália vai aos poucos adentrando e a câmera nos leva junto, sentimos o mesmo que a protagonista, somos tocados pela potência das águas, o som ensurdecedor e as nuvens de vapor que se formam, um espetáculo visual que marca o início da mudança de Rosália, depois disso ela está mais aberta e aproveita a viagem, José lhe diz sobre o como a Argentina e o Brasil apesar de estarem bem pertinhos são diferentes, a língua, por exemplo, e ela acha engraçado e sorri. Vai se deixando levar pelas novidades, pelas pessoas por quais passa e por consequência se renovando. A relação de Rosália com o ambiente é interessante e a incomunicabilidade com os locais rende bons momentos, como o diálogo entre ela e uma moradora de um prédio onde está hospedada, elas não se entendem na totalidade, mas existe uma troca importante e que ajuda na abertura de Rosália para a vida.
"Pela Janela" é um retrato sensível de uma mulher já madura que toma consciência de si própria após muitos anos atrelada e moldada apenas a seu trabalho, é uma história introspectiva e sensível que tem em sua protagonista, Magali Biff, a força maior, seu olhar diante os acontecimentos nos faz ter afeto e sorrir a cada pequena descoberta e olhar seu para com o novo, são momentos sutis, mas imensamente preciosos, como quando ensina bordado para uma moça e seu filho e, especialmente, quando canta a canção "Anahi" junto de seu irmão. Envolve por seus personagens reais e situações cotidianas, é simples e direto, mas ainda assim possui uma intensidade em toda a lenta transformação de Rosália.
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