terça-feira, 8 de maio de 2018
O Futuro Perfeito (El Futuro Perfecto)
"O Futuro Perfeito" (2016) dirigido pela alemã radicada na Argentina Nele Wohlatz é um filme rico em sua mensagem e sutil em sua abordagem, uma mistura de documentário e ficção onde retrata as dificuldades de se estabelecer em um país completamente diferente, os costumes, a identidade cultural e as barreiras da linguagem, o cotidiano da protagonista evidencia o como é complicado interagir ou mesmo demonstrar sentimentos e anseios quando não se tem domínio da língua, com naturalidade e momentos agridoces acompanhamos sua força de vontade em se estabelecer e seu desenvolvimento à medida que compreende melhor o idioma.
Xiaobin (Xiaobin Zhang), uma jovem imigrante chinesa em Buenos Aires, encontra uma maneira de atravessar as contradições que enfrenta em sua nova vida cotidiana. Seus pais querem que ela se case com uma situação econômica chinesa melhor e, como eles, vivem isolados a partir da nova sociedade. Quando Xiaobin veio a Argentina, ela não falava uma palavra de espanhol. No entanto, alguns dias mais tarde, ela tem um novo nome, Beatriz, e um primeiro emprego em um supermercado. Sem o conhecimento de seus pais, começa uma vida paralela que inclui uma escola de espanhol e um caso com Vijay (Saroj Kumar Malik), um engenheiro de computação da Índia. Com aulas de línguas, o filme exibe uma estrutura dramática e cômica. Acompanhamos o processo de adaptação de Xiaobin ao seu novo país.
Xiaobin é uma adolescente que chega em Buenos Aires para encontrar seus pais que estão juntando dinheiro para voltar ao seu país, a mãe trabalha pesado na lavanderia e ela acaba indo trabalhar com um tio no supermercado, suas primeiras palavras em espanhol são apresentadas neste ambiente, mas não são suficientes para a compreensão e se manter no trabalho, dessa maneira ela começa a frequentar aulas, que são compartilhadas conosco, todo o passo a passo didático utilizando de situações cotidianas e conversas casuais entre os estudantes, apesar do método extremamente limitado é o que dá impulso para Xiaobin, que primeiro adquire o nome Beatriz e em seguinte consegue um novo trabalho e por consequência conhece Vijay, um indiano que se encanta por ela, porém o relacionamento também é limitado por não compreenderem-se direito, Vijay parece querer uma esposa rapidamente por pressão familiar, já Beatriz é nova e ainda está desabrochando para a vida, em um dos encontros Vijay a pede em casamento e a única maneira que ela consegue se expressar é em sua língua natal.
A história vai nos envolvendo no processo de aprendizagem dela, com o passar dos dias vai adquirindo mais segurança e daí assume um outro nome, Sabrina, que é foneticamente próximo do seu. Desse ponto em diante seu semblante vai se abrindo e observamos que quanto mais adquire conhecimento da língua mais se sente no comando de sua vida.
A história vai nos envolvendo no processo de aprendizagem dela, com o passar dos dias vai adquirindo mais segurança e daí assume um outro nome, Sabrina, que é foneticamente próximo do seu. Desse ponto em diante seu semblante vai se abrindo e observamos que quanto mais adquire conhecimento da língua mais se sente no comando de sua vida.
A história é simples e encantadora, o realismo das cenas, as dificuldades em estar num país diferente e todo o processo de adaptação. A linguagem é lindamente trabalhada, à medida que consegue dialogar com os colegas e traduzir seus sentimentos para a nova língua, os tempos verbais vão expandido isso e lhe dando noção de futuro, como o próprio título sugere, assim ela vai abrindo possibilidades de compreender e pensar nas opções para sua vida, lá no final do filme ela pensa em tudo que poderia acontecer se caso escolhesse casar com Vijay, entre tantas outras alternativas.
"O Futuro Perfeito" é um filme curtinho, 65 minutos agradáveis que nos oferecem uma visão prática e direta das dificuldades e das inseguranças do imigrante em se estabelecer por conta dos obstáculos e das limitações da linguagem. Um exemplar despretensioso, inteligente e delicado.
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Parece ser uma obra bem alternativa.
ResponderExcluirMesmo aparentemente sendo bem diferente, lembrei de "Um Conto Chinês" com Ricardo Darin.
Abraço