sábado, 4 de abril de 2015

A Garota que Anda à Noite (A Girl Walks Home Alone at Night)

"A Girl Walks Home Alone at Night" (2014) dirigido pela estreante Ana Lily Amirpour é um filme americano, mas a história se passa no Irã, numa cidade fictícia chamada Bad City. Coisas estranhas estão acontecendo em Bad City. A cidade fantasma iraniana, lar de prostitutas, drogados, cafetões e outras almas sórdidas, é um bastião da depravação e da falta de esperança, onde uma jovem vampira persegue seus habitantes mais desagradáveis. Porém, quando um garoto conhece uma garota, uma história de amor incomum começa a nascer.
Ao mesmo tempo em que o longa renova a temática vampírica, ele resgata alguns elementos primordiais, como evidenciar a essência gótica e melancólica, cuja fotografia em preto e branco só enaltece, o jogo de luzes e sombras é fantástico e casa perfeitamente com a trilha sonora que é outra grande marca do filme. É simples e por isso mesmo pode parecer vago, porém é preciso estar alerta para os detalhes e se deixar levar pela sensação que o filme provoca.
Arash (Arash Marandi) sofre com problemas financeiros por conta do pai viciado em heroína, enquanto a vampira (Sheila Vand) sai pelas ruas em busca de sangue e aproveita para dar uma de justiceira atacando os cidadãos fora da lei. Quando os dois por coincidência se conhecem, o encanto acontece e dá início a um romance atípico.
O longa é silencioso e permeado de mistérios, conhecemos um pouco da vida de Arash, mas não sabemos muito do restante dos personagens. A figura enigmática da vampira de burca é algo bastante interessante, é frágil mas também assombrosa.
O filme é baseado numa graphic novel da cineasta e também num curta de 2011 que ela dirigiu. É uma história que passeia pelos velhos clichês envolvendo vampiros, mas que traz uma nova roupagem, principalmente por ser ambientada em uma pequena cidade abandonada do Irã, lugar sombrio repleto de seres decadentes e violentos.
A trilha sonora colabora imensamente para a apreciação, músicas dos anos 80 e canções iranianas fazem o diferencial nas cenas, que em sua maioria são estáticas.

É um filme cult que proporciona uma nova experiência para admiradores do tema, e assim como "Only Lovers Left Alive" - 2013 de Jim Jarmusch, merece elogios e o devido reconhecimento.
Com uma estética impecável, é um conto de horror que envolve uma série de simbolismos. É melancólico e muito intrigante!

Um comentário:

  1. O filme é realmente ótimo. Traduziu muito bem. Parabéns pela resenha.

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