sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Melhores Álbuns de 2016

Segue a lista dos melhores discos lançados em 2016 segundo o meu gosto pessoal, não sigo efetivamente os lançamentos, mas sempre aguardo com ansiedade os álbuns dos artistas que admiro e, que infelizmente, em sua maioria não se configuram na grande cena musical. Outros, no entanto, estão há longos anos no estrelato e ainda assim permanecem criativos e únicos, nesse ano dois grandes nomes (Bowie e Cohen) se foram, mas se despediram com enorme elegância em registros finais maravilhosos, como demonstrado aqui nesta singela listagem há uma imensa variedade de sonoridades, portanto, também uma ótima oportunidade de conhecer novos artistas e também o de resgatar outros. 
*Os números só são uma questão de ordem e não de preferência.
*No final de cada texto deixarei links.

16- Agnes Obel - Citizen of Glass
"Citizen of Glass", terceiro álbum da dinamarquesa Agnes Obel é de um refinamento ímpar, um som minimalista repleto de texturas que trabalha com elementos do trip-folk e pop unidos a referências clássicas, o piano como base se mistura a instrumentos como harpa, violino, violoncelo, marimba e a voz suave de Agnes se eleva limpa e profunda junto a ecos de vozes secundárias. É um obra que tem a aura de um inverno aconchegante cheio de melancolia e doçura. Primoroso! Ouça.

15- Papooz - Green Juice
"Green Juice", álbum de estreia da dupla francesa Papooz, é um som leve, refrescante e ao mesmo tempo sexy, o gênero é intitulado como "tropical garage", uma mistura original entre pop dos anos 60/70 e bossa nova. As vozes andróginas têm uma harmonia incrível e as canções carregam uma junção exótica de ritmos que dão a sensação de um sossego delicioso. Ouça.

14- Imany - The Wrong Kind of War
"The Wrong Kind of War" é o terceiro álbum da francesa Imany, cujo talento é tão lindo quanto ela, sua bela voz rouca transmite força. Este como seus outros trabalhos exibem uma despretensiosidade pouco vista nos dias de hoje, seu som é dotado de simplicidade, letras claras e positivas. Sem dúvidas, um disco para se apreciar pela total naturalidade e espontaneidade. Ouça.

13- Glass Animals - How to be a Human Being
"How to be a Human Being", segundo álbum do Glass Animals, continua a desconstruir o estilo indie do qual faz parte, uma sonoridade peculiar que mescla elementos do hip-hop, R&B, pop e psicodelia com texturas eletrônicas deliciosas e cujas canções celebram experiências humanas das mais variadas. Sedutor e divertido! Ouça.

12- Blues Pills - Lady in Gold
"Lady in Gold" é o segundo disco de estúdio do grupo sueco formado por Elin Larsson (voz), Dorian Sorriaux (guitarra), Zach Anderson (baixo) e André Kvarnström (bateria). O clima psicodélico sessentista continua e de forma ainda mais forte, o som é mergulhado no blues e soul e com certeza para os apreciadores do estilo uma baita banda que resgata essa sonoridade maravilhosa dos anos 60. Ouça.

11- Eric Clapton - I Still Do
Com 50 anos de carreira o lendário Eric Clapton lançou um novo álbum intitulado "I Still Do", uma combinação de duas novas canções e versões clássicas do blues, um trabalho simples e honesto e admiravelmente lindo, Clapton resgata as suas raízes e nos entrega uma declaração de amor à música. Ouça.

10- David Bowie - Blackstar
"Blackstar", o vigésimo quinto álbum de estúdio de David Bowie, foi lançado em 08 de janeiro de 2016, no dia do seu 69º aniversário e dois antes de sua morte. Carregado de uma atmosfera jazzística, melancólica, dolorosa e enigmática, o registro é honesto, criativo, ousado e empático. Um presente de despedida de um artista verdadeiramente talentoso e pungente. Ouça.

09- Leonard Cohen - You Want it Darker
14º álbum de estúdio do cantor e compositor canadense Leonard Cohen, reconhecido pela poesia de suas ótimas letras, neste seu último e tocante trabalho contêm referências religiosas e, principalmente, disserta sobre a sua relação com a morte, um registro íntimo, denso, fúnebre, mas imensamente sereno, um grande presente de despedida de um grande ícone da música mundial. Ouça.

08- Liniker - Remonta
Depois do incrível EP "Cru", eis que o álbum "Remonta" de Liniker e os Caramelows nasce, um dos artistas mais surpreendentes a surgir no cenário musical brasileiro recentemente, o disco flerta com vários gêneros musicais e nos traz um aglomerado de sensações a cada faixa, tecnicamente impecável, autêntico e espontâneo, um frescor maravilhoso. Ouça.

07- L.A Salami - Dancing with Bad Grammar
"Dancing with Bad Grammar", álbum de estreia do músico britânico L.A Salami é permeado pelo folk e o rock, mas ele declara como sendo um blues pós-moderno, mescla elementos do hip hop à guitarra elétrica, suas influências vão de Bob Dylan, Neil Young, Elliott Smith, Joni Mitchell a Alex Turner. O disco exibe canções que dizem sobre as dificuldades do dia a dia e a política coroadas pela sensibilidade e poesia. Ouça.

06- Mohsen Namjoo - Personal Cipher


Considerado o Bob Dylan do Irã, Mohsen Namjoo apresenta seu oitavo disco de estúdio e sexto fora do Irã (Namjoo foi exilado), intitulado "Personal Cipher", é mais uma obra de arte deste artista inovador que une música contemporânea à tradições persas, ele traz a riqueza cultural do seu país juntamente a ritmos ocidentais, como o blues. Há uma gama de estilos e ainda poesias proferidas em meio as músicas, o que garante um tom emocional. Lindo álbum! Ouça.

05- Blubell - Confissões de Camarim
"Confissões de Camarim", quinto álbum da maravilhosa Blubell é simples e suave, traz o jazz, bolero, rock e o pop com um clima leve, facilmente nos transporta para cenários super agradáveis, voz e melodia em perfeita harmonia, a música de Blubell parece pertencer a outra época. Ouça.

04- Charles Bradley - Changes
A história de Charles Bradley é incrível, inspirado por James Brown decidiu viver o sonho da música, porém ocorreram empecilhos e passou por inúmeras dificuldades, só conseguiu se sobressair no meio musical aos 62 anos de idade, "Changes" é seu terceiro álbum, um puro soul com pitadas de funk, profundamente emocional. O álbum traz uma belíssima releitura da clássica canção de Black Sabbath, "Changes", que dá título ao disco. Uma obra de essência! Ouça.

03- Fantastic Negrito - The Last Days of Oakland
"The Last Days of Oakland", projeto de Xavier Dphrepaulezz, é um blues raivoso, uma poderosa mistura de black music, blues, jazz e uma atitude punk. A vida do músico marcada por difíceis e cortantes experiências só o conduziram para a sua fase de agora, como ele mesmo diz, precisou nascer três vezes, suas canções retratam essas vivências e por isso chegam tão intensas e viscerais. Ouça.

02- Rotting Christ - Rituals
"Rituals", 12ª disco da banda Rotting Christ, uma das bandas de black metal mais criativas, traz neste novo trabalho uma sequência impressionante de músicas, a cada faixa um ritual antigo ocultista de diversas civilizações. Incorpora várias vertentes do metal, como atmosférica, doom, folclórica, gótica e industrial ao peso extremo do black metal, o uso dos vocais em alternados timbres é outra característica interessante, a sonoridade é espetacular e faz com que a banda que está na ativa desde os anos 90 continue a soar como nova, algo bem difícil dentro do universo do metal extremo. Destaque para "Les Litanes de Satan" que tem a participação de Michael Locher, vocalista da banda suíça Samael, lendo trechos de "As Flores do Mal", de Charles Baudelaire. Ouça.

1- Deluxe - Stachelight
"Stachelight", segundo álbum da banda francesa Deluxe é uma experiência satisfatória, uma mistura eletrizante de ritmos, é o pop moderno, um pouco de hip hop, funk, jazz, dance, e a espontaneidade, característica dos músicos de rua (eles originalmente tocavam em praças, estações de metrô na cidade de Aix-en-Provence), são músicos livres e trazem neste disco uma sonoridade inovadora. Ouça.

Outros destaques
"Day Breaks", sexto álbum de estúdio de Norah Jones, neste ela retorna ao jazz de forma magistral, um belo, suave e nostálgico registro. Ouça.
"White Bear", segundo álbum da banda britânica Temperance Movement, traz uma mistura de melodias que resgatam o rock antigo, blues e hard rock no melhor estilo. Ouça.
"Detour", 12º álbum de estúdio de Cyndi Lauper. Dessa vez a cantora optou por homenagear grandes nomes da música country. Ouça.
"Canções Eróticas de Ninar", do octogenário Tom Zé, um dos artistas mais subestimados do Brasil, apresenta seu 28º disco, curioso e instigante trata sobre o sexo. As canções têm um tom divertido ao contar as lembranças e experiências infantis de Tom Zé em Irará, na Bahia. Ouça.
"22, a Million", terceiro álbum de Bon Iver é complexo, profundo e inovador, é uma viagem sonora imersiva, melodias, estilos e instrumentação variados, é uma banda densa e com uma musicalidade ímpar. Ouça.
"Restart", terceiro álbum da portuguesa Aurea, traz uma atmosfera de soul e jazz com um 'bocadinho' de pop, uma ótima artista que se entrega, um disco delicioso e com uma energia mais séria. Ouça.

4 comentários:

  1. Que lista L-I-N-D-A minha cara, world music de primeira, Imany linda, Blues Pills, que respiro musical, L.A Salami viciante, Mohsen Namjoo, blues transcendental, Fantastic "Perfect" Negrito, Rotting Christ extremamente poderoso, The Temperance Movement gostoso de ouvir, Tom Zé coisa boa demais e "bota" (como você diz) coisa boa nisso...

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    1. Blues Pills, Fantastic Negrito, Charles Bradley e L.A Salami são achados seus Anônimo, obrigada ^^
      Em breve sairá uma lista de achados e vou 'botar' rs todas as coisas que estou ouvindo por culpa sua.

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  2. Muito legal ver uma lista de álbuns novos que fogem das porcarias populares atuais, principalmente "os sucessos" nacionais.

    Eu estou ficando velho, meu gosto musical ainda está no pop/rock dos anos setenta, oitenta e noventa.

    Abraço e um ótimo do domingo.

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    1. Oi Hugo! Vale a pena dar uma chance a novos artistas, tem muita coisa de qualidade hoje em dia, mas é que fica abafado pelos sucessos, recentemente meus ouvidos estão agradecidos de tanta música boa, especialmente, o blues. Abraço!

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