segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Temple Grandin

O filme conta a história de Temple Grandin, uma mulher autista que se tornou PH.D e uma cientista de renome, além de dar palestras pelo mundo todo, explicando e ajudando pais e educadores a entender o autismo. Mais de 50% dos matadouros e criadores de gado americanos, incluindo o McDonald's, utilizam os métodos e designs que ela criou. A cinebiografia de Temple Grandin, mostra como ela, um dos casos mais famosos de autismo do mundo, conseguiu driblar os preconceitos da doença e mostrar que era possível ser muito bem-sucedida profissionalmente, desde que houvesse um tratamento adequado para pessoas que portam o autismo.
"Temple Grandin" é um filme feito pela HBO. A protagonista enxerga o mundo diferente por causa do autismo, enxerga tudo em imagens na mente dela, conecta-as de forma incrível, por exemplo, quando é mostrado algum objeto, ela assimila este a algum fato já ocorrido, seja ele real ou apenas imaginário, e ela lembra praticamente de todos os objetos iguais a este. A mente dela é brilhante, segue uma lógica muito particular, mas é difícil lidar com ela, pois não aceita contato com outras pessoas, é agressiva. A única forma de Temple se acalmar é com um abraço bem apertado, ela produziu um equipamento capaz de apertá-la e assim tranquilizá-la e livrá-la de suas tensões. Sua mente tem uma habilidade espetacular em reproduzir imagens. Ela adaptou uma espécie de brete, um aparelho usado no manejo de gado, um aparelho rústico que, apertado ao corpo do animal, mantinha-o calmo antes do abate. Dessa forma reproduziu sua máquina de abraço. A partir daí, com o apoio de um professor no colégio rural em que estudava, Temple dedicou-se ao estudo do bem-estar animal, e também ao seu próprio. Anos mais tarde, após vários cursos superiores, tornou-se uma das maiores especialistas em abate humanitário, e também uma grande entendedora do autismo. "Paradoxalmente, era no matadouro que eu estava aprendendo a dar afeto", diz Temple em sua autobiografia: "Uma Menina Estranha".

Claire Danes encarnou Temple Grandin de maneira espetacular, o tom de voz sempre alto e agressivo, seus gestos diretos e seguros, seus olhares curiosos, a forma de andar, tudo perfeitamente exagerado fazendo jus a Temple verdadeira.
O esforço que Temple fez para impor um pouco de respeito àqueles animais é encantador, mesmo sendo um assunto chocante e que gera discussões, soa leve e despretensioso. Temple diz: "É preciso um pouco de respeito por esses animais", "A natureza é cruel, mas isso não significa que nós temos que ser". As cenas no matadouro sem dúvida são memoráveis e questionáveis, as maneiras de se levar o gado sem assustá-lo. Ela trabalhava nesse procedimento com o olhar do gado, o que ele enxergava no caminho, e daí projetava matadouros mais "decentes".

Muito interessante conhecer uma personalidade como a de Temple, bom ver que existem pessoas especiais, no sentido de ir atrás, trabalhar por algo que acredita e que mesmo tendo o autismo, algo desprezado por muitas pessoas, ultrapassar tudo isso e se tornar símbolo. Deixar seus pensamentos, deixar alguma coisa que possamos lembrar, pois como ela disse: "Depois que morrermos, o que ficará são apenas lembranças do que fizemos, porque do resto não sabemos nada".
O mundo se abre a partir do momento em que aceitamos as nossas diferenças e aceitamos a ajuda de outras pessoas, Temple entendeu que não precisava ficar só, começou a se desbloquear perante os outros, e assim tudo foi tomando forma. Como a mãe de Temple dizia: "Diferente, mas não menor". Tudo evolui a partir do instante que começamos a aceitar a diferença, e quando aprendemos a ouvir opiniões diferentes da nossa.

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