quinta-feira, 15 de março de 2012

Demian - Hermann Hesse

Emil Sinclair atormentado por falta de respostas passa a buscar a introspecção, seus pais o ensinou valores diferentes dos quais ele se depara no mundo lá fora, influenciado pelo seu amigo Max Demian, um garoto bem envolvente, ele vive as surpresas que cerca o momento de se descobrir, entre certezas e incertezas. Se rebela contra as convenções sociais, e prova da sua independência e o poder de praticar, tanto o bem como o mal. "Quem quiser nascer tem que destruir um mundo", romper com tradições impostas, e se libertar do seguro e da vida cômoda familiar, para encontrar a sua personalidade, uma busca interior que desencadeia uma rebeldia contra as influências externas.
O processo de Sinclair é um dualismo entre as aventuras externas e a doutrina do puritanismo, ele solitário, encontra refúgio, apenas em sua imaginação. Com influências de Nietzsche, Hesse faz um retrato dos conflitos psicológicos do Ser.
As figuras de Sinclair e Demian, nada mais é que o próprio Hesse, Sinclair seria sua Infância, Demian seu ideal, como gostaria de ter sido, decisivo, dono do próprio destino. É bom que se conheça a vida de Hesse, é necessário para compreensão dos elementos. Hesse glorifica o individuo consciente de si, a natureza humana, o homem.
Ler esse livro é como um despertar, como se tirassem uma venda de nossos olhos, um livro impactante que faz rever todos os conceitos em que vivemos até agora. Até que ponto somos influenciados e o quanto somos nós mesmos? Conseguimos separar ou vivemos sem saber o que é ser um individuo único, uma pessoa que age e pensa por conta própria sem influências externas?
Quando vemos a realidade, o não encaixe na sociedade, nos libertamos, porém, ficamos trancafiados em nós mesmos, resultando em solidão e frieza.
A literatura de Hermann Hesse tem o poder dos questionamentos, sobre a existência humana que passa despercebida em meio a tantas bobagens em que somos condicionados a acreditar e a viver.

"Queria apenas tentar viver aquilo que brotava espontaneamente de mim. Porque isso me era tão difícil?"

"Não creio ser um homem que saiba. Tenho sido um homem que busca, mas já agora não busco mais nas estrelas e nos livros: começo a ouvir os ensinamentos que meu sangue murmura em mim. Não é agradável a minha história, não é suave e harmonioso como as histórias inventadas; sabe a insensatez e a confusão, a loucura e sonho, como a vida de todos os homens que já não querem mais mentir a si mesmos."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SE FOR COMENTAR, LEIA ANTES!

NÃO ACEITO APENAS DIVULGAÇÃO.