segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Gabbeh
"Gabbeh" (1996) é um longa repleto de poesia, tradição e misticismo. Gabbeh é o nome de um tapete persa, colorido e decorado com motivos que transmitem a história familiar de quem o tece. Gabbeh é também o nome da personagem central feminina, integrante do povo Ghashghai, uma tribo nômade que cria ovelhas e usa a lã tingida para tecer os seus tapetes. Dentro desta perspectiva, Mohsen Makhmalbaf, diretor iraniano profundamente e ativamente envolvido em questões políticas e sociais, amante e defensor da arte e da literatura, não segue uma única tendência cinematográfica, mas experimenta vários estilos a serviço de uma linguagem poética que, segundo ele, é essencial quando se quer tocar e cultivar os melhores sentimentos nas pessoas.
Os filmes ocidentais são totalmente diferentes dos orientais, enquanto no ocidente as histórias são complexas e os personagens simples, no oriente a história é simples e os personagens complexos, os orientais se apegam a uma filosofia de vida, um certo misticismo que torna tudo muito mágico e misterioso. O que faz com que, quem não esteja acostumado, ache-o tedioso e lento. "Gabbeh" é um tipo de realismo fantástico, um conto de fadas étnico. A jovem Gabbeh surge de um tapete para um casal de idosos, sugerindo ser ela mesma a mulher em idade avançada, e conta sua história como quem a assiste. Além disso, tal como nos fios do tapete, as ações das personagens se entrelaçam e afetam vidas mutuamente. Se, quando tecidos, alguns fios ficam soltos para serem aproveitados na trama, mais adiante, algumas cenas do filme, parecem carecer de continuidade, complementa-se ou são repetidas mais tarde, reforçando as metáforas não explícitas, tais como num poema. A fotografia natural e simplista é o mais arrebatador, a natureza se entrelaça aos personagens, em dado momento é dito: "A vida é cor!" As cores representam os estágios da vida de Gabbeh. O apelo visual é complementado ao som da natureza, como o riacho, as ovelhas e o uivo do amado de Gabbeh.
A mulher carrega na tradição a incumbência de tecer, mas não tem a liberdade de falar, elas buscam assim uma outra maneira de expressar-se. O diretor mostrou em "Gabbeh" a mulher como alguém que ama participar da narrativa e encontra no tecer uma forma de contar sua história do seu ponto de vista, através de seus olhos. Por isso que cada tapete é único, não existem dois tapetes iguais, cada um é uma reflexão única da tecelã, sobre sua vida.
A velha lavando seu Gabbeh a beira do riacho com seu velho ao lado veem sua história quase que cantada, é puro lirismo. Participamos da história deles e temos imensa alegria de conhecer o que aquele tapete tecido há tanto tempo atrás tem para dizer. Um aspecto interessante é que o ato de contar histórias é uma tradição iraniana, e Mohsen Makhmalbaf fundiu isso em seu filme, ele também subverte a tradição quando coloca as mulheres como sujeito da narrativa.
"Gabbeh" é poético e recheado de simbolismos, uma joia rara a ser descoberta e apreciada com carinho!
Os filmes ocidentais são totalmente diferentes dos orientais, enquanto no ocidente as histórias são complexas e os personagens simples, no oriente a história é simples e os personagens complexos, os orientais se apegam a uma filosofia de vida, um certo misticismo que torna tudo muito mágico e misterioso. O que faz com que, quem não esteja acostumado, ache-o tedioso e lento. "Gabbeh" é um tipo de realismo fantástico, um conto de fadas étnico. A jovem Gabbeh surge de um tapete para um casal de idosos, sugerindo ser ela mesma a mulher em idade avançada, e conta sua história como quem a assiste. Além disso, tal como nos fios do tapete, as ações das personagens se entrelaçam e afetam vidas mutuamente. Se, quando tecidos, alguns fios ficam soltos para serem aproveitados na trama, mais adiante, algumas cenas do filme, parecem carecer de continuidade, complementa-se ou são repetidas mais tarde, reforçando as metáforas não explícitas, tais como num poema. A fotografia natural e simplista é o mais arrebatador, a natureza se entrelaça aos personagens, em dado momento é dito: "A vida é cor!" As cores representam os estágios da vida de Gabbeh. O apelo visual é complementado ao som da natureza, como o riacho, as ovelhas e o uivo do amado de Gabbeh.
A mulher carrega na tradição a incumbência de tecer, mas não tem a liberdade de falar, elas buscam assim uma outra maneira de expressar-se. O diretor mostrou em "Gabbeh" a mulher como alguém que ama participar da narrativa e encontra no tecer uma forma de contar sua história do seu ponto de vista, através de seus olhos. Por isso que cada tapete é único, não existem dois tapetes iguais, cada um é uma reflexão única da tecelã, sobre sua vida.
A velha lavando seu Gabbeh a beira do riacho com seu velho ao lado veem sua história quase que cantada, é puro lirismo. Participamos da história deles e temos imensa alegria de conhecer o que aquele tapete tecido há tanto tempo atrás tem para dizer. Um aspecto interessante é que o ato de contar histórias é uma tradição iraniana, e Mohsen Makhmalbaf fundiu isso em seu filme, ele também subverte a tradição quando coloca as mulheres como sujeito da narrativa.
"Gabbeh" é poético e recheado de simbolismos, uma joia rara a ser descoberta e apreciada com carinho!
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