quinta-feira, 11 de maio de 2017
A Incrível Jornada de Jacqueline (La Vache)
"A Incrível Jornada de Jacqueline" (2016) dirigido por Mohamed Hamidi (De Qualquer Lugar - 2013) é um filme divertido, afável e leve, aborda com sutileza um argelino que tem o sonho de expor sua amada vaca Jacqueline em uma feira agrícola em Paris, e para isso recebe ajuda de sua aldeia para a viagem e atravessa Paris a pé encontrando pessoas das quais tornam a sua jornada ainda mais significativa e intensa. O tom cômico atenua os temas tratados dentro da trama, o que dá um ar de fábula humanista cheia de poesia e delicadeza, acompanhar Fatah em sua caminhada faz bem ao coração e torcemos muito por ele e sua querida vaca Jacqueline.
Fatah (Fatsah Bouyahmed), um pequeno fazendeiro argelino, só tem olhos para sua vaca Jacqueline, que ele sonha em ver na grande feira de Agricultura, realizada em Paris. Determinado a levar a vaca até lá, ele a carrega consigo e cruza a França a pé, após pegar um barco para Marselha. No caminho, Fatah e Jacqueline viverão uma inesperada viagem cheia de surpresas e aventuras.
De natureza simples e pura Fatah é um homem casado, pai de duas meninas, mas que tem esse sonho e com a sua persistência consegue enfim ser atendido pela organização da feira, mas sem a verba para viajar até lá precisa se virar e para isso os moradores da aldeia dão um jeito, Fatah faz a travessia de balsa e de lá o jeito é pegar a estrada, no cansativo trajeto se depara com pessoas que se encantam por sua simpatia e seu jeito desastrado, como a senhora que lhe dá abrigo e comida e cujo nome é o mesmo de sua vaca e Philippe (Lambert Wilson), um rico em decadência que apenas carrega o título de conde, ele se afeiçoa a Fatah e no decorrer o salva de inúmeros obstáculos, também tem a figura de seu cunhado, que saiu da Argélia há tempos e formou uma família, da qual esconde por receio, no início bate a porta na cara de Fatah, depois se mostra interesseiro, mas ao final se rende. É assim, Fatah modifica as pessoas. Certamente o diretor Mohamed Hamidi se inspirou no filme "A Vaca e o Prisioneiro" (1959), que inclusive Philippe mostra para Fatah, que inevitavelmente se emociona muito.
Tem uma cena muito boa em que o cunhado fala com o rico decadente e lhe pergunta por que ajuda tanto Fatah, o questiona se é gay, ele fica confuso e não passa pela sua cabeça que seja algo de coração, sem interesse, apenas pelo fato de querer o bem do outro. Esse tipo de mensagem acompanha todo o filme, são óbvias, claro, mas parecem pertencer a um universo distante, existente apenas nas fábulas, na vida real não há essa energia, tudo está às voltas de interesses pessoais, preconceitos e sentimentos mesquinhos.
De natureza simples e pura Fatah é um homem casado, pai de duas meninas, mas que tem esse sonho e com a sua persistência consegue enfim ser atendido pela organização da feira, mas sem a verba para viajar até lá precisa se virar e para isso os moradores da aldeia dão um jeito, Fatah faz a travessia de balsa e de lá o jeito é pegar a estrada, no cansativo trajeto se depara com pessoas que se encantam por sua simpatia e seu jeito desastrado, como a senhora que lhe dá abrigo e comida e cujo nome é o mesmo de sua vaca e Philippe (Lambert Wilson), um rico em decadência que apenas carrega o título de conde, ele se afeiçoa a Fatah e no decorrer o salva de inúmeros obstáculos, também tem a figura de seu cunhado, que saiu da Argélia há tempos e formou uma família, da qual esconde por receio, no início bate a porta na cara de Fatah, depois se mostra interesseiro, mas ao final se rende. É assim, Fatah modifica as pessoas. Certamente o diretor Mohamed Hamidi se inspirou no filme "A Vaca e o Prisioneiro" (1959), que inclusive Philippe mostra para Fatah, que inevitavelmente se emociona muito.
Tem uma cena muito boa em que o cunhado fala com o rico decadente e lhe pergunta por que ajuda tanto Fatah, o questiona se é gay, ele fica confuso e não passa pela sua cabeça que seja algo de coração, sem interesse, apenas pelo fato de querer o bem do outro. Esse tipo de mensagem acompanha todo o filme, são óbvias, claro, mas parecem pertencer a um universo distante, existente apenas nas fábulas, na vida real não há essa energia, tudo está às voltas de interesses pessoais, preconceitos e sentimentos mesquinhos.
O filme trata de assuntos importantes e atuais com bom humor e um olhar positivo, a imigração, o choque cultural e a quebra de estereótipos em relação ao povo muçulmano. A ingenuidade do protagonista causa empatia, seu deslumbramento diante da cidade, pelas ruas movimentadas, por onde passa causa furor e logo é comentado tanto pelas redes sociais quanto pela TV, mas ele nem tem ideia disso e continua sua saga até a feira com sua dócil Jacqueline passando até por manifestações políticas. As pessoas o seguem no facebook, criam uma movimentação em torno, mas ele segue seu caminho sempre sorrindo e contando suas histórias, a cena em que ele se embriaga com licor de pera numa festa, beija a ajudante do mágico e acaba no palco cantando a versão francesa de "I Will Survive" é das mais engraçadas, tudo isso é filmado e vai parar lá na aldeia de Fatah, onde todos veem com espanto por um velho computador comunitário. Desesperado, pois ele é um homem correto que preza pelos valores dá uma desculpa ainda mais hilária: foi tudo culpa da pera!
"A Incrível Jornada de Jacqueline" é simples e traz elementos óbvios, mas isso não o diminui, ao contrário, engrandece por retratar a busca pelo sonho independente de qual for, a luta, a superação, as amizades improváveis, a troca de afetos e de cultura.
Fatsah Bouyahmed, que tem participação no roteiro compõe um personagem adorável que com certeza adoraríamos encontrar por aí com a sua estimada vaca Jacqueline. Um filme singelo que faz bem para o coração e nos faz resgatar sentimentos puros.
Fatsah Bouyahmed, que tem participação no roteiro compõe um personagem adorável que com certeza adoraríamos encontrar por aí com a sua estimada vaca Jacqueline. Um filme singelo que faz bem para o coração e nos faz resgatar sentimentos puros.
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