quarta-feira, 21 de agosto de 2013
O Grande Gatsby (The Great Gatsby)
"O Grande Gatsby" (2013) dirigido por Baz Luhrmann (Moulin Rouge - 2001) é exagerado visualmente, mas sabe-se que o estilo do diretor é este, então é preciso desconectar o olhar crítico que o livro de Fitzgerald possui. O sonho americano e a sociedade em transformação é o contexto da história do autor do livro, já na adaptação este aspecto é vazio e dá mais abertura para o romance e a tragédia. A trilha sonora é a grande ousadia, com Jay-Z, Beyoncé, Alicia Keys, Will.I.am, Lana Del Rey e Gotye. Estranha-se no início, mas o resultado é impressionante.
Jay Gatsby subiu na vida por meios escusos para conquistar Daisy, a burguesinha delicada e vazia da sociedade em questão, ela mora em Long Island no lado tradicional do dinheiro, o misterioso Gatsby mora do outro lado da baía em West Egg, onde os jovens promissores começaram a habitar. Nick Carraway é o narrador, um jovem recém-saído da universidade e com um emprego em Manhattan na bolsa de valores, logo ele se encanta por seu vizinho, os dois se tornam bastante amigos, Gatsby se aproxima na verdade porque Nick é primo de Daisy, sua paixão perdida da juventude, enquanto ele lutava na guerra a moça se casou com um homem rico, Tom Buchanan. Anos depois Jay enriquece e vai em busca de seu amor, que na realidade não é tão romântico como aparece no longa de Baz, Jay ama a ostentação, o glamour e Daisy sempre foi sinônimo de riqueza, e consequentemente ele queria mostrar toda a sua opulência e a maior demonstração disso tudo são as suas festas, onde todos, todos mesmo vão, menos Daisy, até que Nick ajuda com o reencontro. É justamente nessas festas que contém toda a significância da história.
A nova roupagem que "O Grande Gatsby" ganhou surpreende e a trilha sonora conversa bem com a aura criada, já que a ostentação está de mãos dadas com este estilo musical. O filme não é completo, deixa vários simbolismos do livro para trás, toda a dramaticidade em cima do romance mesmo que não prejudique, dá um outro tom à história.
Nick presencia tudo de perto, sabe de todos os mistérios que envolve Jay, os momentos que o descreve são os melhores, inclusive quando fala do sorriso de Gatsby: "Era um desses sorrisos raros que trazem em si algo de segurança e de conforto, um desses sorrisos que você encontra umas quatro ou cinco vezes em toda uma vida. Um sorriso que parecia encarar todo mundo, a eternidade, e então se concentrava sobre você, transmitindo-lhe uma simpatia irresistível."
O filme nos embriaga com toda a sua excentricidade, as atuações são magníficas, apesar de alguns personagens caricatos, como Tom Buchanan, o marido infiel de Daisy, e até Tobey Maguire como o narrador Nick. DiCáprio encarna um Gatsby simpático e misterioso, o que o torna charmoso, Carey Mulligan mistura o vazio da riqueza e a delicadeza de seus gestos.
A maneira que Fitzgerald observava o mundo era de certa forma melancólica, os anos 20 foram de grande efervescência na sociedade, onde todos desejavam aparecer pelo status, o choque de uma modernidade se refletia. "O Grande Gatsby" de Baz Luhrmann não sai tanto desse contexto, mas caminha superficialmente, ele imprime seu estilo dando uma nova roupagem, os personagens não são tão complexos, sua narrativa é apressada e o visual exagerado. Com uma abordagem atual, muito luxo e glamour, a adaptação de Baz Luhrmann se faz excitante.
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