terça-feira, 5 de junho de 2012
A Árvore (The Tree)
"A Árvore" (2010) dirigido por Julie Bertolucci é a adaptação do livro "Our Father Who Art in the Tree", da escritora australiana Judy Pascoe.
Simone é uma garotinha que acredita que o espírito do pai esteja na árvore do jardim de sua casa. Observamos tudo, inclusive os pensamentos e anseios dos personagens. Dessa forma, o filme que já trata de um tema complicado e truncado por natureza, flui melhor. Não é uma obra fácil de assistir, o ritmo é lento, o tema é difícil. Uma família que se recusa a seguir com a vida depois de perder de forma inesperada e trágica o patriarca. Uma mulher que sofre o luto pelo único amor de sua vida. Filhos que precisam cuidar de si mesmos. Uma garota jovem demais para absorver o que é perder um pai. Charlotte Gainsbourg é Dawn, a mulher que precisa enfrentar o mundo e a dor da perda, ela está visceral, sem maquiagem, expressiva, melancólica, como a personagem demanda. A tristeza, a dor e a vontade de seguir em frente apesar de tudo, são sentimentos retratados por ela no filme, que acaba por representar um desafio com o qual todos nós temos de lidar um dia: seguir em frente mesmo depois de perder quem amamos.
Merece destaque também a atuação da jovem Morgana Davies que interpreta Simone, ela chega a nos irritar com sua persistência quase doentia em acreditar que o espírito do pai se encontra na árvore do jardim, quando a mãe inicia um relacionamento com George (Marton Csokas), um encanador com quem trabalha na cidade que viera para verificar até que ponto as raízes constituem ameaça para a segurança dela e de seus filhos, as coisas se complicam, pois George constata a necessidade de que a figueira seja prontamente abatida, a começar pelas ramas mais altas. O conflito se estabelece pela resistência de Simone. É admirável a forma como Gainsbourg interpreta uma mãe que consegue respeitar os sentimentos da filha e a força da relação que esta mantinha com o pai, chegando a duvidar de suas próprias convicções ante a fé inabalável da garotinha.
Muito triste, mas poético, "A Árvore" não deixa de ser uma grande metáfora da vida. Mesmo que nos recusemos, sempre somos forçados a recomeçar. Quando se perde alguém importante da família, como no caso da história, um homem trabalhador, pai de família amoroso e dedicado, não é fácil, perde-se a vontade de viver também, difícil olhar para um novo horizonte e ter expectativas que algo bom possa acontecer, afinal o ritmo da vida muda, responsabilidades aumentam, é complicado ter que se adaptar a um novo cotidiano sem a presença da pessoa amada, e isto se intensifica quando é uma mulher com quatro filhos.
A única coisa que resta é nos apegar a algo, como a menina fez, ela acredita piamente que o pai falava através daquela figueira majestosa, com raízes fincadas no terreno da família. Ela não demora a se convencer de que ali está a alma de seu pai. São pequenas amostras das maneiras de lidar com as etapas que as pessoas precisam percorrer com intenção de tocar a vida pra frente, e também com a fé que precisamos depositar em acontecimentos que vão além de nossa realidade, como a natureza, que exerce um poder inexplicável sobre nós. É uma metáfora muito profunda, um modo de dizer que a natureza é mais forte do que a gente.
O filme tem uma linguagem simples, é direta e comovente. O luto é um tema difícil dentro do cinema, ao se fincar muito na tristeza e nos questionamentos de como seguir em frente pode soar piegas, mas neste longa é feito com muito brilhantismo.
Charlotte Gainsbourg deu o tom perfeito a sua personagem, ela mostra que sentimentos não morrem, apesar da perda de uma pessoa querida continua-se a querer sentir carinho e atenção, e mesmo estando sorrindo não significa que se esquece a pessoa que se foi. É como no final do filme, depois de uma tempestade, o dia clareia e tudo volta ao normal, recomeçar faz parte do ser humano e temos que entender de uma vez por todas que é uma etapa que, inevitavelmente, cedo ou mais tarde vivenciaremos.
Simone é uma garotinha que acredita que o espírito do pai esteja na árvore do jardim de sua casa. Observamos tudo, inclusive os pensamentos e anseios dos personagens. Dessa forma, o filme que já trata de um tema complicado e truncado por natureza, flui melhor. Não é uma obra fácil de assistir, o ritmo é lento, o tema é difícil. Uma família que se recusa a seguir com a vida depois de perder de forma inesperada e trágica o patriarca. Uma mulher que sofre o luto pelo único amor de sua vida. Filhos que precisam cuidar de si mesmos. Uma garota jovem demais para absorver o que é perder um pai. Charlotte Gainsbourg é Dawn, a mulher que precisa enfrentar o mundo e a dor da perda, ela está visceral, sem maquiagem, expressiva, melancólica, como a personagem demanda. A tristeza, a dor e a vontade de seguir em frente apesar de tudo, são sentimentos retratados por ela no filme, que acaba por representar um desafio com o qual todos nós temos de lidar um dia: seguir em frente mesmo depois de perder quem amamos.
Merece destaque também a atuação da jovem Morgana Davies que interpreta Simone, ela chega a nos irritar com sua persistência quase doentia em acreditar que o espírito do pai se encontra na árvore do jardim, quando a mãe inicia um relacionamento com George (Marton Csokas), um encanador com quem trabalha na cidade que viera para verificar até que ponto as raízes constituem ameaça para a segurança dela e de seus filhos, as coisas se complicam, pois George constata a necessidade de que a figueira seja prontamente abatida, a começar pelas ramas mais altas. O conflito se estabelece pela resistência de Simone. É admirável a forma como Gainsbourg interpreta uma mãe que consegue respeitar os sentimentos da filha e a força da relação que esta mantinha com o pai, chegando a duvidar de suas próprias convicções ante a fé inabalável da garotinha.
Muito triste, mas poético, "A Árvore" não deixa de ser uma grande metáfora da vida. Mesmo que nos recusemos, sempre somos forçados a recomeçar. Quando se perde alguém importante da família, como no caso da história, um homem trabalhador, pai de família amoroso e dedicado, não é fácil, perde-se a vontade de viver também, difícil olhar para um novo horizonte e ter expectativas que algo bom possa acontecer, afinal o ritmo da vida muda, responsabilidades aumentam, é complicado ter que se adaptar a um novo cotidiano sem a presença da pessoa amada, e isto se intensifica quando é uma mulher com quatro filhos.
A única coisa que resta é nos apegar a algo, como a menina fez, ela acredita piamente que o pai falava através daquela figueira majestosa, com raízes fincadas no terreno da família. Ela não demora a se convencer de que ali está a alma de seu pai. São pequenas amostras das maneiras de lidar com as etapas que as pessoas precisam percorrer com intenção de tocar a vida pra frente, e também com a fé que precisamos depositar em acontecimentos que vão além de nossa realidade, como a natureza, que exerce um poder inexplicável sobre nós. É uma metáfora muito profunda, um modo de dizer que a natureza é mais forte do que a gente.
O filme tem uma linguagem simples, é direta e comovente. O luto é um tema difícil dentro do cinema, ao se fincar muito na tristeza e nos questionamentos de como seguir em frente pode soar piegas, mas neste longa é feito com muito brilhantismo.
Charlotte Gainsbourg deu o tom perfeito a sua personagem, ela mostra que sentimentos não morrem, apesar da perda de uma pessoa querida continua-se a querer sentir carinho e atenção, e mesmo estando sorrindo não significa que se esquece a pessoa que se foi. É como no final do filme, depois de uma tempestade, o dia clareia e tudo volta ao normal, recomeçar faz parte do ser humano e temos que entender de uma vez por todas que é uma etapa que, inevitavelmente, cedo ou mais tarde vivenciaremos.
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