quarta-feira, 22 de março de 2023
A Pior Pessoa do Mundo (Verdens Verste Menneske)
"A Pior Pessoa do Mundo" (2021) dirigido por Joachim Trier (Thelma - 2017) é um filme repleto de questões, induz o espectador a pensar sobre si mesmo e o estar no mundo, a confusão da protagonista gera antipatia, mas ela representa a maioria das pessoas, pois a indecisão e o estar perdido diante de tantas possibilidades e probabilidades gera ansiedade e muitas vezes prostração, quem diz que sabe o que está fazendo e para onde está indo está fingindo muito bem porque a vida é instável e nada objetiva, se considerar a pior pessoa por não saber se uma escolha é melhor que outra, ou optar por coisas que não condizem com expectativas alheias, na verdade, lhe faz mais sensível e consciente.
Julie (Renate Reinsve) é jovem, bonita, inteligente e não sabe exatamente o que deseja em uma carreira ou parceiro. Uma noite ela conhece Aksel (Anders Danielsen Lie), um conhecido romancista gráfico 15 anos mais velho, e eles rapidamente se apaixonam. Ela também conhece um barista de café, Eivind (Herbert Nordrum), que também está em um relacionamento. Julie tem que decidir, não apenas entre dois homens, mas também quem ela é e quem ela quer ser. Entre idas e vindas, Julie escolhe com quem ficar e mais problemas surgem em sua vida. Com prólogo, 12 capítulos e epílogo acompanhamos Julie se mover pela vida sem muita convicção, age conforme seus desejos e encara os momentos com intensidade, mas as escolhas que faz a atingem mais para frente sempre colocando em xeque se é realmente o que quer. Sua relação com Aksel é profunda em afinidades e amor, mas Julie se vê diante da impossibilidade de seguir, anseia experiências e ao contrário de Aksel não pensa firmar a relação e nem quer ter filhos, dessas suas contradições e vulnerabilidades acaba se apaixonando por Eivind em circunstâncias de impulso e que abrangem gostosas descobertas que dura por um tempo e só aumentam suas angústias.
É interessante que aborda a vida adulta de forma realista e mostra que estar perdido e frágil aos 30 é mais comum do que se pensa. São muitas visões e experiências que se quer agarrar e nem sempre o óbvio é o caminho. Estar à deriva sem convicções onde se realiza e se desconstrói facilmente algo faz parte dessa geração que de certa maneira está mais livre de convenções impostas, mais solitárias e com estímulos a mil. Em dado momento Julie diz ser espectadora da sua própria vida, se autodeprecia por abraçar seus desejos e encarar suas escolhas com intensidade, mas isso a faz ser a pior pessoa do mundo?
Julie (Renate Reinsve) é jovem, bonita, inteligente e não sabe exatamente o que deseja em uma carreira ou parceiro. Uma noite ela conhece Aksel (Anders Danielsen Lie), um conhecido romancista gráfico 15 anos mais velho, e eles rapidamente se apaixonam. Ela também conhece um barista de café, Eivind (Herbert Nordrum), que também está em um relacionamento. Julie tem que decidir, não apenas entre dois homens, mas também quem ela é e quem ela quer ser. Entre idas e vindas, Julie escolhe com quem ficar e mais problemas surgem em sua vida. Com prólogo, 12 capítulos e epílogo acompanhamos Julie se mover pela vida sem muita convicção, age conforme seus desejos e encara os momentos com intensidade, mas as escolhas que faz a atingem mais para frente sempre colocando em xeque se é realmente o que quer. Sua relação com Aksel é profunda em afinidades e amor, mas Julie se vê diante da impossibilidade de seguir, anseia experiências e ao contrário de Aksel não pensa firmar a relação e nem quer ter filhos, dessas suas contradições e vulnerabilidades acaba se apaixonando por Eivind em circunstâncias de impulso e que abrangem gostosas descobertas que dura por um tempo e só aumentam suas angústias.
É interessante que aborda a vida adulta de forma realista e mostra que estar perdido e frágil aos 30 é mais comum do que se pensa. São muitas visões e experiências que se quer agarrar e nem sempre o óbvio é o caminho. Estar à deriva sem convicções onde se realiza e se desconstrói facilmente algo faz parte dessa geração que de certa maneira está mais livre de convenções impostas, mais solitárias e com estímulos a mil. Em dado momento Julie diz ser espectadora da sua própria vida, se autodeprecia por abraçar seus desejos e encarar suas escolhas com intensidade, mas isso a faz ser a pior pessoa do mundo?
Aksel tem estabilidade financeira e é bem-sucedido como quadrinista, tem uma relação de afinidade intelectual com Julie e aos poucos vai sentindo vontade de ser pai, mas Julie não está pronta para esse passo e conforme ele mergulha mais e mais em seu trabalho ela sente vontade de se libertar. O término é sofrido, eles se amam, mas cada um está em um ponto da vida, a partir desse momento as coisas começam a soar melancólicas e as escolham tomam um peso absurdo. E Aksel apesar de ter tudo certo em sua vida é surpreendido pelo inevitável, colocando tudo que construiu e se tornou em observação.
"A Pior Pessoa do Mundo" faz parte de uma trilogia composta por "Começar de Novo" - 2006 e "Oslo, 31 de Agosto" - 2011, que abordam conflitos existenciais com potência e sensibilidade, são obras melancólicas e que desnudam a existência humana. É preciso olhar para dentro e aprender a aceitar que a vida não pode ser controlada, há instabilidades, angústias, caminhos inesperados, surpresas e renúncias.
Vale ressaltar o incrível corroteirista Eskil Vogt que possui obras maravilhosas em parceria com Joaquin Trier e também como diretor, vide o filme "Blind" - 2014.
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