segunda-feira, 22 de janeiro de 2018
Menashe
"Menashe" (2017) dirigido por Joshua Z. Weinstein traz uma história muito interessante sobre a forma de vida das pessoas nas comunidades judaicas ultra-ortodoxas, são retratados dilemas, tabus, ritos, hábitos, e por muitas vezes, a contradição.
Dentro da ultra-ortodoxa comunidade judaica do Brooklyn - a maior fora de Israel, um viúvo luta pela custódia de seu filho. Um sensível drama realizado inteiramente em iídiche, que explora intimamente a natureza da fé e o preço da paternidade.
Menashe (Menashe Lustig) trabalha dobrado em um mercado e tenta de todas as maneiras ter a guarda de seu filho, mas como não tem condições e, principalmente, uma esposa, pois as leis judaicas determinam que um lar necessita de uma figura feminina e que um viúvo é incapaz de fornecer o que uma criança precisa, Reiven tem dez anos e é cuidado pelo cunhado e esposa enquanto Menashe não dá um jeito em sua situação, a pressão em cima do assunto é forte, o cunhado e o rabino insistem, mas Menashe não quer saber de casar, quer apenas criar seu filho e ter um vínculo com ele. Para todos da comunidade Menashe é um desafortunado, desde o emprego até o seu jeito de ser, ele é um pouco desatento, como quando vai fazer entregas de van e esquece de fechar a porta de trás e todo o peixe se espalha pela rua causando um grande prejuízo, para pagar a dívida faz horas extras junto dos hispânicos, além disso Menashe não segue à risca os hábitos, como vestir cafetã ou o chapéu e até questiona alguns ritos, como o shabbat, ele destoa do ambiente, mas também não quer dizer que seja menos devoto. Menashe contesta o severo cunhado sobre ter o direito de ver Reiven e criá-lo, o menino entende a situação do pai e são poucos os momentos que discute ou se entristece, mas sempre está de olho em tudo, como quando seu pai é humilhado pelo patrão, ou o tio o desmerecendo por conta da vida corrida e sem pontualidade.
Para mostrar que pode criar seu filho sozinho e se impor diante a comunidade, Menashe decide fazer um jantar, uma tradição em que os parentes próximos visitam o túmulo e rezam, ele fica incumbido de preparar as comidas, arrumar o pequeno ambiente e seguir todos os hábitos para esse dia, nada pode dar errado, ele segue firme e dedicado, mas o seu jeito não harmoniza com todo o resto, a comida acaba queimando e olhares se entrecruzam na mesa, porém o rabino enxerga seu sacrifício.
A comunidade que se concentra no Brooklin é uma amostra de como a cidade é recheada de diversidade e cultura, todos falam em iídiche e mantêm suas vidas à base das leis judaicas, como Menashe que as têm como o único empecilho para criar seu filho, é um mundo à parte, Reiven não possui contato com outras coisas ou tecnologia, por exemplo, eles isolam tudo e se fecham entre si.
A comunidade que se concentra no Brooklin é uma amostra de como a cidade é recheada de diversidade e cultura, todos falam em iídiche e mantêm suas vidas à base das leis judaicas, como Menashe que as têm como o único empecilho para criar seu filho, é um mundo à parte, Reiven não possui contato com outras coisas ou tecnologia, por exemplo, eles isolam tudo e se fecham entre si.
O filme é muito direto e não faz apontamentos de certo ou errado, apenas demonstra o estilo de vida e retrata Menashe como um ser humano repleto de falhas, como qualquer outra pessoa. Difícil entender aonde é que o personagem realmente escolhe por si, já que todos palpitam em sua vida.
"Menashe" é um filme natural e real, os personagens vivem de fato no contexto judeu-ortodoxo, então é uma boa dose de conhecimento e compreensão da realidade vivida por eles, a devoção, o comprometimento com os estudos, as dificuldades em território estrangeiro, o fechamento entre eles, a opressão das leis, os tabus, as contradições e também a beleza da cultura, vide as canções que são belíssimas, e a força da identidade judaica.
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