terça-feira, 29 de agosto de 2017
Flesh and Bone (Série)
"Flesh and Bone" (2015) do canal Starz, criada por Moira Walley-Beckett, roteirista de primeira, alguns de seus trabalhos inclui "Breaking Bad" e "Anne with an E". Esta série sombria retrata as entranhas do mundo do balé e prometia ser uma inovação, mas, infelizmente, não vingou e se tornou uma minissérie de apenas 8 episódios. É uma história intrigante e perturbadora que trabalha em cima das obsessões.
A personagem central, Claire Robbins (Sarah Hay) busca se tornar uma bailarina de sucesso, para isso foge de Pittsburgh para NY e logo na primeira audição adentra na prestigiada academia de Ballet de NY, mas a rapidez com que tudo acontece, sua ascensão dentro do corpo de balé junto a problemas pessoais e emocionais torna tudo muito inquietante.
Claire tem feição assustada, mas por outro lado é determinada, exibe seu talento e encanta logo de primeira o rígido e arrogante Paul (Ben Daniels), isso provoca a ira das outras meninas, pois ela se destaca e é convocada para ser a primeira bailarina de um espetáculo que está sendo montado, aliás tudo muda e monta-se um espetáculo novo devido a sua entrada. A pressão e a inveja dentro do ambiente é tóxico e é preciso muito autocontrole, além de que o trabalho é maçante para buscar a perfeição, não há espaço para erros, ali estão os melhores dos melhores. Claire acaba dividindo um apartamento com Mia (Emily Tyra), uma garota com problemas alimentares, a relação é distante e a competição não só entre elas, mas com todos é obsessiva, algo muito, mas muito bem retratado na série, a obsessão está em todos os setores, seja na dança, ou na vida pessoal, Claire tem uma relação tensa com seu irmão, ele a ama e ela também, mas esse sentimento conforme vemos é sufocante tamanha a sua complexidade, é um baita estudo psicológico. Há outros personagens intrigantes na história, como Romeo (Damon Herriman), um mendigo que vive em cima do prédio em que Claire e Mia moram, ele é uma incógnita, parece ser amigável, porém sua mente viaja e as coisas envolvendo Claire o afetam de maneira obsessiva também.
Logo de início percebemos que não será nada fácil para Claire se adaptar, o mundo que está se abrindo é traiçoeiro, é preciso se submeter a alternativas sórdidas, Claire não se encaixa, mas ao mesmo tempo flerta com essas possibilidades, ela não é tão meiga quanto aparenta, característica que irrita os outros alunos e que lhe rende vários apelidos. A pessoa que a "ajuda" de certa forma a adentrar neste mundo que se abre é Daphne (Raychel Diane Weiner), que nas horas vagas dança num clube de strip-tease, cujo dono, um russo, é apaixonado por balé.
Claire tem feição assustada, mas por outro lado é determinada, exibe seu talento e encanta logo de primeira o rígido e arrogante Paul (Ben Daniels), isso provoca a ira das outras meninas, pois ela se destaca e é convocada para ser a primeira bailarina de um espetáculo que está sendo montado, aliás tudo muda e monta-se um espetáculo novo devido a sua entrada. A pressão e a inveja dentro do ambiente é tóxico e é preciso muito autocontrole, além de que o trabalho é maçante para buscar a perfeição, não há espaço para erros, ali estão os melhores dos melhores. Claire acaba dividindo um apartamento com Mia (Emily Tyra), uma garota com problemas alimentares, a relação é distante e a competição não só entre elas, mas com todos é obsessiva, algo muito, mas muito bem retratado na série, a obsessão está em todos os setores, seja na dança, ou na vida pessoal, Claire tem uma relação tensa com seu irmão, ele a ama e ela também, mas esse sentimento conforme vemos é sufocante tamanha a sua complexidade, é um baita estudo psicológico. Há outros personagens intrigantes na história, como Romeo (Damon Herriman), um mendigo que vive em cima do prédio em que Claire e Mia moram, ele é uma incógnita, parece ser amigável, porém sua mente viaja e as coisas envolvendo Claire o afetam de maneira obsessiva também.
Logo de início percebemos que não será nada fácil para Claire se adaptar, o mundo que está se abrindo é traiçoeiro, é preciso se submeter a alternativas sórdidas, Claire não se encaixa, mas ao mesmo tempo flerta com essas possibilidades, ela não é tão meiga quanto aparenta, característica que irrita os outros alunos e que lhe rende vários apelidos. A pessoa que a "ajuda" de certa forma a adentrar neste mundo que se abre é Daphne (Raychel Diane Weiner), que nas horas vagas dança num clube de strip-tease, cujo dono, um russo, é apaixonado por balé.
A série é apaixonante por vários fatores, começando pelo tema, o balé, que nos presenteia com movimentos belíssimos, coreografias elegantes e vivazes, e o mais interessante, nos permite observar os bastidores, a concepção de um espetáculo, desde os pequenos detalhes ao grand finale, mas até chegar aí muitos sentimentos e obstáculos surgem, o principal deles, a competição, os olhares de inveja e ciúmes chegam a cortar a pele, tanto quanto os machucados de verdade que os bailarinos vão adquirindo com os exaustivos ensaios, é desde perder unhas a problemas de articulações. É uma exímia tour de force. A rigidez ou a própria falta de educação de Paul com todos ali é bastante evidenciada e para quem já passeou por este universo sabe que não é muito diferente disso que está sendo retratado, realmente aguentar a pressão psicológica é mais difícil do que suportar o estresse e dores físicas. Outra questão pertinente que a série aborda são os problemas particulares de Claire que envolvem o irmão, a necessidade um do outro, pelo fato da carência que têm dos pais, sempre foram eles dois e nisto gerou uma relação bastante perturbadora e que moldou a personalidade ambígua de Claire, realmente percebe-se facetas diversas durante a história.
As interpretações são ótimas, Sarah como Claire irrita por muitas vezes com sua feição, olhos sempre arregalados, em contrapartida, há firmeza e profissionalismo em suas atitudes, principalmente por ter confiança em seu talento, mas quem ganha a tela é Ben Daniels como Paul, um ser humano egoísta, invejoso, falso, solitário e que destila suas angústias sem o menor discernimento, mas que incrivelmente chama nossa atenção, seu olhar penetrante, sua postura e voz cativa.
"Flesh and Bone" foi concebida por pessoas que entendem do assunto, e os atores, todos que estão no corpo de balé são de fato bailarinos, a protagonista Sarah Hay, atualmente é solista do Ballet Semperoper em Dresden, na Alemanha - sua primeira atuação foi no filme "Cisne Negro" em 2010. A ex-bailarina Irina Dvorovenko (American Ballet Theatre) que interpreta Kiira, a mais velha, que já está numa fase complicada, porém a mais profissional e a única que Paul respeita, ela tem prestígio, mas devido a lesões e o uso de drogas para amortecer a dor sofre pressão para parar e enfim pensar na vida particular, a chegada de Claire é um baita agravante nisto tudo. Outro excepcional bailarino é Sascha Radetsky (American Ballet Theatre) que dá vida a Ross, ele é a perfeição, seus movimentos hipnotizam.
Com um vasto número de personagens interessantes a série acaba não dando chance para o desenvolvimento deles, alguns são deixados de lado e outros tem desfechos desinteressantes dentro de todo o contexto em que foram envolvidos, como Romeo e Mia, o que demonstra o quanto a série tinha potencial, mas não deixa de ser impecável quanto ao tema principal, o balé e seus meandros, a obscuridade por trás de algo tão belo, os movimentos; o corpo.
Não posso terminar e não dizer sobre a abertura, assombrosamente linda com a canção "Obsession" de Karen O, juntamente à coreografia de Ethan Stiefel. Uma série apaixonante e perturbadora, traça perfis complexos e que sugere muitas discussões, variadas visões e aprendizados.
Com um vasto número de personagens interessantes a série acaba não dando chance para o desenvolvimento deles, alguns são deixados de lado e outros tem desfechos desinteressantes dentro de todo o contexto em que foram envolvidos, como Romeo e Mia, o que demonstra o quanto a série tinha potencial, mas não deixa de ser impecável quanto ao tema principal, o balé e seus meandros, a obscuridade por trás de algo tão belo, os movimentos; o corpo.
Não posso terminar e não dizer sobre a abertura, assombrosamente linda com a canção "Obsession" de Karen O, juntamente à coreografia de Ethan Stiefel. Uma série apaixonante e perturbadora, traça perfis complexos e que sugere muitas discussões, variadas visões e aprendizados.
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