terça-feira, 11 de julho de 2017
Heartstone (Hjartasteinn)
"Heartstone" (2016) dirigido por Guðmundur Arnar Guðmundsson (Vale das Baleias - 2013) é realista e poético ao retratar o despertar dos desejos na adolescência, a amizade verdadeira e o como o meio em que se vive oprime o que considera diferente.
Na beleza de um pequeno vilarejo da Islândia, dois garotos compartilham uma jornada de amizade e amor. Enquanto um deles tenta ganhar o coração de uma menina, o outro descobre novos sentimentos pelo melhor amigo.
Thor (Baldur Einarsson) e Kristján (Blær Hinriksson) são melhores amigos em uma aldeia remota da Islândia, logo no começo observamos eles e mais alguns meninos em uma pescaria, onde violentamente arrancam a cabeça dos peixes e os batem contra o chão, Kristján fisga um peixe-pedra, considerado uma aberração e conhecido por ser extremamente venenoso e, portanto, o rejeitam e o matam, esta abertura é uma excelente metáfora, cenas cruas e intensas que simbolizam o modo que o lugar lida com o que vai contra as suas tradições. Neste vilarejo da Islândia, um local gelado de natureza selvagem e que aparenta liberdade pela amplidão dos campos, na verdade, é absurdamente opressor, os moradores sabem tudo o que acontece uns com os outros e até decidem o destino se alguém sai fora de seus conceitos, pois as reações são violentas e a pessoa é obrigada a ir embora para não mais sofrer rejeição. Thor vive com sua mãe e com duas irmãs mais velhas, constantemente elas chamam a atenção da mãe por causa de seu comportamento, são apontadas pelos outros pelo fato da mãe trocar de namorado frequentemente, Thor é um garoto de personalidade forte, porém introspectivo, divide momentos importantes de descobertas com seu amigo Kristján, que tem um pai violento e naturalmente vai compreendendo seus sentimentos e repreende-os por medo e também por não se aceitar.
A construção da narrativa é calma e vai se estabelecendo conforme as experiências que vão se sucedendo entre eles, no começo é totalmente coisas de garoto, quebrar vidros de carros, desafios, xingamentos, mas o despertar da sexualidade surge e é aí que os sentimentos se delineiam. Thor se apaixona por Beta (Diljá Valsdóttir), que corresponde o interesse, Kristján ajuda o amigo perder a timidez inicialmente, mas quando Hanna (Katla Njálsdóttir), amiga de Beta se interessa por Kristján e todos vão acampar, ele se retraí e a complexidade de seus sentimentos se tornam pungentes. É triste vê-lo se constranger diante a todos e se martirizar pelo que sente, a cena em que ele grita embaixo da água é desoladora.
A construção da narrativa é calma e vai se estabelecendo conforme as experiências que vão se sucedendo entre eles, no começo é totalmente coisas de garoto, quebrar vidros de carros, desafios, xingamentos, mas o despertar da sexualidade surge e é aí que os sentimentos se delineiam. Thor se apaixona por Beta (Diljá Valsdóttir), que corresponde o interesse, Kristján ajuda o amigo perder a timidez inicialmente, mas quando Hanna (Katla Njálsdóttir), amiga de Beta se interessa por Kristján e todos vão acampar, ele se retraí e a complexidade de seus sentimentos se tornam pungentes. É triste vê-lo se constranger diante a todos e se martirizar pelo que sente, a cena em que ele grita embaixo da água é desoladora.
A sutileza é uma das grandes qualidades do filme, as cenas em que Kristján olha para seu amigo de modo diferente, por exemplo, seus desejos aflorando e ao mesmo tempo sua preocupação. A amizade é retratada lindamente, Thor lida no seu tempo com as emoções e amadurece. É um longa cru, sincero, os olhos dos protagonistas transbordam, belíssimas atuações, Baldur Einarsson como Thor impressiona e claramente ao final visualizamos sua mudança interna, e Blær Hinriksson como Kristján emociona, dói vê-lo se encolhendo diante dos comentários dos outros e se condenando pela verdade dos seus sentimentos.
"Heartstone" mescla força e delicadeza, a paisagem faz parte da história, toda a atmosfera natural está entranhada nos acontecimentos e nas descobertas vividas. Um exemplar encantador que traduz de forma lírica o desabrochar da sexualidade, o amadurecimento dos sentimentos, as relações verdadeiras de amizade e a compreensão do que realmente importa para si independente do que o meio em que se vive acha certo ou não.
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