quinta-feira, 20 de abril de 2017
Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea)
"Manchester à Beira-Mar" (2016) dirigido por Kenneth Lonergan (Margaret - 2011) é um filme cru, tocante, realista e imensamente triste, a sua atmosfera é de puro sofrimento e aflição, não há resoluções fáceis, há que se passar por todo o trajeto de dor para aos poucos tentar sobreviver e se possível se redimir de si mesmo.
Lee Chandler (Casey Affleck) é uma espécie de faz-tudo do pequeno complexo de apartamentos onde vive, no subúrbio de Boston. Ele passa seus dias tirando neve das portas, consertando vazamentos e fazendo o possível para ignorar a conversa de seus vizinhos. Em suas noites vazias, Lee bebe cerveja no bar local e arruma confusão com qualquer um que lhe lançar um olhar. Quando seu irmão mais velho morre, ele recebe a desagradável surpresa de sua nomeação como tutor de seu sobrinho. De volta à sua cidade natal, ele terá que lidar com memórias queridas e dolorosas.
Lee segue uma rotina solitária, passa os dias consertando coisas para os moradores do prédio onde mora e é porteiro, é imerso numa tristeza e culpa profunda, não tem nenhum tipo de relação, sozinho e dilacerado apenas continua existindo. Até que se vê precisando voltar para Manchester, sua cidade natal, seu irmão morreu e agora tem uma responsabilidade nas mãos, seu sobrinho Patrick (Lucas Hedges).
A história vai se mostrando aos poucos, alternando momentos do passado e presente fazendo com que sintamos todo o caos que habita o personagem, além de que a fotografia evidencia com cores mais fortes e alegres o passado e o presente com cores mais frias denotando a melancolia e a vastidão interior do protagonista, cuja fisionomia também muda, sem dúvidas, um trabalho extenuante para Casey Affleck. Quando descobrimos a causa de seu sofrimento não tem como não sentir empatia, algo assim pode acontecer a qualquer um, Lee carrega um trauma gigantesco, e a culpa pelo ocorrido o corrói a cada segundo que passa.
Lee segue uma rotina solitária, passa os dias consertando coisas para os moradores do prédio onde mora e é porteiro, é imerso numa tristeza e culpa profunda, não tem nenhum tipo de relação, sozinho e dilacerado apenas continua existindo. Até que se vê precisando voltar para Manchester, sua cidade natal, seu irmão morreu e agora tem uma responsabilidade nas mãos, seu sobrinho Patrick (Lucas Hedges).
A história vai se mostrando aos poucos, alternando momentos do passado e presente fazendo com que sintamos todo o caos que habita o personagem, além de que a fotografia evidencia com cores mais fortes e alegres o passado e o presente com cores mais frias denotando a melancolia e a vastidão interior do protagonista, cuja fisionomia também muda, sem dúvidas, um trabalho extenuante para Casey Affleck. Quando descobrimos a causa de seu sofrimento não tem como não sentir empatia, algo assim pode acontecer a qualquer um, Lee carrega um trauma gigantesco, e a culpa pelo ocorrido o corrói a cada segundo que passa.
Lee não gosta da notícia de que seu irmão o deixou como tutor de Patrick, mas com o passar dos dias pensa bem e tenta se aproximar, o garoto não quer deixar a cidade em que vive, mas por outro lado Lee não suporta ficar no local por conta do ocorrido no passado, é desgastante. Lentamente os dois entram num consenso e a relação se modela, com afeto e um respeitando o outro, uma bela atuação de Lucas Hedges, que compõe um adolescente tranquilo que absorve a morte do pai com o silêncio, se desesperando somente por não conseguir enterrá-lo e ter que pensar no pai dentro de um freezer. As situações que acontecem no filme são naturais e passam bastante verdade, uma das cenas mais angustiantes é a tentativa de uma conversa entre Lee e sua ex-mulher, interpretada por Michelle Williams, que aparentemente conseguiu reconstruir sua vida após o acidente.
O clima melancólico predomina, o silêncio diz muito, a tristeza, a culpa, o amadurecimento e o luto são temas abordados com crueza, mas apesar do peso a obra consegue inserir humor, principalmente na relação que se cria entre tio e sobrinho no cotidiano, e ainda consegue passar um fio de esperança; por mais sofrimento que passemos e mudanças internas que sofremos sempre existirá um meio de continuar mesmo que a dor permaneça.
"Manchester à Beira-Mar" é um filme contemplativo, honesto e permeado de sutilezas e camadas em seu roteiro, onde retrata a complexidade de se lidar com traumas e perdas, sofrimento e culpa. Devastador!
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É um belíssimo filme sobre como a vida pode ser cruel para algumas pessoas.
ResponderExcluirA interpretação de Casey Affleck é extremamente sensível e seu diálogo com Michelle Willians na cena da rua é de cortar o coração.
Abraço