quinta-feira, 2 de março de 2017
A Passageira (Magallanes)
"A Passageira" (2015) dirigido pelo ator peruano Salvador del Solar é um filme instigante que tem como pano de fundo as consequências dos conflitos entre o governo, os civis e os revolucionários comunistas no Peru, é um assunto dolorido e a trama gira em torno dos males causados, as feridas abertas, mas o diretor soube trazer uma história atual em que incute críticas sociais e problemas que assolam praticamente toda a América Latina.
Certa tarde, Magallanes (Damián Alcázar) reconhece a passageira que sobe em seu táxi. É Celina (Magaly Solier), mulher que conheceu há mais de 20 anos em circunstâncias completamente diferentes. Em busca de redenção, ele fará tudo o que puder para ajudá-la a superar a difícil situação pela qual está passando. Magallanes não sabe, porém, que Celina prefere perder tudo a ser ajudada por ele.
Adaptado do livro "La Pasajera" de Alonso Cueto, Magallanes é interpretado pelo talentoso Damián Alcázar, recentemente visto em "Narcos", ele é um dos grandes atores mexicanos, vide "A Lei de Herodes" e "A Ditadura Perfeita". Neste, ele protagoniza um homem solitário e de feições sérias, um ex-soldado que sobrevive como taxista e uma espécie de cuidador e motorista particular do seu ex-coronel (Federico Luppi), que está sofrendo de Alzheimer. Um dia, Magallanes se depara com uma moça de origem indígena e a reconhece, é Celina, quando jovem foi prisioneira por mais de um ano no quartel em Ayacucho, servindo de escrava sexual para o coronel. Ele a deixa no local indicado e não a olha no rosto, a moça é bastante humilde e se desdobra para poder pagar as dívidas e cuidar de seu filho com deficiência. Magallanes vê uma possibilidade de se redimir de seu passado ao tentar ajudar Celina, mas o que vem a seguir é uma espiral problemática.
Adaptado do livro "La Pasajera" de Alonso Cueto, Magallanes é interpretado pelo talentoso Damián Alcázar, recentemente visto em "Narcos", ele é um dos grandes atores mexicanos, vide "A Lei de Herodes" e "A Ditadura Perfeita". Neste, ele protagoniza um homem solitário e de feições sérias, um ex-soldado que sobrevive como taxista e uma espécie de cuidador e motorista particular do seu ex-coronel (Federico Luppi), que está sofrendo de Alzheimer. Um dia, Magallanes se depara com uma moça de origem indígena e a reconhece, é Celina, quando jovem foi prisioneira por mais de um ano no quartel em Ayacucho, servindo de escrava sexual para o coronel. Ele a deixa no local indicado e não a olha no rosto, a moça é bastante humilde e se desdobra para poder pagar as dívidas e cuidar de seu filho com deficiência. Magallanes vê uma possibilidade de se redimir de seu passado ao tentar ajudar Celina, mas o que vem a seguir é uma espiral problemática.
Magallanes a partir de uma foto antiga encontrada decide com a ajuda de sua irmã chantagear o filho do seu ex-coronel, um advogado de grande prestígio (Christian Meier). Mas ele não imagina os desdobramentos dessa sua ideia de golpe. Interessante que no início parece completamente justificável e vemos o seu empenho em ajudar Celina, claramente ele era apaixonado por ela, mas nada é simples e conforme a trama vai se revelando novos dilemas aparecem, muitas questões morais vêm à tona.
O filme tem um roteiro elaborado e prima pela quebra de expectativas, o drama é intenso e dolorido e o suspense que se instaura garante grandes momentos de tensão, há cenas simbólicas também, por exemplo, quando Celina dá de cara com seu passado e corre morro acima, um belo e encantador trabalho visual.
Magaly Solier interpreta com solidez sua personagem, admirável a sua força e conduta diante da tentativa de redenção de Magallanes, uma ótima oportunidade de reflexão sobre perdão. Há uma cena em especial de Magaly que realmente nos tira o ar, quando na delegacia faz um desabafo em sua língua natal, o quíchua, não há legendas e não são necessárias, a entendemos perfeitamente, ela fala no idioma da dor e isso é universal.
Uma grande estreia na direção de Salvador del Solar, um drama envolvente com pitadas de suspense e uma reflexiva crítica social.
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Filmaço com toda certeza! Ressaltou todos os pontos que tornam essa obra indispensável e realmente, agora que me fez lembrar, a cena que Magaly desabafa na delegacia em sua língua materna é universal mesmo, sem necessidade de legendas.
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