quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Demônio de Neon (The Neon Demon)
"Demônio de Neon" (2016) dirigido por Nicolas Winding Refn (Drive - 2011) é um filme que conta de maneira bizarra a obsessão pela beleza e a busca pela perfeição que o mercado da moda impõe.
Jesse (Elle Fanning) é uma jovem de 18 anos que acaba de chegar a Los Angeles. Dona de uma beleza natural impressionante, ela tenta a sorte como modelo profissional. Após tirar algumas fotos mórbidas para um jovem fotógrafo, é contratada por uma conceituada agência de modelos. Bastante ingênua, ela passa a lidar com o ego sempre inflado das demais modelos e também com a maquiadora Ruby (Jena Malone), que possui intenções ocultas com a jovem.
Jesse (Elle Fanning) é uma jovem de 18 anos que acaba de chegar a Los Angeles. Dona de uma beleza natural impressionante, ela tenta a sorte como modelo profissional. Após tirar algumas fotos mórbidas para um jovem fotógrafo, é contratada por uma conceituada agência de modelos. Bastante ingênua, ela passa a lidar com o ego sempre inflado das demais modelos e também com a maquiadora Ruby (Jena Malone), que possui intenções ocultas com a jovem.
O filme prima pela estética visual, somos hipnotizados pelas cores e os enquadramentos caprichados passam a exata superficialidade do culto à beleza, não há profundidade no tema, ele vai por um caminho diferente, prefere demonstrar em tons obscuros o como essa loucura toma conta das mentes de meninas que trabalham no ramo da moda e beleza, o vazio que tudo isso provoca reflete no desenvolvimento do filme, por isso pode aparentar que nada está sendo discutido na trama, são apenas belas imagens e diálogos rasos. E, é isso afinal das contas que faz o filme ser tão incomum, a sua superficialidade é intrínseca. Outro ponto a se destacar é a trilha sonora eletro-pop - característica do diretor - que conversa com a atmosfera do longa.
Elle Fanning personifica precisamente o padrão que se diz ideal e perfeito, tem consciência de sua beleza e já em seu primeiro desfile a inocência que emanava dá lugar ao narcisismo e arrogância, ela vê reflexos de si mesma e os beija. As outras modelos a invejam e tudo o que querem é atingir a perfeição, Bella Heathcote e Abbey Lee estão ótimas em suas personagens estranhas e obcecadas, uma delas não poupa em cirurgias plásticas, elas veem suas carreiras estagnarem quando o foco se volta em Jesse que encanta a todos do meio. Jena Malone como Ruby é multifacetada e vagueia entre inveja e desejo, ela por vezes maquia defuntos e é dona de uma cena que envolve necrofilia. As situações que se desencadeiam depois que Jesse ganha outras cores e assume a doce presunção de que todos querem ser ela, são recheadas de simbolismos e a aura sombria aumenta.
Elle Fanning personifica precisamente o padrão que se diz ideal e perfeito, tem consciência de sua beleza e já em seu primeiro desfile a inocência que emanava dá lugar ao narcisismo e arrogância, ela vê reflexos de si mesma e os beija. As outras modelos a invejam e tudo o que querem é atingir a perfeição, Bella Heathcote e Abbey Lee estão ótimas em suas personagens estranhas e obcecadas, uma delas não poupa em cirurgias plásticas, elas veem suas carreiras estagnarem quando o foco se volta em Jesse que encanta a todos do meio. Jena Malone como Ruby é multifacetada e vagueia entre inveja e desejo, ela por vezes maquia defuntos e é dona de uma cena que envolve necrofilia. As situações que se desencadeiam depois que Jesse ganha outras cores e assume a doce presunção de que todos querem ser ela, são recheadas de simbolismos e a aura sombria aumenta.
Dentro deste universo da moda em que a beleza é a única qualidade várias artimanhas são utilizadas para conseguir estar nos holofotes, o filme leva ao extremo e retrata este mundo efêmero e cruel. A frieza com que a trama é conduzida evidencia mais ainda o vazio, por exemplo, na cena em que Jesse é exposta ao fotógrafo que a olha clinicamente dentro daquele ambiente que exala impessoalidade. Há uma parte em que um estilista diz sobre a diferença entre a beleza construída por cirurgia plástica e a beleza natural, e que a única coisa que importa para todos é o visual, a história de que a personalidade, a beleza interior se faz essencial, é pura hipocrisia. Principalmente para a mulher é uma luta interna constante, pois a mídia pressiona com padrões ditos certos, para aquelas que trabalham com a beleza e que são olhadas como um mero enfeite que pode ser substituído a qualquer momento é milhões de vezes pior.
"Demônio de Neon" é um terror psicológico bizarro que provoca e impressiona, coloca em questão a obsessão pela beleza e tudo o que a rodeia de forma surreal e perversa. O filme não é agradável e isso não é somente por causa das cenas desconfortantes que envolvem necrofilia e antropofagia, por exemplo, mas precisamente por retratar o quão doentio é viver buscando a perfeição estética, e por mostrar apenas a superfície e nada mais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Assisti alguns filmes de Refn e o único que gostei foi "Drive".
ResponderExcluirO estilo do diretor é cansativo. Por exemplo, foi difícil assistir até o final "Apenas Deus Perdoa".
Abraço