quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Feliz Natal (Joyeux Noël)
Para celebrar o natal o filme "Joyeux Noel" (2005) de Christian Carion é perfeito, foca exatamente na mensagem da paz.
Quando estoura a guerra, na calmaria do verão de 1914, milhões de homens são pegos de surpresa e levados a agir. Chega o natal, com sua neve e vários presentes da família e do exército. Mas a surpresa não viria de dentro dos generosos embrulhos que se encontram nas trincheiras francesas, escocesas e alemãs. Naquela noite, um evento momentâneo mudaria o destino de quatro personagens: um padre anglicano, um tenente francês, um excepcional tenor alemão, seu amor e sua companheira, uma soprano. Durante a noite de natal, acontece o inesperado: soldados saem de suas trincheiras e deixam para trás seus rifles para apertar as mãos do inimigo.
A trégua de 1914 na noite de natal entre combatentes de países aliados no início da primeira guerra mundial, é baseado em fatos reais, este relato mostra que apesar do horror e da violência , o ser humano tem a necessidade de afeto, de sentir aquilo que nos torna humanos, o clima de natal intensifica essa sensação, o que faz deste episódio de paz um dos mais simbólicos. Essa confraternização também só aconteceu devido a aspectos culturais parecidos, franceses, escoceses e alemães tinham muito em comum. Os oficiais, o alemão Horstmayer (Daniel Bruhl), o escocês Gordon (Alex Ferns) e o francês Audebert (Guillaume Canet) mostram compaixão e união. Trocam confidências, todos são jovens, recém-casados que não escondem o medo da guerra. Entre os personagens há um padre escocês recrutado, Nikolas Sprink (Benno Fürmann), um tenor alemão que se alistou no exército e sua mulher, uma soprano dinamarquesa (Diane Kruger), que consegue autorização para visitá-lo. O que os une é a música, quando o tenor alemão começa a entoar a bela e tradicional canção, "Noite Feliz", os escoceses ouvem e acompanham com gaita de foles, e por fim os franceses aparecem curiosos, aliás a trilha sonora deste filme é suntuosa, quase divina, arrepia-se ao ouvi-la.
Concordando com um cessar-fogo uma missa é celebrada pelo padre escocês, e no outro dia, enterram seus mortos além de conversarem, beberem e jogar futebol. Durante um bombardeio de artilharia, ambos os lados entrincheirados se refugiam juntos para evitar mais mortes. Depois disso, o sacerdote é enviado de volta e repreendido pelo bispo, mesmo alegando seu ato ser de humanidade na condução de um ritual religioso. Os alemães envolvidos são levados para outro front e Audebert, o tenente da infantaria francesa, é enviado para Verdun sendo advertido por sua ação que poderia ter representado traição num tempo de guerra.
Muitos filmes retratam exageradamente a imagem natalina, caracterizam demais essa época, "Joyeux Noel", apesar de conter todos os requisitos, árvores de natal, cores e etc, está mais interessado em sentimentos e essa coisa que chamamos de humanidade.
É um fato inusitado e que de início é difícil de acreditar, mas ao desenrolar vai se tornando crível e imensamente lindo.
O sentimento de união é muito aflorado nessa época, porém logo é encoberto por outros ao passar a mágica aura natalina. A harmonia e a gentileza deveriam ser cultivadas o ano todo para que tudo pudesse fluir melhor, e que quando chegasse o natal nada soasse falso e passageiro.
"Joyeux Noel" nos presenteia com lindas cenas, a maioria regada a músicas, a cena mais incrível, talvez seja quando o tenor pega sua árvore de natal e caminha até o centro do combate, enquanto é observado sob a mira de armas.
Tem uma carga excepcional de sentimentos envoltos neste longa, mas isso não o faz ser melodramático, ou careta em transformar tudo em alegria e paz. É um belo exemplar de toda a magia que envolve o natal e sentimentos que são inerentes ao ser humano. Com certeza o melhor filme sobre essa época, vale muito a pena conferir, principalmente no dia de natal!
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