"Esqueçam a vida lá fora e sejam quem são. Sejam felizes aqui no Paraíso Perdido, o lugar para aqueles que sabem amar."
"Paraíso Perdido" (2018) dirigido por Monique Gardenberg (Ó Paí, Ó - 2008) é um filme nacional que esbanja afeto e esperança, a família retratada é cativante, a atmosfera melancólica envolve juntamente com a trilha sonora brega que em sua maioria traz saudosas canções. O sobrecarregamento de personagens e o fato de não explorá-los acaba deixando a história sem profundidade, a trama os entrelaça de forma confusa e possui contornos de fábula, mas todos são tão apaixonantes que não tem como não sermos fisgados pela personalidade de cada um e também pelo ambiente descontraído da boate, a estreia de Jaloo e a presença de Erasmo Carlos abrilhantam a obra, mas todo o elenco é incrível, Júlio Andrade, Lee Taylor, Seu Jorge, Hermila Guedes, Malu Galli e Humberto Carrão.
Paraíso Perdido é um clube noturno gerenciado por José (Erasmo Carlos) e movimentado por apresentações musicais de seus herdeiros. O policial Odair (Lee Taylor) se aproxima da família ao ser contratado para fazer a segurança do jovem talento Ímã (Jaloo), neto de José e alvo frequente de homofóbicos, e aos poucos o laço entre o agente e o clã de artistas românticos vai se revelando mais e mais forte.
Odair é contratado por José para cuidar do neto, o jovem talentoso Imã depois que este sofre um ataque homofóbico, o policial se encanta pelo local e pelas pessoas tão amorosas e talentosas que ali habitam, Angelo, tio de Imã, é um eterno apaixonado e vive a relembrar de um antigo amor, sua filha Celeste está grávida e está confusa sobre sua relação com o namorado, Teylor, vivido por Seu Jorge é o único que não é da família, na trama também tem Pedro, vivido por Humberto Carrão, que se apaixona por Imã e não entende muito bem de início esse sentimento, a filha de José, Eva, vivida por Hermila Guedes, está presa há vinte anos, e a mãe de Odair, vivida por Malu Galli, que, infelizmente, sofre pela perda da audição e por não poder fazer o que mais ama, cantar, ela possui um passado com essa família e Odair aos poucos vai juntando as pistas e o entrelaçamento das histórias vai acontecendo aos trancos, Odair fica quieto e só se manifesta quando descobre algo pesado envolvendo Eva e seu pai.
É um filme regado a sentimentos e isso se deve as canções e as belíssimas interpretações destas, Jaloo especialmente encanta em cada apresentação, Júlio Andrade toda vez que surge rouba a cena e é uma pena que sua trama não avançou, o amor que ele cultiva e sua personalidade é das melhores coisas do filme. A aura agridoce predomina, por mais que essas pessoas sofram pelos desencontros e traumas, a felicidade sempre está às voltas, a esperança e o afeto, a certeza de que um tem o outro para se apoiar independente de qualquer coisa. É uma perfeita quebra da ideia tão falada de "família tradicional", é uma amostra de que laços são formados por sentimentos e não rótulos.
É um filme regado a sentimentos e isso se deve as canções e as belíssimas interpretações destas, Jaloo especialmente encanta em cada apresentação, Júlio Andrade toda vez que surge rouba a cena e é uma pena que sua trama não avançou, o amor que ele cultiva e sua personalidade é das melhores coisas do filme. A aura agridoce predomina, por mais que essas pessoas sofram pelos desencontros e traumas, a felicidade sempre está às voltas, a esperança e o afeto, a certeza de que um tem o outro para se apoiar independente de qualquer coisa. É uma perfeita quebra da ideia tão falada de "família tradicional", é uma amostra de que laços são formados por sentimentos e não rótulos.
"As pessoas não te odeiam pelo que você é, mas pelo que não conseguem ser."
"Paraíso Perdido" é um filme agradável, sentimental e aconchegante, a família unida pela arte e o amor nos traz sentimentos bons e fazem nossos olhos brilharem diante das belas apresentações musicais, onde romantismo e sofrimento imperam, um encanto relembrar as canções românticas populares, como "Não Creio em Mais Nada", de Paulo Sérgio, "Escalada", de Augusto Cesar, "Minhas Coisas", de Odair José e também clássicos de Raul Seixas, Reginaldo Rossi, Belchior, Angela Maria e Roberto Carlos. Há espaço também para as novas, como "Amor Marginal" de Jhonny Hooker, que inclusive é uma das apresentações mais intensas de Jaloo. É um filme brasileiro acolhedor, amável e nostálgico!