"Tangerina" (2015) dirigido por Sean Baker (Uma Estranha Amizade - 2012) é cinema independente e completamente despretensioso, coloca em pauta um universo pouco retratado, o cotidiano de duas travestis que se prostituem e cuja amizade se fortalece a cada situação apresentada.
Utilizando poucos recursos e um roteiro simples, Sean Baker expõe o underground, protagonistas que quase nunca o cinema explora. "Tangerina" vem sendo muito comentado por ter sido filmado apenas com três IPhones, o que deu um aspecto descompromissado e real à história. É bem realizado, traz enquadramentos interessantes e que nada devem as produções que utilizam grandes equipamentos.
O filme é uma espécie de road movie pelos becos de Los Angeles, após Sin-Dee Rella (Kiki Kitana Rodriguez) sair da prisão temporária e Alexandra (Mya Taylor) lhe contar que seu namorado Chester (James Ransone) a traiu com uma branquela com uma "racha de verdade", ela decide encontrá-lo e se vingar. Alexandra a segue nesta jornada pelas calçadas, metrôs e táxis. Também acompanhamos Razmik (Karren Karagulian), um taxista que apesar de ter família e filhos sai a procura de travestis para se satisfazer, por conta dele observamos no decorrer vários tipos de pessoas que frequentam o seu táxi, desde bêbados, traficantes, prostitutas e travestis.
O filme todo é exagerado, bem-humorado, e é marcado por confusões e brigas, além de ter uma trilha sonora incrível que vai desde batidas eletrônicas à música clássica e uma linda apresentação de Alexandra.
Apesar do tom bem-humorado, o filme traz temas pertinentes, como a dificuldade da inserção na sociedade pelo preconceito de gênero, a prostituição como forma de sobrevivência, a utilização de drogas e todos os estereótipos que vem com tudo isso. Mas acima de tudo "Tangerina" fala sobre amizade, onde uma pessoa está ao seu lado seja qual for a situação.
Com tom documental vários diálogos parecem improvisados, especialmente os bate-boca. A busca de Sin-Dee Rella nada mais é que a busca da dignidade e do respeito que qualquer ser humano merece. O fato de serem travestis de verdade contou imensamente, pois a naturalidade das atuações casou com o roteiro. É uma troca que o diretor soube inteligentemente usar, ele deu cara, voz e protagonismo para quem sempre é negligenciado.
"Tangerina" é um filme delicioso com uma trama cativante e ágil, e mesmo que tudo seja exagerado a simplicidade e a delicadeza está presente. É uma obra importante e inovadora, tem bom humor, mas também crítica social, realmente muito bom ver protagonistas reais e que os cineastas pouco exploram. Vale dar uma conferida e ficar de olho em Sean Baker.
Utilizando poucos recursos e um roteiro simples, Sean Baker expõe o underground, protagonistas que quase nunca o cinema explora. "Tangerina" vem sendo muito comentado por ter sido filmado apenas com três IPhones, o que deu um aspecto descompromissado e real à história. É bem realizado, traz enquadramentos interessantes e que nada devem as produções que utilizam grandes equipamentos.
O filme é uma espécie de road movie pelos becos de Los Angeles, após Sin-Dee Rella (Kiki Kitana Rodriguez) sair da prisão temporária e Alexandra (Mya Taylor) lhe contar que seu namorado Chester (James Ransone) a traiu com uma branquela com uma "racha de verdade", ela decide encontrá-lo e se vingar. Alexandra a segue nesta jornada pelas calçadas, metrôs e táxis. Também acompanhamos Razmik (Karren Karagulian), um taxista que apesar de ter família e filhos sai a procura de travestis para se satisfazer, por conta dele observamos no decorrer vários tipos de pessoas que frequentam o seu táxi, desde bêbados, traficantes, prostitutas e travestis.
O filme todo é exagerado, bem-humorado, e é marcado por confusões e brigas, além de ter uma trilha sonora incrível que vai desde batidas eletrônicas à música clássica e uma linda apresentação de Alexandra.
Apesar do tom bem-humorado, o filme traz temas pertinentes, como a dificuldade da inserção na sociedade pelo preconceito de gênero, a prostituição como forma de sobrevivência, a utilização de drogas e todos os estereótipos que vem com tudo isso. Mas acima de tudo "Tangerina" fala sobre amizade, onde uma pessoa está ao seu lado seja qual for a situação.
Com tom documental vários diálogos parecem improvisados, especialmente os bate-boca. A busca de Sin-Dee Rella nada mais é que a busca da dignidade e do respeito que qualquer ser humano merece. O fato de serem travestis de verdade contou imensamente, pois a naturalidade das atuações casou com o roteiro. É uma troca que o diretor soube inteligentemente usar, ele deu cara, voz e protagonismo para quem sempre é negligenciado.
"Tangerina" é um filme delicioso com uma trama cativante e ágil, e mesmo que tudo seja exagerado a simplicidade e a delicadeza está presente. É uma obra importante e inovadora, tem bom humor, mas também crítica social, realmente muito bom ver protagonistas reais e que os cineastas pouco exploram. Vale dar uma conferida e ficar de olho em Sean Baker.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
SE FOR COMENTAR, LEIA ANTES!
NÃO ACEITO APENAS DIVULGAÇÃO.