O Black Sabbath lança seu primeiro álbum e marca o nascimento do Heavy Metal em 1970. Hera Karlsdottir nasce no chão do estábulo da fazenda de seus pais, na área rural da Islândia. Os anos de sua juventude são totalmente despreocupados até uma tragédia grave. Seu irmão mais velho é morto em um acidente e Hera se culpa por sua morte. Em sua dor, ela encontra consolo no Heavy Metal e em seu sonho de se tornar uma estrela do rock. A trilha sonora é composta por músicas lançadas entre 1970 e 1992.
Ragnar Bragason compôs um filme extremamente intimista em que a dor é a grande protagonista, mas é preciso entender que este longa não é sobre o crescente movimento Heavy Metal na década de 70, ele é apenas o pano de fundo e o bode expiatório da personagem. Uma das coisas mais interessantes do filme é o contraste do mundo exterior e interior de Hera. Dilacerada pela morte do irmão ela se fecha, guarda todas as dores e mergulha fundo no universo dele, que era caracterizado pelo metal. Os anos passam e Hera já adulta continua a mesma, os pais não veem (ou fingem) que ela também sofre pela morte. Os atos de rebeldia pontuam o filme juntamente com a trilha sonora composta por Judas Priest, Savatage, Megadeath, Iron Maiden, Def Leppard, Slayer, AC/DC, entre outras maravilhas.
É um filme sensível e vale ser visto apesar de algumas coisas chatas do roteiro que por vezes força, como a cena em que Hera se apresenta junto com os três caras (Mayhem) que vieram só para conhecê-la na frente de todos daquele pequeno povoado, e o final feliz que pode incomodar alguns e outros não. Para deixar claro, este não é um filme que conta a história do Black Metal como tem se achado, é um retrato do vazio, do luto, da falta de diálogos, mas também é sobre superação e amadurecimento.
O filme conta a história de um padre com boas intenções e o desejo de tornar o mundo um lugar melhor, mas encontra-se continuamente chocado e entristecido com os habitantes rancorosos e os confrontos que ocorrem em sua cidade. Um dia, ele é ameaçado durante uma confissão, e se vê cercado de perigos a todo momento.
"Calvary" traz questionamentos bastante interessantes e que beiram o existencialismo, são diálogos que ficam guardados na memória. A história do padre interpretado pelo ótimo Brendan Gleeson, coloca em xeque as nuances da moral. Ele é um homem bom que tenta ajudar a todos da comunidade, e constantemente lida com o preconceito que algumas pessoas têm em relação à igreja, como por exemplo, a pedofilia. Logo no início nos deparamos com uma confissão, e por trás dela há um homem repleto de mágoas por ter sido abusado no passado por um padre, ele ainda diz que o matará no domingo, então vemos o desenrolar de alguns dias e o calvário não só do padre como de outras pessoas.
Em uma das tantas cenas memoráveis está o diálogo que ele tem com uma mulher que acabara de perder o marido, o padre disserta sobre a fé e o morrer, pois todos sentem medo da morte e se apegam na fé como se esta os livrasse dela, mas quando alguém muito próximo morre a fé se esvai, e a revolta contra Deus e inclusive por aquele que morreu aparece. Todos nós sabemos que ela chegará, e mesmo assim vivemos como se não fosse acontecer. Em outra cena um idoso diz: "Sabe como você se dá conta de que realmente está velho? Quando ninguém pronuncia a palavra morte perto de você."
O filme segue permeado de pensamentos valiosos, mas não chega a dar o tom de ensinamento ou moral religiosa, é algo mais amplo. Vale ver "Calvary" porque trata do tema religião de uma forma despretensiosa, e o principal, mostra todos os lados, tanto o do padre, como das pessoas ao redor.
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