Simon Grim (James Urbaniak) é um lixeiro desprezado por todos e considerado retardado, tem uma vida sem graça, mora com a mãe depressiva e a irmã ninfomaníaca, tudo isso fez com que Simon crescesse sem ambições e perspectivas. Henry Fool (Thomas Jay Ryan) um quase alcoólatra, fumante compulsivo enxerga em Simon um possível escritor de poesias pornográficas, o incentiva e o ensina a ser menos retraído.
De inicio não é bem recebido pelo seu estilo de escrita, é rejeitado pelo editor que Henry dizia conhecer, mas ao ir até a editora Simon descobre que ele era apenas o zelador do local. Henry tem o sonho de ver seu livro publicado, ele é um homem decadente, ex-presidiário, e sempre deixa a dúvida se devemos confiar no seu caráter. Henry acaba se envolvendo com a irmã de Simon e a engravida.
O filme retrata o começo da internet e é por ela que Simon ganha notoriedade, consegue êxito financeiro e fama, chegando ganhar até o prêmio Nobel. Henry ao ver o sucesso do amigo sugere que ele use seu prestigio para ajudá-lo a publicar suas Confissões, quando Simon lê, não vê futuro naquela história, mesmo assim leva até a editora, porém não é aceita, pois é considerada de mau gosto. Simon passou enxergar seu amigo de outra maneira, mas sabe que deve tudo o que conseguiu a ele.
Henry já casado com a irmã de Simon precisa sustentar seu filho, agora ele é o lixeiro, certo dia é desperto por uma raiva ao ver seu vizinho bater na mulher e estuprar a enteada (ele também tem instintos de pedofilia), vai até a casa e mata-o, complicando-se. Com a ajuda de Simon ele some e deixa todos com uma misto de sentimentos, que nos agrada e desagrada em minutos.
Um filme longo, com ótimos diálogos, inteligente e as vezes engraçado, seus personagens são fortes, começando pelo de Urbaniak, ele convence muito o espectador com seu jeitinho esquisito, quanto a Thomas Jay Ryan na pele de Henry Fool é esplêndido, um personagem complicado, cheio de imperfeições e filosofias.
O diretor Hal Hartley é um gênio, deixa sua assinatura, sendo um filme independente de baixo orçamento teve um enorme sucesso de crítica. Há uma continuação, "Fay Grim"(2006), que conta a história de Fay, irmã de Simon, mãe solteira de um garoto de 14 anos, que enfrenta problemas domésticos e teme que seu filho seja igual ao pai.
"As Confissões de Henry Fool" é denso e pertinente, nos envolve num enredo de situações embaraçosas e desagradáveis. Rodeado de vícios e misérias não é um filme de entretenimento, e sim para pensar na condição humana de sempre sonhar.
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