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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Achados Musicais: Agnes Obel + Bon Iver

Conhecer bandas novas, encontrar aquele som que se encaixa perfeitamente ao teu gosto é sem dúvidas algo muito prazeroso. A música é poderosa e é capaz de causar sensações das mais variadas. Por isso nunca é demais compartilhar, para quem curte conhecer e experimentar novos sons, segue dois achados imperdíveis:

"Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música." (Aldous Huxley)

Agnes Obel
Agnes Obel é uma cantora e compositora dinamarquesa, oriunda de uma família de músicos aprendeu a tocar piano muito cedo encontrando inspiração em Jan Johansson, cujas melodias folk são misturadas ao jazz. Com a ajuda do produtor Elton Theander fundou sua banda intitulada Sohio, e depois de anos finalmente se lançou em carreira solo produzindo seu primeiro álbum chamado "Philharmonics". 
O estilo folk clássico agrada a quem curte um som mais intimista, as canções são sempre acompanhadas pelo piano ou violão, é para apreciar e sentir cada detalhe. Bonito e agradável, é impossível não se encantar com a voz doce e as melodias suaves.
Suas inspirações musicais: Roy Orbison, Joni Mitchell, PJ Harvey, John Cale, Sonic Youth, Patti Smith, Joanna Newsom, Kate Bush e também os compositores franceses Claude Debussy, Maurice Ravel e Eric Satie.

Álbum "Philharmonics" (2010)
Dentre as músicas destaco "Riverside", que evoca sentimentos intensos, mesmo tendo uma aura sombria traz um encantamento único, "Just So" remete à infância, sonhos, é suave e simples, "Over the Hill" tem um peso a mais, é um choro, um chamado, mas completamente doce, e "Philharmonics" que intitula o álbum carrega um misto de inocência e mistério. Há também "Brother Sparrow", "Beast", "Avenue", "On Powdered Ground", "Close Watch", e as instrumentais, "Louretta", "Falling, Catching" e "Wallflower". Todas elas são muito curiosas, agradáveis e contemplativas. "Philharmonics" ganhou 5 prêmios em seus país de origem, no que fez Agnes Obel se tornar uma deusa na Dinamarca, Noruega e Alemanha.

Álbum "Aventine" (2013)
"The Curse" é a minha preferida deste álbum, a voz suave e o violoncelo dá um tom característico fazendo com que a música seja austera e leve ao mesmo tempo. "Fuel to Fire" dá a sensação de solidão, de perda, a melodia é uma das mais lindas numa combinação instrumental e vocal perfeita. "Dorian" é envolvente e nostálgica, "Aventine" que intitula o álbum é etérea, desperta sentimentos aconchegantes. Há também "Words are Dead", "Pass Them By", "Run Cried the Crawling", "Smoke and Mirrors", e as instrumentais "Chord Left", "Fivefold" e "Tokka". É um álbum refinado, traz a beleza dos instrumentos utilizados, como harpa, violino, violoncelo e o piano. É o clássico e o moderno juntos, o que o define é intensidade, simplicidade, minimalismo e magia. Deveras uma melancolia sonhadora.

Bon Iver
"Bon Iver" é uma banda de folk norte americana fundada no ano de 2007, liderada por Justin Vernon e pelos integrantes Michael Noyce, Sean Carey e Matthew McCaughan. O nome advém do portmanteau (combinação, sons e significados em uma única palavra) "Bon" e "Hiver", que significa bom inverno em francês.
Em meio a tantas coisas pretensiosas no estilo determinado folk-indie encontrei algo que vai além de rótulos, é um som admirável, um canto penetrante, é pra fechar os olhos e se deixar levar. Bon Iver tem características únicas, como a harmonização vocal, além do maravilhoso instrumental, violão, sax, banjo, bateria, piano, que marcam de maneira sublime o artista. Os dois álbuns lançados "For Emma, Forever Ago" (2008) e "Bon Iver, Bon Iver" (2011) merecem ser explorados, é um som que por vezes beira o surreal.

Álbum "For Emma, Forever Ago" (2008)
Incrivelmente sentimental este álbum é daquelas raras surpresas, com um clima sofrido e arranjos simples de violão juntamente com os falsetes de Justin Vernon, certamente acerta em cheio na veia emocional. Todas as canções revelam fragilidade, ressentimento e introspecção, são elas: "Flume", "Lump Sum", "Skinny Love", "The Wolves", "Blindsided", "Creature Fear", "For Emma", "Re: Stacks", e a curiosa instrumental "Team". O álbum nasceu de um curto período de isolamento de Justin Vernon, que se fechou durante meses num local remoto do estado americano de Wisconsin. Algumas músicas chegaram a ser executadas em cenas de séries como "Dr. House", "Grey's Anatomy" e "Chuck". Bon Iver é uma ótima companhia para contemplar silêncios num inverno suave e íntimo.

Álbum "Bon Iver, Bon Iver" (2011)
É um álbum mais elaborado e de grande sensibilidade harmônica, mistura-se elementos eletrônicos, filtros e outras técnicas de estúdio, com violões, vozes e outros sons. As músicas se desenrolam suaves, não há pretensões comerciais ou estética pré-moldada, as canções não têm refrões, poucas são as repetições, os graves e os agudos se misturam em meio a batidas, metais, cordas e teclados. A abertura do álbum se divide em duas faixas "Perth" que traz uma combinação de tambores e guitarra, e Minesotta, WI" trazendo uma atmosfera mais eletrônica. "Towers" incorpora bem a alma folk, "Michicant" demonstra a mistura sons e "Lisbon, OH" serve de prelúdio para a intensa "Beth/Rest". Ainda conta com a vibrante "Hinnom, TX", a cativante "Calgary", a sutil "Wash", e a solitária "Holocene". Acompanha também como bônus a bela e triste "Wisconsin", a inebriante e inspiradora "Come Talk to Me", e por fim a dolorosa "Can't Make You Love/Nick of Time". Um ponto a se destacar é a belíssima capa que representa toda a aura da banda, a melancolia e distanciamento do resto do mundo.

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