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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Cello (Chello Hongmijoo Ilga Salinsagan)

 
Gostar de alguma coisa sempre é muito particular, em relação aos filmes então... Muitas pessoas não se livram do vício hollywoodiano, sempre esperando por novos blockbusters, trilogias, romances água com açúcar, e por aí vai, mas a partir do momento que você se encanta por algo diferente, isso muda, e descobrir o cinema Sul-Coreano foi uma grata surpresa. Para um cinéfilo descobrir filmes mundo afora sempre é uma alegria, e não há empecilhos para que arranje um jeito de obter tal filme. Muitos perguntam onde encontrá-los, já que filmes de diversos países não chegam aos nossos cinemas e alguns vão direto para as locadoras ou nem chegam mesmo. A maioria vem em festivais, mas não é todos que têm a possibilidade de ir. Graças a internet, temos a oportunidade de encontrá-los, existem blogs e sites especializados em filmes "desconhecidos" que disponibilizam o download. E há os torrents que nos ajudam achar praticamente quase tudo. Sendo assim, não tem desculpa para o mais do mesmo, inclusive este do qual vou falar assisti pelo Netflix, que tem um catálogo maravilhoso.
"Cello" é um filme intrigante que te puxa para a história e nos faz pensar o que realmente está acontecendo. Mi-ju (Hyeon-Seong) é professora de violoncelo na universidade onde se formou. Apesar dos incentivos para voltar a tocar, por colegas e pela própria família, Mi-ju recusa-se e sente especial aversão por uma música em particular. A sua atitude fria em frente ao ensino e ao próprio instrumento faz com que uma aluna sinta ódio dela, e assim a menina promete vingança e pergunta-lhe se "está feliz". A luz dos olhos de Mi-ju e sua maior preocupação é a filha Yoon-jin, que sofre um tipo de autismo que condiciona de modo severo a interação com os outros. Mi-ju sente um forte sentimento de culpa pela condição de Yoon-jin. A sua vida se divide entre a indiferença pela profissão e a cobrir de atenções Yoon-jin, até que um dia esta demonstra interesse por um violoncelo. Mi-ju não hesita em comprar o instrumento. A partir daí do momento em que o adquire começam uma série de acontecimentos estranhos no lar. Estes incluem uma obsessão pouco saudável de Yoon-jin pelo violoncelo e a sua insistência em tocar a música que Mi-ju não suporta ouvir.
Para quem está familiarizado com o estilo, não vai achar estranho, a fórmula é a mesma de tantos outros, drama familiar que no fundo há algo de sobrenatural. Mas como sempre a trama é bem amarrada e nos surpreende. Além da fotografia e da trilha sonora exuberante.

O passado vem à tona, quem realmente está errado? Mi-ju é culpada por algo que fez? O violoncelo amaldiçoado vibra em tons de morte. A obsessão só tende a crescer, será que é culpa que a corrói e a faz imaginar coisas? São essas perguntas que movem o filme, apesar de demorar a pegar no tranco. 
Vejo muitas reclamações sobre filmes de terror e seus habituais clichês, e o como está difícil encontrar algo que preste dentro do gênero. Realmente não me recordo de ter assistido ultimamente algum filme bom de terror e ter me surpreendido. Sendo assim "Cello" se faz uma boa opção para sair da mesmice e dos clichês americanos.
Apesar de "Cello" caminhar nos mesmos trilhos de tantos outros filmes sul-coreanos, não fica devendo em nada, a história é muito bem arquitetada e o clímax vale todo o tempo que julgamos ter perdido.

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