"Kyrsyä - Tuftland" (2017) dirigido por Roope Olenius é um filme de terror finlandês que trabalha o mistério e o bizarro de forma primorosa, sua atmosfera estranha e enigmática segue por todo o desenrolar e não tem como reclamar de clichês, visto que a cada instante há novas camadas sinistras e desdobramentos perturbadores.
Irina (Veera W. Vilo), uma estudante teimosa tenta superar seus problemas aceitando um emprego de verão em um estranho e isolado vilarejo chamado Kyrsyä. Acompanhamos a angústia de Irina em sua rotina, na faculdade está sempre insatisfeita e seu único desejo é sair de sua cidade para esquecer os problemas, ela tenta se inscrever em trabalhos de verão, mas nada dá certo, até que inesperadamente recebe uma carta indicando um trabalho numa distante aldeia, Kyrsyä, na área têxtil de uma fábrica, que é o que Irina está estudando. Sem pensar muito o como a carta foi parar lá decide embarcar, em paralelo vemos um esquisito a seguir ela, morador da aldeia e que enviou a tal carta, Perti (Miikka J. Anttila), em determinado ponto ele a acompanha até o local inóspito rodeado somente pela natureza, chegando ela se depara com pessoas muito simples e que dão valor a outras coisas, o mundo moderno não os interessa e fazem tudo manualmente auxiliados pela natureza, o respeito e a devoção é aos poucos delineada e Irina se encanta de início, aproveita seus dias olhando ao redor e passeando pelas trilhas na floresta, mas sem nunca deixar também de se sentir deslocada e impressionada com as ações dessa "família". A forma simples e naturalista acaba tornando-se numa espécie de adoração à natureza e os laços que os unem se revelam abomináveis. Irina começa a questionar sobre a produção que nunca começa e sobre outras coisas, especula com Maaria (Saara Elina), a mais jovem dessa aldeia, ela possui características peculiares e insanas. Então começam a produzir manualmente pompons, o que deixa Irina muito brava e daí decide ir embora, mas os habitantes a seguram e a querem lá para sempre, inclusive arranjando-lhe um marido, a ideia de procriação é o que domina e ainda há um humano selvagem que fica preso o tempo todo pela sua alta libido, a surrealidade também dás as caras com o aparecimento de uma menina fantasma, e o enigma paira no ar, qual a utilidade da confecção de pompons?
Inicialmente Irina abraça a vida simples e rústica e releva os comentários severos, como os da avó, mas com o passar do tempo o ar sinistro toma conta, eles agem de forma estranha, os homens caçando entoando vocalizações, as mulheres e seus afazeres domésticos, os urros que ouve, sinais da natureza, Perti e suas visões, e então um possível culto. É bastante particular a narrativa e em nenhum momento podemos imaginar seu desfecho.
Inicialmente Irina abraça a vida simples e rústica e releva os comentários severos, como os da avó, mas com o passar do tempo o ar sinistro toma conta, eles agem de forma estranha, os homens caçando entoando vocalizações, as mulheres e seus afazeres domésticos, os urros que ouve, sinais da natureza, Perti e suas visões, e então um possível culto. É bastante particular a narrativa e em nenhum momento podemos imaginar seu desfecho.
Vale ressaltar a maravilhosa atmosfera criada principalmente nas locações naturais, os caminhos da floresta, as pistas espalhadas pelo solo, os ruídos. O mistério envolvendo a coexistência dessas pessoas e a natureza intriga bastante, e outro ponto que ajuda criar tensão é sua trilha sonora que gera a sensação de uma fábula sombria, além também de seu humor nada convencional e bizarro.
"Kyrsyä - Tuftland" levá-nos para um lugar rústico e assombroso, onde o que predomina são pensamentos e atitudes ultrapassadas e que unem à selvageria de um culto pela vida simples sem a intromissão do mundo industrializado e moderno. Um conto de terror escandinavo interessante e que surpreende pela beleza e, principalmente, pela excentricidade.
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