"Piercing" (2018) dirigido por Nicolas Pesce (Os Olhos de Minha Mãe - 2016) é um thriller psicossexual adaptado da obra homônima de Ryu Murakami, autor também de "Audition", adaptado para o cinema em 1999 por Takashi Miike, e este vai na mesma linha de insanidade, brutalidade e melancolia, mas flertando com o gênero giallo, é uma história instigante que retrata o encontro entre duas pessoas solitárias e perturbadas.
Um homem (Christopher Abbott) dá um beijo de despedida na esposa e no seu bebê, aparentemente se despedindo para ir aos negócios, chamar um serviço de escolta e matar uma prostituta desavisada. Seu plano vai por água abaixo quando a misteriosa e sedutora garota (Mia Wasikowska) que ele chamou inicia um jogo de gato e rato.
Ambientado nos anos 70, a estética enche a tela com seus inúmeros elementos visuais remetendo ao clássico gênero italiano, o giallo, além de seu próprio tom e trilha sonora. Uma obra que impõe um visual e uma linguagem narrativa atraente e cujas atuações são densas e fascinantes.
Reed ao olhar seu filho recém-nascido cogita matá-lo com um picador de gelo, ele "escuta" o bebê dizer que ele sabe o que fazer, seus desejos mais profundos não podem mais esperar e então inventa uma viagem de trabalho para a esposa e parte em busca de uma vítima, arquiteta absolutamente tudo e anota em seu caderninho, aluga um quarto de hotel, ensaia variadas vezes sua performance assassina e contrata uma prostituta, porém nada do que planejou sairá como esperado, quando Jackie bate em sua porta percebe que a garota não será fácil de ser dominada. A conversa não flui e Reed entra logo no assunto de sadismo e pede para amarrá-la, mas não demonstra interesse sexual quando ela se toca, Jackie sai de cena e entra no banheiro o deixando ansioso, desesperado pela demora entra e a vê se cortando e quebra toda a sua imaginada e organizada cena de assassinato.
São cenas excepcionalmente provocativas, por exemplo, quando Reed sozinho articula, anota e ensaia o assassinato, dando golpes imaginários e temos o agoniante som dos cortes, desmembramentos e sangue escorrendo, uma sacada ótima que fez todo o diferencial, sem deixar de dizer que Christopher Abbott está impecável com toda a sua frieza e elegância que acaba se esvanecendo com o rumo e por conta da surpreendente e estonteante Mia Wasikowska que transcende a loucura de seu parceiro.
Reed ao olhar seu filho recém-nascido cogita matá-lo com um picador de gelo, ele "escuta" o bebê dizer que ele sabe o que fazer, seus desejos mais profundos não podem mais esperar e então inventa uma viagem de trabalho para a esposa e parte em busca de uma vítima, arquiteta absolutamente tudo e anota em seu caderninho, aluga um quarto de hotel, ensaia variadas vezes sua performance assassina e contrata uma prostituta, porém nada do que planejou sairá como esperado, quando Jackie bate em sua porta percebe que a garota não será fácil de ser dominada. A conversa não flui e Reed entra logo no assunto de sadismo e pede para amarrá-la, mas não demonstra interesse sexual quando ela se toca, Jackie sai de cena e entra no banheiro o deixando ansioso, desesperado pela demora entra e a vê se cortando e quebra toda a sua imaginada e organizada cena de assassinato.
São cenas excepcionalmente provocativas, por exemplo, quando Reed sozinho articula, anota e ensaia o assassinato, dando golpes imaginários e temos o agoniante som dos cortes, desmembramentos e sangue escorrendo, uma sacada ótima que fez todo o diferencial, sem deixar de dizer que Christopher Abbott está impecável com toda a sua frieza e elegância que acaba se esvanecendo com o rumo e por conta da surpreendente e estonteante Mia Wasikowska que transcende a loucura de seu parceiro.
Jackie não é a vítima inocente que Reed esperava, ao contrário, ela joga junto e assim como ele vê na dor um meio para expulsar seu sofrimento e obter prazer. Ambos são seres solitários, traumatizados e perturbados, o choque desse encontro nasce uma relação completamente torta que se alimenta da dor e do prazer ao mesmo tempo.
As passagens entre sonho e realidade de Reed também são ótimas para criar um efeito enganoso, suas criações imaginárias seguem linhas tênues e podemos contemplar todo o nível de desiquilíbrio que carrega em si, como a cena em que liga para a esposa e ela lhe diz as possibilidades da Jackie saber ou não sobre seu plano.
"Piercing" hipnotiza com sua loucura, é brutal, estiloso, melancólico e ainda nos contempla com grandes referências ao gênero giallo e seus inúmeros elementos, como sua atmosfera, cores e a envolvente trilha sonora, que traz Claudio Simonetti, Stelvio Cipriani, Goblin, Bruno Nicolai e Tom Jobim.
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