"Thelma" (2017) dirigido por Joachim Trier (Oslo, 31 de Agosto - 2011, Mais Forte que Bombas - 2015) e roteirizado pelo excelente Eskil Vogt (Cegos - 2014) é um filme intimista e enigmático que traz a descoberta sexual da personagem através do sobrenatural, em tom frio seguimos os passos de Thelma (Eili Harboe) e o seu despertar sexual aliado a um dom poderoso, sua educação foi atrelada à religião e por conta disso é reprimida, a figura do pai exerce bastante influência em sua vida, ao mesmo tempo em que Thelma descobre coisas sobre si a partir da relação com Anja (Kaya Wilkins), sofre de alguns ataques epilépticos.
Thelma é uma jovem tímida que acaba de deixar a casa dos pais para estudar em Oslo, onde vive seu primeiro amor. Seu relacionamento é logo afetado pela intromissão opressiva de sua família, que com suas crenças religiosas fundamentalistas conseguem afetar a vida da jovem. Quando Thelma fica chateada, coisas estranhas começam a acontecer e esses fenômenos sobrenaturais só aumentam. Enquanto busca respostas sobre esses poderes que ela não controla, seus pais severos e religiosos se preparam para o pior.
O prólogo nos fisga por ser belíssimo e ao mesmo tempo curioso, uma força inexplicável que move a arma que o pai aponta para um animal para a própria cabeça da filha, logo depois Thelma está se estabelecendo sozinha, indo à faculdade e timidamente se aproximando de Anja, algo acontece dentro dela e num dia dentro da biblioteca pássaros começam a bater nas janelas e Thelma sofre um ataque epiléptico, não é difícil deduzir que essa cena representa a opressão, o atrito entre seus desejos e suas crenças, ela foi doutrinada pelo pai e ele até então a controlava, mas depois desse episódio as suas vontades vão se libertando e causando literalmente o caos.
"Thelma" faz referência ao filme "Carrie - a Estranha", de 1976, mas a composição de sua personagem é particular e extremamente misteriosa, pois seus poderes tem amplos extremos, como quando criança acaba cometendo um ato que rompeu de certa forma o laço afetivo entre ela e a mãe, um trauma pesado e uma constatação de que Thelma possuía uma habilidade perigosa e que para dominá-la recorreram a rigidez da crença cristã, mas quando ela vai morar só em Oslo aos poucos os seus desejos emergem e esses poderes retornam com imensa potência. Bambeando entre o drama e a fantasia somos absorvidos por uma trama intrigante que faz uma analogia perturbadora do desabrochamento para a vida, são momentos impactantes e sensoriais, muitas metáforas incluídas e o pecado sempre está simbolicamente perto de Thelma.
"Thelma" faz referência ao filme "Carrie - a Estranha", de 1976, mas a composição de sua personagem é particular e extremamente misteriosa, pois seus poderes tem amplos extremos, como quando criança acaba cometendo um ato que rompeu de certa forma o laço afetivo entre ela e a mãe, um trauma pesado e uma constatação de que Thelma possuía uma habilidade perigosa e que para dominá-la recorreram a rigidez da crença cristã, mas quando ela vai morar só em Oslo aos poucos os seus desejos emergem e esses poderes retornam com imensa potência. Bambeando entre o drama e a fantasia somos absorvidos por uma trama intrigante que faz uma analogia perturbadora do desabrochamento para a vida, são momentos impactantes e sensoriais, muitas metáforas incluídas e o pecado sempre está simbolicamente perto de Thelma.
A narrativa segue lenta, contida, porém muito atraente e quando retrata os momentos do passado se torna ainda mais interessante, o mistério vai se desvendando e Thelma aos poucos vai crescendo e se libertando de tudo que a oprimia, o fantástico e o real se unem de maneira extraordinária, e faz o principal, que é refletir sobre o como é difícil crescer, se desvincular de crenças e pensamentos opressores que os pais acabam semeando, e enfim aceitar-se como realmente é, libertar-se da figura esmagadora do pai, dos preconceitos e dar asas aos desejos.
"Thelma" é um filme diferenciado por conta da abordagem e de interagir com o sobrenatural, mas é sutil, bonito e, claro, também perturba, pois lança questões a serem sempre repensadas, a opressão religiosa sobre a figura feminina, a repressão de seus desejos, a castração das vontades próprias por conta da moral, a desvinculação do seio familiar, e então ir desafiar todas as amarras e tabus sociais. Joachim Trier e Eskil Vogt são excelentes juntos, não há dúvidas do cuidado com todos os aspectos do longa, somos envolvidos em uma aura misteriosa e fria, mas sensível e significativa.
Ainda estou dúvida se arrisco assistir.
ResponderExcluirA sinopse não chamou muito minha atenção.
Abraço