"Personal Shopper" (2016) dirigido por Olivier Assayas (Acima das Nuvens - 2014) é um filme que passeia por vários gêneros, entre eles, drama, suspense e terror, a originalidade e a ousadia do roteiro pega de surpresa e nos deparamos com um filme único que retrata uma personagem imperfeita e repleta de dúvidas. O viés sobrenatural juntamente à atmosfera tensa do crescente suspense intriga e proporciona olhares diversos, uma história que mexe com incertezas, solidão, medo e o vazio.
Maureen (Kristen Stewart) é uma jovem americana que mora em Paris e trabalha como Personal Shopper para uma celebridade local. Ela também tem uma capacidade especial para se comunicar com o mundo dos mortos. A moça dividia esse dom com seu irmão, recém-falecido, que parece estar querendo enviar uma mensagem para o mundo dos vivos.
Acompanhamos Maureen em seu dia a dia, claramente detesta seu trabalho, ela escolhe roupas, sapatos e joias para uma famosa que mal vê, enquanto isso espera... espera um sinal de seu falecido irmão gêmeo, que era médium e acreditava existir vida após a morte, os dois sofrendo de um mesmo problema de saúde fizeram um pacto, que quem morresse primeiro esperaria por um sinal do além. Ela vai numa antiga casa, da qual ele gostava muito e passa noites tentando decifrar se os barulhos que ouve seria algo vindo de seu irmão, mas parece que mesmo se autodenominando também médium, Maureen titubeia nessas questões, ela explica que sente vibrações, mas ela busca um alívio para si e não de fato compreender.
Uma das grandes características do filme é a imersão que causa, sentimos cada ruído e cada sensação, um ar fantasmagórico. A junção desse mistério sobrenatural e o suspense que surge depois que Maureen troca mensagens com um desconhecido pelo celular é terrível, o medo atravessa a tela e nos toca. Kristen Stewart exala essa angústia, especialmente, na cena dessas trocas de mensagens, mas no filme todo podemos sentir junto dela as sensações que vêm com as situações, seja no emprego que considera fútil, na solidão vivida, na saudade do irmão, na espera do sinal, e também no mal que está no cotidiano, as obsessões, o uso das tecnologias para causar terror psicológico, a maldade, a violência. É um terror moderno que prima por gerar desconforto e introduzir perguntas ao final, vale rever até porque a confusão cresce em nossa mente, mas é instigante, sombrio e realmente subjetivo.
Uma das grandes características do filme é a imersão que causa, sentimos cada ruído e cada sensação, um ar fantasmagórico. A junção desse mistério sobrenatural e o suspense que surge depois que Maureen troca mensagens com um desconhecido pelo celular é terrível, o medo atravessa a tela e nos toca. Kristen Stewart exala essa angústia, especialmente, na cena dessas trocas de mensagens, mas no filme todo podemos sentir junto dela as sensações que vêm com as situações, seja no emprego que considera fútil, na solidão vivida, na saudade do irmão, na espera do sinal, e também no mal que está no cotidiano, as obsessões, o uso das tecnologias para causar terror psicológico, a maldade, a violência. É um terror moderno que prima por gerar desconforto e introduzir perguntas ao final, vale rever até porque a confusão cresce em nossa mente, mas é instigante, sombrio e realmente subjetivo.
Kristen Stewart domina o filme todo, a câmera não desgruda de seu rosto, cenas de pura angústia, confusão, medo e saudade, uma tensão física bem explorada, a profundidade de sua personagem, as dificuldades em se permitir seguir. Perfeito! Outra coisa bastante curiosa é quando o sobrenatural ganha forma, uma espécie de ectoplasma vomitando outro ectoplasma, causa uma impressão forte, tenebrosa, crendo ou não nessas questões o filme sabe trabalhar o medo de muitas maneiras e não dá respostas, coisa que muitos não gostam por estarem fissurados em imagens e por saciedade, "Personal Shopper" vai pelo caminho contrário e testa nossos sentidos.
"Personal Shopper" é um filme incrível, atmosfera impecável de medo e angústia não só pelo teor sobrenatural, mas também pelos medos contemporâneos, a exemplo das trocas de mensagens com um desconhecido, por outro lado a dor do luto, a solidão e o vazio que a vida moderna proporciona, como o emprego sem sentido, o consumismo, relacionamentos superficiais, etc. O roteiro dá uma bela misturada nisso tudo e, talvez, não funcione para todos, mas merece reconhecimento pela audácia em ser diferente e caminhar por terrenos sombrios.
O seu é um dos primeiros textos que leio elogiando o filme.
ResponderExcluirNão assisti para poder ter uma opinião.
Abraço
Pretendo assistir. Obrigado.
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