"Mia Madre" (2015) dirigido por Nanni Moretti (Caos Calmo - 2008) retrata o cotidiano de uma cineasta e o processo de aceitação diante da proximidade da morte de sua mãe. Margherita (Margherita Buy) é uma diretora de cinema que está rodando seu novo filme com o famoso e peculiar ator americano Barry Huggins (John Turturro). Longe do set, Margherita tenta manter sua vida inteira enquanto sente-se impotente ao enfrentar a doença de sua mãe e a adolescência da filha.
Nanni Moretti é um diretor sensível que sabe dar leveza a seus filmes que geralmente tratam de assuntos doloridos, seu jeito doce de contar a história nos dá ao mesmo tempo uma sensação de angústia e alívio. Margherita é uma mulher hiper independente, cheia de trabalho e pessoas para guiar, acompanhamos o caos nos sets de filmagens e o como requer paciência e ânimo para compor uma obra cinematográfica, as cenas são repetidas exaustivamente e suas manias deixam os atores confusos. Barry Huggins, um ator americano vaidoso e loroteiro, sem dúvidas, uma interpretação inspirada de John Turturro, ele é o lado cômico e ameniza a personalidade turrona e egoísta de Margherita. Nanni Moretti faz Giovanni, o irmão dela, sempre sereno, pronto para acalmar e esclarecer Margherita sobre a realidade.
A mãe (Giulia Lazzarini) está doente e pouco a pouco vai sucumbindo, antes uma mulher cheia de energias, professora de latim, se vê acamada e sem sinais de melhoras. No início, tanto ela como Margherita não se dão conta que o fim está próximo, a lucidez acompanha apenas Giovanni. Desesperada, Margherita acaba levando isso pro trabalho e sua vida se transforma numa imensa bagunça. Ela relembra momentos em que foi áspera com a mãe, ou ausente, assim como é com sua filha, mas tudo isso muda quando a compreensão chega.
"Mia Madre" passeia por vários assuntos, um filme metalinguístico que discute a ficção e a realidade, o pessoal e o profissional, e outras tantas coisas. É delicado, engraçado, dolorido, aconchegante, difícil definir esta obra de Moretti, mas é um filme que merece atenção e que certamente enriquece o espectador com questões que deixamos de lado. A dor é inevitável, perdas todos temos, e a aceitação é um processo que ao final nos torna pessoas melhores e mais capazes.
A mãe (Giulia Lazzarini) está doente e pouco a pouco vai sucumbindo, antes uma mulher cheia de energias, professora de latim, se vê acamada e sem sinais de melhoras. No início, tanto ela como Margherita não se dão conta que o fim está próximo, a lucidez acompanha apenas Giovanni. Desesperada, Margherita acaba levando isso pro trabalho e sua vida se transforma numa imensa bagunça. Ela relembra momentos em que foi áspera com a mãe, ou ausente, assim como é com sua filha, mas tudo isso muda quando a compreensão chega.
"Mia Madre" passeia por vários assuntos, um filme metalinguístico que discute a ficção e a realidade, o pessoal e o profissional, e outras tantas coisas. É delicado, engraçado, dolorido, aconchegante, difícil definir esta obra de Moretti, mas é um filme que merece atenção e que certamente enriquece o espectador com questões que deixamos de lado. A dor é inevitável, perdas todos temos, e a aceitação é um processo que ao final nos torna pessoas melhores e mais capazes.
O filme chega muito próximo de nós e, portanto, percebemos o quão confusos somos observando Margherita, lidar com o pessoal em momentos de dor e ainda ter que estar inspirada para um trabalho dar certo é complicado. Levamos tudo conosco e os sentimentos afetam todos os setores de nossa vida. Não somos perfeitos, não há divisórias em que colocamos as dores em um compartimento e seguimos normalmente, tudo que nos tira do chão, principalmente a morte de alguém que amamos acaba por modificar nossa consciência. Somos seres mutáveis e a todo instante afetados por sensações e situações.
Interessante ao final com a morte da mãe ver que Margherita não conhecia ela, os alunos contando histórias revelam isso, mas ela escuta com alegria e nada mais lindo do que aceitar e sentir a paz. A cena final é lindíssima!
"Mia Madre" conta com lindas atuações, destaque para Turturro que é um show a parte e nos presenteia com suas loucuras ao tentar interpretar o personagem no filme de Margherita. A maravilhosa Margherita Buy está grandiosa e refletimos muito sobre sua personagem. Nanni Moretti é uma presença acalentadora e dirige esta obra com total maestria e personalidade.
De Moretti eu assisti apenas o triste "O Quarto do Filho" e o interessante "Habemus Papam".
ResponderExcluirGosto do estilo do diretor, preciso conferir seus outros trabalhos.
Até mais