"O Mirante" (2012) dirigido pela turca Pelin Esmer (11'e 10 kala - 2009) é um filme contemplativo que disserta sobre a solidão e o desespero. Dois seres relutantes em sair de uma situação de isolamento, desenvolve uma relação que os permite redescobrir a compaixão em suas vidas e a superar seus traumas.
Nihad (Olgun Şimşek) trabalha em um mirante, vigiando áreas verdes em montanhas de cima de uma torre de onde consegue ver tudo. Seher (Nilay Erdönmez), uma moça que estudava numa boa faculdade e vivia com os pais decide arranjar um emprego como rodomoça. Os dois sofrem por motivos particulares e sozinhos lidam com suas dores, mas em dado momento suas vidas se cruzam. É um filme lento, porém interessante, aos poucos vamos conhecendo os personagens, seus dilemas e o porquê de suas escolhas. Nihad preferiu se abster da vida comum, o seu emprego lhe permite isso, quieto e praticamente enclausurado passa os seus dias a observar e desce até a cidade apenas para comprar suprimentos. E é aí que ele conhece Seher, uma jovem que trabalha no ônibus e que por vezes serve café na estação. Devagar ficamos sabendo do trauma de Nihad e de Seher, inclusive ela é dona de uma cena fortíssima que emociona muito.
O fato é que Seher está grávida, foi estuprada pelo próprio tio enquanto morava em sua casa para fazer faculdade, desnorteada sumiu e arranjou esse emprego, ela esconde até o fim a sua gravidez e Nihad, bom observador que é, sabe que algo aconteceu a ela. Entre silêncios suas solidões se juntam, e com muita dificuldade vai se construindo uma relação.
A fotografia é linda e explora profundamente todos os aspectos, seja o ambiente ou personagens. As cenas estáticas são recorrentes e poucos são os diálogos, é uma bela história que nos diz que quando estamos amparados é muito mais fácil seguir em frente e não enlouquecer com as dores que nos acometem. Quando sentimos na pele o sofrimento, a compaixão pelo outro se aflora e somos capazes de ajudar e compartilhar. E é na dor que nos conhecemos e nos reconhecemos, a dor é universal e nos liga ao sentimento que torna-nos humanos. Tem uma frase de Jean-Jacques Rousseau que exemplifica bem essa questão: "O homem que não conhece a dor, não conhece a ternura da humanidade."
Não é um filme que nos tira lágrimas, e o ponto a se acrescentar é o seu desenvolvimento, sem pressa ele vai ganhando força.
"O Mirante" é um belo filme que apesar de trazer a solidão e o desespero como tema, também nos faz pensar na compaixão, em recuperar a sensibilidade de compreender o outro.
Nihad (Olgun Şimşek) trabalha em um mirante, vigiando áreas verdes em montanhas de cima de uma torre de onde consegue ver tudo. Seher (Nilay Erdönmez), uma moça que estudava numa boa faculdade e vivia com os pais decide arranjar um emprego como rodomoça. Os dois sofrem por motivos particulares e sozinhos lidam com suas dores, mas em dado momento suas vidas se cruzam. É um filme lento, porém interessante, aos poucos vamos conhecendo os personagens, seus dilemas e o porquê de suas escolhas. Nihad preferiu se abster da vida comum, o seu emprego lhe permite isso, quieto e praticamente enclausurado passa os seus dias a observar e desce até a cidade apenas para comprar suprimentos. E é aí que ele conhece Seher, uma jovem que trabalha no ônibus e que por vezes serve café na estação. Devagar ficamos sabendo do trauma de Nihad e de Seher, inclusive ela é dona de uma cena fortíssima que emociona muito.
O fato é que Seher está grávida, foi estuprada pelo próprio tio enquanto morava em sua casa para fazer faculdade, desnorteada sumiu e arranjou esse emprego, ela esconde até o fim a sua gravidez e Nihad, bom observador que é, sabe que algo aconteceu a ela. Entre silêncios suas solidões se juntam, e com muita dificuldade vai se construindo uma relação.
A fotografia é linda e explora profundamente todos os aspectos, seja o ambiente ou personagens. As cenas estáticas são recorrentes e poucos são os diálogos, é uma bela história que nos diz que quando estamos amparados é muito mais fácil seguir em frente e não enlouquecer com as dores que nos acometem. Quando sentimos na pele o sofrimento, a compaixão pelo outro se aflora e somos capazes de ajudar e compartilhar. E é na dor que nos conhecemos e nos reconhecemos, a dor é universal e nos liga ao sentimento que torna-nos humanos. Tem uma frase de Jean-Jacques Rousseau que exemplifica bem essa questão: "O homem que não conhece a dor, não conhece a ternura da humanidade."
Não é um filme que nos tira lágrimas, e o ponto a se acrescentar é o seu desenvolvimento, sem pressa ele vai ganhando força.
"O Mirante" é um belo filme que apesar de trazer a solidão e o desespero como tema, também nos faz pensar na compaixão, em recuperar a sensibilidade de compreender o outro.
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