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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Taxidermia (Taxidermie)

É a história de três gerações de uma família que cultua o corpo de uma forma distorcida. Na primeira parte conta-se a história de um soldado que mora no meio do nada na Hungria, este usa sua imaginação para se satisfazer sexualmente, como quando se relaciona com uma leitoa abatida. Ele acaba sendo morto pelo comandante, e seu filho nasce com um rabo de porco. Na segunda parte já sem o rabo, ele se torna um obeso mórbido após participar de concursos em que o campeão tinha que comer tudo o que pudesse, se apaixona por uma mulher também gorda e competidora e se casam, dando vida ao terceiro da geração, o taxidermista que ao contrário dos pais é muito magro, depois de empalhar seu próprio pai, ele acaba se empalhando também, deixando assim seu corpo para sempre ser visto.
Um ponto marcante é a câmera, ela penetra fundo e faz um giro em torno da banheira, mostrando toda a história e a intenção do filme. Original, grotesca, sórdida, as cenas são difíceis de ser engolidas e digeridas, é isso que o diretor György Pálfi quis fazer, com um olhar completamente diferente dos convencionais de enxergar o mundo. Quem tem estômago fraco não deve assistir, mas quem tem um olhar diversificado para com o cinema é uma opção de se aventurar no estranho.

Os personagens criam um aspecto humano com suas emoções, sensações e loucuras, e faz com que esse filme não se torne vazio, e apesar de conter cenas sexuais, não é erótico, o sexo vem acompanhado pelo grotesco, destacando a natureza selvagem do homem. Visceral, intelectual, ele passa do humano ao animal, mostrando as necessidades de seus personagens através de símbolos como a comida, sexo, amor e imortalidade. Não é apenas um filme nojento, é uma poesia grotesca, contada de uma forma sórdida sem camuflagens. Escatologicamente bom!

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