O Tsunami que aconteceu em 2004 foi a maior tragédia natural ocorrida até hoje, matou cerca de duzentas mil pessoas. Difícil imaginar que uma família inteira pudesse sobreviver, mas é exatamente isso que acontece, a família espanhola sobreviveu ao caos e agora é retratada cinematograficamente pelo diretor Juan Antonio Bayona.
Filmes que envolvem catástrofes naturais são sempre interessantes, ainda mais quando o fato é baseado em uma história verídica. Ultrapassar as barreiras de sobrevivência, esquecer a dor física, a sede, a fome para poder seguir e encontrar um lugar "seguro". A personagem Maria interpretada por Naomi Watts demonstrou perfeitamente isso.
"O Impossível" (2012) conta a história de um casal que resolveu passar férias na Tailândia e vivenciou o pior desastre natural do novo século: o tsunami da Indonésia. Hospedados com os três filhos pequenos num resort, eles sobreviveram à onda, mas se perdem um do outro, o que acaba forçando-os a tomar caminhos diferentes para tentar se salvar. Nessa tentativa, além de cuidar de seus próprios ferimentos, eles procuram meios de continuar acreditando que sua família ainda está viva.
Este é um filme que te deixa desesperado o tempo todo, com uma agonia pelo o que aquelas pessoas estão passando, impossível é não se emocionar e nisso o filme se torna apelativo. O foco é na família e o pós-tragédia, o início com Maria e seu filho Lucas tentando sobreviver é para mim o melhor momento, resgatada por um nativo, é ajudada e levada ao hospital completamente cheio. Maria está muito machucada e adoece cada vez mais, logo depois é mostrado que o pai também sobreviveu com os outros dois filhos, daí segue as cenas de procura em que ele tenta achar Maria e Lucas. Muita coisa incomoda, exatamente por focar apenas numa visão, fica restrito diante a uma tragédia de proporções gigantescas. São cenas melodramáticas, que inevitavelmente te induz ao choro e ao aperto no peito. Sem dúvidas o destaque vai para Naomi Watts, que demonstra a capacidade que o ser humano tem para se refazer.
Se explorassem um pouco mais a história, não necessariamente outros personagens, mas a tragédia em si, talvez o filme ficasse mais crível. Não dá para negar que os efeitos especiais são convincentes, quando a onda atinge, o momento é de pura angústia; Maria agachada perto de uma porta de vidro esperando, enquanto Lucas se joga na piscina e o pai agarra os outros dois filhos.
É um filme que retrata a força da natureza e o como somos pequenos diante dela, mas relata o instinto de sobrevivência, o esforço para poder continuar, a humanidade que nasce a partir de um episódio desses, e o recomeço.
O filme em si não é poderoso, mas funciona, apesar de apelar para sentimentalismos e cansar a quem não é tão sensível. Vale para ver que às vezes o impossível não acontece só nos filmes, pode acontecer na vida real também.
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